Móveis para Girl Power


Hello, people! 
Hoje vim mostrar um vídeo que gravei falando sobre o Mooble, o aplicativo da Politorno que te ajuda a montar um ambiente antes de sair gastando sem nem saber se os moveis vão caber ou se vão ficar legais no ambiente da reforma. 

Usei o Mooble para me ajudar aqui na sala de casa e foi perfeito. Assim consegui ver como iria ficar a disposição dos móveis antes mesmo de me arriscar e ficar jogando-os de um lado para o outro da sala, encontrando a parede ideal. 

Melhor do que o Mooble? É que todos os móveis da Politorno são fáceis de montar e vem com muitas instruções. Montei praticamente tudo sozinha, só com a ajuda de uma parafusadeira e um kit de ferramentas. Estou muito orgulhosa de mim por causa disso. 

Fiz outros posts esse mês falando sobre minhas estantes da sala, nova moraria dos livros, e meu home office, a mesa perfeita junto do gaveteiro versátil e muito útil. 

Segue links abaixo:


E se vocês se interessaram em usar o Mooble para pensar na reforma de vocês também, segue o link dele: Politorno




BookShelf Tour Parte Três


Hello, people!
Vamos para a terceira parte do Bookshelf Tour?
Não esqueçam que no box de informação do vídeo tem todos os dados de compra das estantes, caso haja interesse, e do Mooble, que você pode montar o seu ambiente para ver se combina ou se os móveis cabem antes de comprar.




Dormir realmente é um perigo em "Não Durma"

Título: Não Durma
Autor: Michelle Harrison
Editora: Betrand 
Skoob: Adicionar
Amazon: Comprar

Sinopse: Elliott, um garoto de 17 anos, não dorme bem desde o acidente que quase o matou. Às vezes, ele fica em um estágio meio adormecido, meio acordado e se vê cercado por silhuetas em movimento. Em outras, é ele quem se move, enquanto seu corpo permanece inerte na cama. Médicos dizem que a paralisia do sono e as experiências extracorpóreas são inofensivas - mas, para Elliott, elas são assustadoras. Determinado a descobrir o que está acontecendo, ele consegue um emprego em um museu conhecido por ser mal-assombrado. É onde conhece a enigmática Ophelia. À medida que os dois ficam mais próximos, Elliott se torna o foco de ainda mais atenção dos mortos. Certa noite, ao retornar de uma experiência extracorpórea, ele não encontra o próprio corpo. Alguma coisa está o ocupando, algo morto que quer viver de novo - e quer Ophelia também...

                                                               

Saca aquele livro que passou muito pertinho de ganhar as cinco estrelas? Esse foi Não Durma, o único livro beirando ao terror que li no mês do horror desse ano e que ainda que não esperasse nada por ele, me surpreendeu positivamente em todos os sentidos. 

Aqui conhecemos a história de Elliott, um adolescente que passou por um acidente grave e por uma experiência de quase morte, o que o tornou mais próximo dos mortos depois que voltou a vida. Ele vira um sensitivo e percebe quando estão próximo. O que, logico, gera muita confusão e medo no garoto, que não entende o que está acontecendo e como resolver, tornando quase impossível dormir, que é quando os espíritos mais se aproximam. 

Os médicos dizem que ele tem paralisia do sono. O pai e irmão acham que são pesadelos, e ninguém acredita quando Elliott diz que está vendo uma menina que cometeu suicídio dentro daquele apartamento. 

Como ninguém consegue ajudá-lo, o menino vai buscar ajuda sozinho, e se inscreve para trabalhar em um museu vivo. Um lugar onde os guias se fantasiam com trajes de época e levam as pessoas para vivenciar sensações em locais antigos da cidade. Eu enquanto leitora não parava de pensar que isso só iria atrair mais espíritos, mas entendo completamente o grito de desespero do menino em se enfiar nesse emprego. Pessoalmente teria procurado um centro espírita. 

É lá que ele conhece Ophelia, a sobrinha do dono asqueroso do lugar, e juntos eles vão descobrir que algumas pessoas ali não são exatamente o que dizem ser, e ainda tentam ajudar Elliott a entender o tipo de poder que ele adquiriu e como trabalhar aquilo para que não pire. 

Viram como a premissa do livro é legal? Ela é uma delícia! Amei cada momento dessa leitura. Desde descobrir que Elliott não estava realmente alucinando, como vê-lo entender que essas pessoas que vê só querem ajuda. Claro que elas poderiam escolher uma maneira menos assustadora de pedir, mas só querem ajuda. Tipo em O Sexto Sentido, saca? 

Gosto muito do fato do livro ser todo trabalhado em cima do espiritual e ainda assim o caso principal da história ser muito real. Um jeito bem bacana de dizer que os vivos podem ser muito mais assustadores do que meia dúzia de espíritos dramáticos. Amei mesmo isso. 

A relação de Elliott com Ophelia para mim soa meio forçada, e esse é um dos motivos que não me deixaram dar cinco estrelas ao livro, mas ainda assim entendo a entrada da menina na história. Mas ela poderia ser um garoto, sacam? E poderiam ser só apenas amigos. Não faria diferença alguma porque o importante não é um que eles sentem um pelo outro, mas o que ela representa para a história em um todo. 

Terminei a leitura com a mesma sensação que tive ao ler DarkHouse, que esse livro pedia uma continuação. A história principal fecha aqui sem problema algum, mas os poderes de Elliott poderiam voltar a ser explorados em um outro momento. Ele tem um bom potencial como personagem. Bom mesmo. 

E dai vocês me perguntam pelo terror. Ele existe, ok? As cenas da aparição do fantasminha na casa de Elliott realmente me deixaram encucada e procurando sombras no escuro. Elas chegam a ser sensoriais, de tão bem trabalhadas. Eu podia jurar estar sentindo frio e, pelo amor de Deus, moro no Nordeste! Aqui nunca é frio. Então super acho válido. É um livro para adolescentes, logo os sustos não são cheios de sangue espirrando ou membros decepados, mas ele funciona de boa para qualquer público que vier sem esperar muito dele. Acho que por isso gostei tanto, porque não esperava nada da história. 

É um bom livro, e ótimo para o público ao qual se destina. Gostei mesmo da história! 


Veja também: Outros Livros de Terror


Primeiros Parágrafos de "Geek Love"






“Quando sua mãe era a geek, meus queridos sonhos”, dizia papai, “ela transformou o arrancar de cabeças em um mistério tão cristalino que as próprias galinhas caminhavam em sua direção e dançavam em torno dela, hipnotizadas pela atração. ‘Abra a boca, doce Lil’, elas cacarejavam, ‘e mostre seus dentes para nós!’.”

Essa mesma Crystal Lil, nossa mãe com cabelos de estrela, estava sentada no sofá embutido que era a cama de Arty à noite, rindo para a costura em seu colo e balançando a cabeça. “Não minta para as crianças, Al. Aquelas galinhas corriam como pus de espinhas.”

Eram noites na estrada, entre shows e pequenas cidades, em algum acampamento ou recuo, com as outras vans, caminhões e trailers do Fabuloso Circo Binewski à nossa volta, seguros em nosso vilarejo portátil.

Depois do jantar, sentados de barriga cheia à luz da lamparina, nós, os Binewski, tínhamos que ler e estudar. No entanto, se chovia, meu pai era mordido pelo bicho da história. O chiado e os ruídos no metal da nossa grande casa-van o distraía de seus papéis. Chuva em noite de espetáculo era catástrofe. Chuva na estrada significava conversa, que, para o papai, era puro prazer.


Veja também: Outros Primeiros Parágrafos:



A Dobradinha de (R)Evolução das Mulheres

Título: A (R)evolução das Mulheres
Autor: Mindy McGinnis
Editora: Plataforma 21
Skoob: Adicionar
Amazon: Comprar

Sinopse: Três anos se passaram desde o assassinato da irmã mais velha de Alex Craft. Mas, como é de costume, a culpa sempre recai sobre a vítima e o assassino segue sua vida em liberdade.Alex é uma menina forte e quer vingar sua irmã. Por isso, ela resolve atacar qualquer predador sexual que cruzar seu caminho e colocar a boca no mundo, usando a linguagem que conhece melhor: a linguagem da violência.
Mas o que aconteceu na noite do assassinato chama a atenção de Jack Fisher, o cara invejado por todos: atleta perfeito, que desfila de braço dado com a garota mais cobiçada. Ele deseja conhecer Alex profundamente. E, numa cidade pequena, onde todo mundo se conhece, esse repentino interesse vai desencadear uma série de crimes bárbaros.
Uma narrativa vibrante com cenas de grande impacto, A (r)evolução das mulheres é uma reflexão profunda sobre os abusos e estereótipos, que tiram a humanidade das mulheres. Mindy McGinnis nos mostra que as agressões perseguem a vida não só das vítimas, mas também daqueles que estão próximos a elas.

                                                                


Letras em Verde: Texto de Carol
Letras em Preto: Texto de Ludmila

Um Young Adult de respeito...
“A gente pode amar alguém profundamente e essa pessoa pode te amar o mesmo tanto, mas se trocássemos diários, saberíamos de coisas que jamais suspeitamos. Todo mundo tem um lado, bem lá no fundo, que não mostramos para ninguém. E, quanto antes você aprende isso, mais fácil é sua vida”.
Ok, esse foi um livro que demorei muito para conseguir concluir. Primeiro acredito que seja porque não estava na vibe para Young Adult e acabei persistindo, e depois porque a escrita da autora não é exatamente cativante, apesar de sublime. Dá para entender isso? Ela é árida, mas maravilhosa. E por isso demorei a me adequar ao seu estilo de escrita e me ambientar com a história. 


Aos 50% do livro um dos protagonistas toma essa lição da mãe. E de bandeja, tomamos juntos como leitor. 
A (R)evolução das Mulheres está longe de ser mais um livro jovem adulto. Começa pela irreverente troca de pontos de vista entre três personagens que nada têm em comum. O que poderia ser uma pista das ligações que irão se formar se mostra uma tirada genial. Porque tanto Alex, Jack e Efepê são necessários pra visualizarmos o cenário completo da escola onde frequentam. E da história que o autor pretende contar.

Nesse livro temos três pontos de vista: Efepê, Alex e Jack. Se tivesse que escolher um protagonista dessa história em específico, seria Alex, que teve a irmã brutalmente assassinada por um maníaco sexual perturbado. É para ela que todos os olhos se voltam, na cidade pequena onde moram. E concordo que seja até compreensível. Afinal, nada acontece por ali. E qualquer coisa vai ser sempre uma grande coisa. 

A mudança no comportamento dos três adolescentes será responsável pelo gatilho fundamental desse livro. Efepê é de longe a minha preferida. A típica fofa da escola, que tem seu apelido pelo fato de ser “filha do pastor”. Inacreditavelmente ela se torna responsável pela socialização de uma garota sombria e misteriosa, a que todos reconhecem como a “esquisita”. 

Então temos Alex, a garota que perdeu a irmã assassinada brutalmente. Como se passa numa Cidade pequena, todos se conhecem e sabe deste fato do passado. E ela é tratada como pária da escola, tanto pela tragédia familiar quanto pela sua conduta solitária.

Alex é o tipo de garota que eu gostaria de ter conhecido. Teria medo, de fato, mas curtiria a menina. Ela é um tanto fria demais com pessoas, como se tivesse um Asperger ou algo assim. Socialmente sociopata (frase horrível!), e aqui eu e Lud temos pontos bem divergentes. Acho sim que ainda que a personalidade da menina não esteja formada, e isso é para qualquer adolescente, ela tem uma forte tendência a sociopatia, e isso mostra claramente em sua falta de amizades, nas frases polidas e no jeito de encarar as situações que ela despreza. 

E como não poderia faltar, lançando mão do velho clichê, o terceiro protagonista é nada menos que Jack, o cara popular, atleta e garoto perfeito. Que de uma hora para outra fica obcecado com a “garota esquisita”. 

Bom, é a partir daí que a trama deslancha. Uma narrativa eletrizante, com cenas de cair o queixo e capaz de chocar qualquer adulto crescido e desmamado. Imagina as praticamente crianças da história?

Os outros dois, Jack e Efepê, servem mais como um suporte para explicar a história de Alex. Em algum momento eles poderiam ser os protagonistas da própria história, e acredito mesmo nisso, mas aqui o brilho é inteiro dela. Os outros estão lá para nos mostrar que cada um tem o protagonismo da sua própria história, e isso vai ser diretamente conectado ao que o narrador quer nos transmitir com a parte que nos relata. Mas de qualquer forma eles estão lá. A Efepê, melhor e mais nova amiga de Alex, e Jack, a paixão que ela achava que não seria capaz de ter. 

Mas não se engane. O choque aqui não é gratuito. A ideia é refletir sobre o abuso de mulheres, as questões de gênero e a força dos estereótipos nas relações humanas. E como as consequências disso podem ser potencialmente desastrosas não só individualmente falando. Mas de maneira geral, atinge toda a sociedade. 

E meus amigos, o impacto é forte. Tão forte que você se pega piscando várias vezes, tentando compreender quando foi que o cenário típico de “Malhação” virou thriller pesado policial?

Não é um livro que vá agradar gregos e troianos, tá? Ou uma coisa ou outra. Como comentei, a escrita da mulher é seca, e isso não gera uma certa empatia com facilidade, pelo menos foi assim comigo. Mas é só uma questão de adaptação. Com pouco tempo eu estava acostumada ao estilo dela e já esperava que fosse formar um capítulo de uma determinada maneira. Ela tem essa coisa bem estrutural em sua escrita, e se pegasse um texto dela solto em algum outro lugar e sem assinatura, eu certamente identificaria a autora. Isso é muito poderoso, percebem? Ela assina seus escritos sem precisar assinar. 

Há quem diga que a história exagera, caindo no clichê vingança e desvirtuando uma bandeira que deveria ser mais “revolucionária”. Para esses eu mando um adendo: se você entendeu que a história é sobre a Alex, meu querido, acho que lemos um livro diferente. 

Porque não é. A garota tem sua própria visão distorcida e não é empurrada pela goela abaixo do leitor como a heroína da história. Se você observar bem, nas entrelinhas, há um papel que ganha destaque e ele se expande entre as várias personagens. E o que ganha fôlego não é o tiro, a raiva ou a indignação.


Sendo bem sincera, não curti a resolução que ela deu a sua história. Não em um todo, acho que a ideia das mulheres se unindo contra um mal é altamente viável e ficou bem trabalhado aqui. Mas ao meu ver, ela deu um final fácil para a protagonista. Entendo que violência gera violência, e todo mundo já tem essa ideia na cabeça, por isso me irritou que ela precisasse mostrar tal coisa. O que eu queria, como leitora, é ver como ela poderia fazer um escape disso sem ser com violência entenderam? Sem ser com aquele modo "fácil" de dar uma resolutiva em um antagonista que ainda está em cima do muro sobre o que é e o que quer. 

É a mudança no comportamento. Pode ser sutil. Mas está lá e foi isso que me ganhou na história. 

Depois desse livro percebi que o que chamamos de feminismo ou revolução feminina está longe de iniciar. Ainda estamos na fase de mudarmos em nós, os conceitos que nos empurram pra baixo e ditam como devemos comportar enquanto mulheres.

Ela meio que ela faz isso através de Efepê, mostrando os dois lados de um situação. Mas precisei de Ludmila para me explicar Efepê de uma maneira que não me deixasse nervosa pelo fato dela ter um POV e eu esperar tanto dela. Na verdade a menina está lá justamente para ser a parte leve daquele conjunto inteiro. Mas demorei para entender isso. Talvez eu própria seja densa demais. 

A fala de Jack define bem o quanto somos iguais até que paremos de sermos iguais e chamarmos atenção:

“um corpo vale tanto quanto o outro quando as luzes se apagam. Descobrir as mulheres está longe de ser uma novidade para mim, mas o contorno do braço definido de .... quando ela segurou... foi um afrodisíaco do caramba. Quero saber mais sobre ela, saber como fica de cabelo bagunçado. Quero saber do que é aquela cicatriz no seu pulso.”

Passa muito longe de ser um livro ruim, na verdade o enxergo com extrema importância. Só achei difícil digerir a parte leve da balança. Como disse, provavelmente eu seja densa demais. Achei importante ter um balão para me apoiar nessa história, ainda que não tivesse amado ele, porque ela logicamente pode ser um gatilho emocional grande para muitas mulheres. 

E foi isso que fez um garoto enxergar outra garota. O gatilho. Que mudou tudo e trouxe uma boa reflexão de como estamos longe da igualdade entre gêneros.


Resenha dupla em colaboração com: 

Veja também: Outros livros Young Adult pesados


A cena de sexo infantil que foi cortada de IT (Na íntegra)


Atenção: Texto com spoilers do filme e do livro. 

Eis uma cena que jamais vamos ver em IT quando se trata das telinhas, a temida cena do sexo grupal entre os meninos. Não vimos na primeira versão, e nem na segunda. E existem muitas razões para isso, não é verdade? 

Não que o filme seja voltado para crianças, ainda que os protagonistas os sejam. É uma película de terror com cenas fortes. Então não, esse não o grande problema. 

Ainda assim, o fato do filme não ser para os pequenos não muda o fato de que foi feito por eles. Temos um elenco de sete garotos no começo da adolescência que realmente não precisam passar por isso. É até proibido. Ok que os diretores poderiam ter usado computação gráfica e toda essa munganga tecnológica que temos hoje em dia, mas ele optou pelo simples e poético, e funcionou da mesma maneira. Talvez não tenha a mesma força semântica, mas tem força. 

Os diretores encontraram uma saída que ficou plasticamente bela e que passou a mensagem de qualquer modo. Eles se amam, e é por estarem juntos que conseguem derrotar Pennywise e voltar em segurança para casa. Isso era tudo o que a cena de sexo descrita no livro de IT queria retratar: Que eles se completam e que um sem o outro nada seriam. 


Quando eu terminei de ver o filme, o qual amo de coração, voltei para reler esse trecho da história e me emocionei. Acho que a primeira vez que li não captei como ela era simbólica e significativa para aquelas sete crianças, e para a gente, como leitor. O próprio autor falou em entrevista que ele não queria simplesmente falar sobre sexo, mas queria demonstrar a ruptura da infância desses meninos, e ele usou uma das coisas mais lógicas para exemplificar isso. Na verdade duas, porque teoricamente eles derrotaram o vilão e saíram daquele esgoto adultos em corpos de meninos. Uma jornada de herói perfeita. 

A cena toda é muito bem conduzida, mesclando o passado e o presente deles adultos, e tudo vem através da memória de Beverly. Uma memória que volta a ajudá-la, porque no final das contas ajudou da primeira vez.  A ela e aos outros meninos. 

Ela é quem dá ideia para o plano, mostrando uma escolha delicada do autor em colocar a única mulher do grupo com a salvação da perdição psicológica deles. De se perder além dos becos infinitos do esgoto, mas dentro deles mesmos. Beverly usa o sexo para puxá-los e uni-los, e funciona perfeitamente. Todos acabam calmos e raciocinando melhor as possibilidades de sair dali. 

Até a representatividade de Stan não conseguir concretizar o ato é muito significativo. Ele é único que não volta, e toda vez que penso nele não terminando aquela transa, penso nele se perdendo dentro dele a ponto de achar que aquilo tudo era demais para enfrentar de novo. Beverly lhes deu força e a certeza de que tudo poderiam depois daquilo. 

É uma cena bonita. Sério mesmo. Bizarra, se você parar para pensar que eram só pré-adolescentes, mas muito bela. 

Abaixo segue a cena, cortando apenas a visão de futuro que intercala a ela. Visto pura assim pode parecer meio ofensivo por parte do autor, mas acreditem que não é. Existe toda uma estrutura para se chegar a isso, e é uma estrutura com bases sólidas. Realmente funciona com o Clube dos Otários. 



Ah, caramba — disse Eddie… quase gemeu. — Eu me esqueci dele. Claro que está, claro que está, deve estar tão perdido quanto a gente, e a gente pode dar de cara com ele a qualquer hora… Caramba, Bill, você não tem ideia nenhuma? Seu pai trabalha aqui embaixo! Você não tem ideia nenhuma?
Bill ouviu o distante trovão debochado da água e tentou ter a ideia que Eddie e todos eles tinham o direito de exigir. Porque sim, correto, ele os tinha colocado nisso e era responsabilidade dele tirá-los de lá. Nada veio. Nada.
Eu tenho uma ideia — disse Beverly baixinho.
No escuro, Bill ouviu um som que não conseguiu localizar imediatamente. Um som baixo e sussurrado, mas não assustador. Em seguida, houve um som mais fácil de identificar… um zíper. O que…?, pensou ele, e então entendeu o quê. Ela estava se despindo. Por algum motivo, Beverly estava se despindo.
O que você está fazendo? — perguntou Richie, e a voz chocada falhou na última palavra.
Eu sei de uma coisa — disse Beverly no escuro, e para Bill a voz dela pareceu mais velha. — Sei porque meu pai me contou. Sei como nos unir de novo. E, se não estivermos unidos, não vamos sair nunca.
O quê? — perguntou Ben, parecendo confuso e apavorado. — De que você está falando?
Uma coisa que vai nos unir pra sempre. Uma coisa que vai mostrar…
N-N-Não, B-B-Beverly! — disse Bill, compreendendo de repente, entendendo tudo.
— … que vai mostrar que amo vocês todos — disse Beverly —, que vocês são todos meus amigos.
De que ela est… — começou Mike.
Calmamente, Beverly cortou as palavras dele. — Quem é o primeiro? — perguntou ela.


Eddie vem até ela primeiro porque é quem mais está com medo. Ele vem até ela não como o amigo daquele verão, nem como um breve amante agora, mas da forma que teria ido até a mãe apenas três ou quatro anos antes, para ser reconfortado; ele não recua da nudez macia, e a princípio ela duvida até que ele sinta. Ele está tremendo e, apesar de ela abraçá-lo, a escuridão é tão perfeita que nem de perto assim ela consegue vê-lo; exceto pelo gesso áspero, ele poderia ser um fantasma.
O que você quer? — ele pergunta a ela.
Você vai ter que colocar seu negócio em mim — diz ela.
Ele tenta recuar, mas ela o segura e ele cede. Ela ouviu alguém, Ben, ela acha, prender a respiração.
Bevvie, não posso fazer isso. Não sei como…
Acho que é fácil. Mas você vai ter que tirar a roupa. — Ela pensa nas dificuldades de lidar com um gesso e uma camisa, primeiro separando-os e depois juntando-os, e acrescenta: — A calça, pelo menos.
Não, não consigo! — Mas ela acha que parte dele pode, e quer, porque o tremor parou e ela sente uma coisa pequena e dura no lado direito da barriga.
Você consegue — diz ela, e o puxa para baixo. A superfície debaixo das costas e pernas dela é firme, similar à argila, seca. O trovão distante da água é soporífero, acalentador. Ela estica os braços para ele. Há um momento em que o rosto do pai dela interfere, implacável e ameaçador
(quero ver se você ainda está intacta)
mas ela passa os braços ao redor do pescoço de Eddie, com a bochecha macia encostada na bochecha macia dele, e quando ele toca com hesitação nos seios pequenos, ela suspira e pensa pela primeira vez Este é Eddie e se lembra de um dia em julho (era possível que fosse apenas mês passado?) em que ninguém apareceu no Barrens, só Eddie, e ele estava com vários gibis da Luluzinha, e eles leram juntos durante quase toda a tarde, a Luluzinha procurando amoras silvestres e entrando em todo tipo de situação maluca com a bruxa Alceia e todo o pessoal. Foi divertido.
Ela pensa nos pássaros; particularmente, nas gralhas, estorninhos e corvos que voltam na primavera, e suas mãos vão até o cinto dele e o soltam; ele diz de novo que não consegue fazer isso; ela diz que ele consegue, que sabe que ele consegue, e o que ela sente não é vergonha nem medo agora, mas uma espécie de triunfo.
Onde? — diz ele, e aquela coisa dura aperta com urgência a parte interna da coxa dela
Aqui — Diz ela.
Bevivie, vou entrar em você! — diz ele, e ela ouve a respiração dele começar a assobiar de forma dolorosa.
Acho que é mais ou menos essa a ideia ­ diz ela, e o segura com delicadeza e o guia. Ele empurra rápido demais, e ela sente dor.
Ssss! Ela inspira, os dentes mordem o lábio inferior. E ela pensa nos pássaros de novo, nos pássaros de primavera, enfileirados nos telhados das casas, levantando voo sob as nuvens de março.
Beverly? — diz ele com insegurança. — Você está bem?
Vai mais devagar. — diz ela — Vai ser mais fácil pra você respirar. — Ele se move mais lentamente, e depois de um tempo a respiração dele se acelera, mas ela entende que não é por ter alguma coisa errada com ele.
A dor some. De repente, ele se move mais rápido, depois para, se enrijece e faz um som, algum som. Ela sente que isso é importante para ele, uma coisa extraordinariamente especial, uma coisa como… como voar. Ela se sente poderosa; sente uma espécie de triunfo subir com força dentro dela. Era disso que o pai dela tinha medo? Bem, era para ter mesmo! Havia poder naquele ato, havia mesmo, um poder arrebatador que ia até o sangue. Ela não sente prazer físico, mas há uma espécie de êxtase mental. Ela sente a proximidade. Ele coloca o rosto no pescoço dela, e ela o abraça. Ele está chorando. Ela o abraça. E sente a parte dele que fez ligação entre eles começar a murchar. Não está saindo dela exatamente; está apenas recuando, ficando menor.
Quando o peso dele se afasta, ela senta e toca no rosto dele na escuridão.
Você conseguiu?
Consegui o quê?
Seja lá o que for. Não sei, exatamente.
Ele balança a cabeça. Ela sente com a mão que está na bochecha dele.
Acho que não foi exatamente como… você sabe, como os garotos grandes dizem. Mas foi… foi especial. — Ele fala baixo para que os outros não possam ouvir. — Eu te amo, Bevvie.
A consciência dela falha um pouco aqui. Ela tem certeza de que há mais conversa, em parte sussurrada, em parte em voz alta, mas não consegue se lembrar do que é dito. Não importa. Será que ela tem que convencer cada um deles, tudo de novo? Sim, provavelmente. Mas não importa. Eles precisam ser convencidos a essa ligação humana essencial entre o mundo e o infinito, o único lugar em que o fluxo sanguíneo toca a eternidade. Não importa. O que importa são o amor e o desejo. Aqui neste escuro é um lugar tão bom quanto qualquer outro. Melhor do que alguns, talvez.
Mike vai até ela, depois Richie, e o ato se repete. Agora ela sente algum prazer, um calor suave no órgão sexual imaturo e infantil, e fecha os olhos quando Stan vai até ela. Ela pensa nos pássaros, na primavera e nos pássaros, e os vê vezes seguidas, voando todos ao mesmo tempo, preenchendo as árvores sem folhas por causa do inverno, viajantes na onda da estação mais violenta da natureza, ela os vê levantando voo vezes seguidas, com o bater das asas como o estalo de muitos lençóis no varal, e pensa: Daqui a um mês, todos os garotos no Parque Derry estarão com uma pipa e vão correr para não emaranhar as linhas. Ela pensa de novo: Voar é assim.
Com Stan, assim como com os outros, há uma sensação lamentável de sumir, de ir embora, com o que quer que eles realmente precisem desse ato, perdido, ainda não encontrado.
Você conseguiu? — pergunta ela de novo, e apesar de não saber exatamente o que quer saber, ela sabe que ele não conseguiu.
Há uma longa espera, e Ben vai até ela.
Ele está todo tremendo, mas não é o tremor de medo que ela sentiu em Stan.
Beverly, eu não consigo — diz ele em um tom que finge lógica, mas não é.
Consegue, sim. Estou sentindo.
Ela sente mesmo. Há mais nessa dureza, há mais dele. Ela consegue sentir embaixo da curva delicada da barriga dele. O tamanho desperta uma certa curiosidade, e ela toca de leve no volume. Ele geme contra o pescoço dela, e o sopro da respiração faz o corpo dela ficar todo arrepiado. Ela sente os primeiros fragmentos de calor verdadeiro percorrerem seu corpo; de repente, a sensação nela é muito grande. Ela reconhece que é grande demais (e ele é grande demais, será que ela consegue recebê-lo dentro de si?)
e velho demais para ela, alguma coisa, algum sentimento que anda de botas. É como as M-80 de Henry, uma coisa que não foi feita para crianças, uma coisa que poderia explodir e partir você em pedacinhos. Mas aqui não era o lugar nem a hora para se preocupar; aqui havia amor, desejo e a escuridão. Se eles não fizessem pelas duas primeiras coisas, sem dúvida ficariam com a última.
Beverly, não…
Sim.
Eu…
Me mostra como voar — diz ela com uma calma que não sente, ciente pelo calor fresco e úmido na bochecha e pescoço que ele começou a chorar. — Me mostra, Ben.
Não…
Se você escreveu o poema, me mostra. Coloca a mão no meu cabelo se quiser, Ben. Está tudo bem.
Beverly… eu… eu…
Ele não está apenas tremendo agora; está sacudindo por todo o corpo. Mas ela sente de novo que esses calafrios não são só medo; parte é o precursor do ápice do objetivo desse ato. Ela pensa no
(pássaro)
rosto dele, no rosto doce, sincero e querido, e sabe que não é medo; é desejo que ele sente, uma vontade profunda e apaixonada agora mal contida, e ela tem aquela sensação de poder de novo, uma coisa que parece voar, uma coisa que parece olhar bem do alto e ver todos os pássaros nos telhados, na antena de TV do Wally’s, ver as ruas espalhadas como em um mapa, ah, desejo, certo, isso era importante, eram amor e desejo que ensinavam você a voar.
Ben! Sim! — diz ela de repente, e o controle é rompido.
Ela sente dor de novo, e por um momento há uma sensação assustadora de ser esmagada. Mas ele se apoia nas palmas das mãos e o sentimento some.
Ele é grande, ah, é sim. A dor volta, e é bem mais profunda do que quando Eddie a penetrou primeiro. Ela precisa morder o lábio de novo e pensar nos pássaros até a queimação sumir. Mas ela some, e ela consegue esticar a mão e tocar no lábio dele com um dos dedos, e ele geme.
O calor volta, e ela sente seu poder passar para ele de repente; ela o cede com alegria e vai junto. Há uma sensação de ser balançada, de uma doçura deliciosa e espiralada que a faz começar a virar a cabeça impotente de um lado para o outro, e um murmúrio sem melodia sair dos lábios fechados dela, esse voo, isso, ah, amor, ah, desejo, ah, isso é uma coisa impossível de se negar, prendendo, dando, formando um círculo forte: prendendo, dando… voando.
Ah, Ben, ah, meu querido, sim — sussurra ela, sentindo o suor no rosto, sentindo a ligação deles, uma coisa firmemente no lugar, uma coisa como a eternidade, o número 8 deitado de lado. — Eu te amo tanto, querido.
E ela sente a coisa começar a acontecer, uma coisa sobre a qual as garotas que sussurram e riem sobre sexo no banheiro das meninas não fazem a menor ideia, pelo menos até onde ela sabe; elas só ficam impressionadas com o quanto o sexo deve ser esquisito, e agora ela percebe que para muitas delas o sexo deve ser um monstro indefinido e não realizado; elas se referem ao ato como Aquilo. Você faria Aquilo, sua irmã e o namorado fazem Aquilo, sua mãe e seu pai ainda fazem Aquilo, e dizem que nunca pretendem fazer Aquilo; ah, sim, era de se pensar que toda a turma de quinto ano era feita de futuras solteironas, e está óbvio para Beverly que nenhuma delas consegue desconfiar disso… dessa conclusão, e ela só não grita porque sabe que os outros vão ouvir e pensar que ela está muito machucada. Ela coloca a lateral da mão na boca e morde com força. Ela entende melhor a gargalhada espalhafatosa de Greta Bowie e Sally Mueller agora: os sete não tinham passado a maior parte do verão mais longo e assustador da vida deles rindo como malucos? Você ri porque o que provoca medo e é desconhecido também é engraçado, você ri como uma criancinha ri e chora ao mesmo tempo às vezes, quando um palhaço cabriolante de circo se aproxima, sabendo que é para ser engraçado… mas também é desconhecido, cheio do poder eterno do desconhecido.
Morder a mão não segura o grito, e ela só pode tranquilizá-los (e a Ben) gritando uma afirmativa na escuridão.
Sim! Sim! Sim!
Imagens gloriosas enchem a cabeça dela e se misturam com os gritos das gralhas e dos estorninhos; esses sons se tornam a música mais doce do mundo.
Assim, ela voa, sai voando, e agora o poder não está com ela nem com ele, mas em algum lugar entre os dois, e ele grita, e ela consegue sentir os braços dele tremendo, e ela se arqueia na direção dele, sentindo o espasmo, o toque, a intimidade total dele com ela no escuro. Eles explodem na luz da vida juntos.
E então, acaba, e eles estão nos braços um do outro, e quando ele tenta dizer alguma coisa, talvez um pedido de desculpas idiota que estragaria o que ela lembra, um pedido de desculpas idiota como uma algema, ela interrompe as palavras dele com um beijo e o afasta.
Bill vem até ela.
Ele tenta dizer alguma coisa, mas a gagueira é quase total agora.
Fica quieto — diz ela, segura com o novo conhecimento, mas ciente de que está cansada agora. Cansada e muito dolorida. As partes de dentro e de trás de suas coxas estão grudentas, e ela pensa que talvez seja porque Ben foi até o fim, ou talvez por ela estar sangrando. — Tudo vai ficar bem.
T-T-Tem c-c-c-c-certeza?
Tenho — diz ela, e junta as mãos atrás do pescoço dele, sentindo o cabelo suado. — Pode apostar.
D-D-D… D-D-D…
Shhh…
Não é como foi com Ben; há paixão, mas não do mesmo tipo. Estar com Bill agora é a melhor conclusão que poderia haver. Ele é gentil, delicado, quase calmo. Ela sente a ansiedade dele, mas é uma ansiedade controlada pela preocupação com ela, talvez porque só Bill e ela percebam a enormidade do ato e o fato de que jamais deve ser mencionado, nem para ninguém nem entre eles.
No final, ela é surpreendida por aquele aumento repentino e tem tempo de pensar: Ah! Vai acontecer de novo, não sei se consigo suportar…
Mas os pensamentos dela são levados pela doçura do ato, e ela quase não o escuta dizendo “Eu te amo, Bev, eu te amo, sempre vou te amar”, dizendo sem parar e sem gaguejar nada.
Ela o abraça para perto, e por um momento eles ficam assim, com a bochecha macia dele na dela.
Ele sai dela sem dizer nada, e por um tempo ela fica sozinha, reunindo as roupas, vestindo lentamente, ciente de um latejar doloroso que eles, por serem homens, jamais vão entender, ciente também de um certo prazer exausto e do alívio de ter acabado. Há um vazio lá embaixo agora, e apesar de ela estar feliz de ter seu sexo para si de novo, o vazio desperta uma melancolia estranha que ela jamais conseguiria expressar… a não ser para pensar em árvores nuas debaixo de um céu branco de inverno, árvores vazias, árvores esperando melros aparecerem como pastores no final de março para celebrar a morte da neve.
Ela os encontra tateando em busca das mãos deles.
Por um momento, ninguém fala, e quando alguém fala, ela não fica surpresa em ver que é Eddie.
Acho que, quando dobramos pra direita duas viradas atrás, devíamos ter ido pra esquerda. Caramba, eu sabia disso, mas estava tão suado e nervoso…
Você está nervoso a vida toda, Eds — diz Richie. A voz dele está agradável. O tom de pânico sumiu completamente.
Entramos errado em outros lugares também — diz Eddie, ignorando-o —, mas esse foi o pior. Se conseguirmos achar o caminho de volta, acho que vamos ficar bem.
Eles formam uma fila desajeitada, com Eddie na frente, Beverly atrás agora, com a mão no ombro de Eddie, assim como a de Mike está no dela. Eles começam a andar mais rápido desta vez. Eddie não age com o nervosismo de antes.
Estamos indo pra casa, pensa ela, e treme de alívio e alegria. Pra casa, sim. E isso vai ser bom. Fizemos nosso trabalho, o que viemos fazer, e agora podemos voltar a ser crianças. E isso também vai ser bom.
Enquanto eles andam pelo escuro, ela percebe que o som de água corrente está mais próximo.


FIM DA CENA



Viram que cena? Maravilhosa, não é? 
Vem conversar mais comigo no Instagram sobre ela!





5 Motivos para ler After



Sabe aquele livro que geral tá falando? Provavelmente você deve ter escutado comentários divididos sobre o tal livro que foi sucesso numa publicação independente na internet e que tem trailer estreando por hoje...
Há vários comentários já bem batidos sobre ele, como o fato de ser uma fanfic, que a mocinha Tessa é mais pisada que tapete e que na maior parte do tempo você sente uma raiva descontrolada digna de arrancar o “peru” do personagem.
Mas vou te dar cinco motivos para se arriscar nesse New Adult e descobrir que ele não fez sucesso atoa:


1 – Ele te faz sentir algo
Não importa o sentimento, você com certeza não vai se esquecer desse livro. Pode passar um mês ou vários anos, as sensações que sentiu permanecerão vivas dentro de você porque aqui o negócio é amar ou odiar, quando não se sente exatamente as duas coisas (e pensa em logo marcar com seu terapeuta pra vê com ele se não tem nenhum problema).


2 – O Bad Boy aqui não é nutella
Sim, não tem um cara fingindo ser bad boy vestindo uma jaqueta e fumando um cigarro (se você entendeu a indireta provavelmente já leu um certo livro da Tillie Cole). Não, não, aqui o garoto mau até veste couro, fuma algumas coisas estranhas e parece beber até gasolina. E por força de expressão este comportamento “é o menor dos seus problemas”. Bad boy de raiz, quer você goste ou não, o Hardin é. E quando você pensa que ele parou de fazer merda, ele dobra a própria meta.

3 – Conteúdo Hot
Tem muito. E mesmo que você não curte o gênero é bom. Se na vida social o cara é um bruto, na cama ele se comporta como um excelente professor. As cenas entre os dois são tão bem trabalhadas que é possível você enxergar a química saindo das diversas páginas. E mesmo que a autora não se envergonhe de esgotar todas as maneiras como alguém pode trepar com outro, sempre tem alguma novidade renovando a combustão. Sexo com raiva, sexo reconciliação, sexo despedida, sexo frustração e até ... sexo romance.

Eu juro que vi. Quem sabe você não vê também?
4 – O “Harry Styles”
Então, o cara foi inspirado nele. Na primeira versão Hardin levava até o nome do cantor, ex integrante da banda britânica “One Direction”. Se não sabe quem é, digita no Google e aproveita pra ver uma de suas performances ao vivo. Ele realmente é um bom material de inspiração – se é que você me entende.

5 – Vai virar filme
E daí? Bem, vou logo dizendo que eu dentre as pessoas sou a mais desconfiada dos seres sobre isso. Tem Fallen, 50 tons e não sei mais quantos outros para provarem que muita coisa deveria ficar apenas no papel. Mas considero que After não é um deles. Ou não seria ou não será como as demais adaptações. Porquê?
Porque temos Hardin. Ele é denso, tem diversas camadas para abordar e se tiver um ator capaz de interpretá-lo, bem, a tela do cinema simplesmente pegará fogo.
Ou ela, ou as calcinhas das espectadoras no cinema.
Ulalalá...


Vamos conferir agora o primeiro teaser trailer que saiu do filme? Segura a ansiedade!

Ah, em breve estaremos lançando um sorteio do primeiro livro nas redes sociais, provavelmente no Instagram. Então não deixem de seguir por lá, ok?






Post produzido por Ludmila Públio

Seja consciente nessa Black Friday


Hello people!

Não sei nas redes sociais de vocês, mas na minha o único papo é Black Friday. E ando vendo uma quantidade absurda de divulgações em massa e pessoas enchendo carrinhos de comprar compulsivamente e de maneira leviana. Sei de algumas que esperam o ano todo para esse dia. Certamente vocês também conhecem. 

Como nosso nicho principal é literatura, vou me voltar para ele em específico, ok?

A nossa querida Jota Plutz falou essa semana nos stories do Instagram sobre a crise no mercado literário que está o Brasil. Muitas grandes redes devendo as editoras, que por sua vez não conseguem pagar suas próprias dividas e trazer novos títulos de fora. Isso gera uma bola de neve enorme, e a previsão, com a falência de algumas grandes redes, é que editoras pequenas não consigam se manter e fechem as portas. 

Com o monopólio de vendas online praticamente inteiro pela Amazon, que tem a tendência de baixar absurdamente os preços dos livros, o que logicamente não é repassado com o valor devido para as editoras, elas acabam ficando no prejuízo. Reclamamos muitos do preço de capa, mas ele não é por acaso. Se cobram aquele valor, o livro provavelmente deve valer. É caro? Sim, principalmente para um país como o nosso que a valorização de cultura é zero e que as pessoas precisam muito dela. E se levarmos em conta que o Brasil praticamente não tem bibliotecas onde as pessoas possam pegar os livros emprestados, fica difícil sem essas mega promoções manter o hobby. 

Por isso a Jota propôs que procuremos acima das grandes redes, as pequenas lojas e livreiros mais próximos que tem todo um trabalho incrível de curadoria para montar seus catálogos expositivos. É o tipo de serviço que aproxima leitor de livreiro, e traz uma experiência quase sensorial ao fato de se comprar um livro. Já tive acesso a esse tipo de ambiente e era simplesmente apaixonada por ele. O daqui infelizmente fechou, como muitos em outras cidades. 

Nessa Black Friday vamos tentar comprar com um pouco mais de consciência, ok? Tanto por causa dessa situação difícil que estamos vivendo com nossos livros, como por vocês mesmo. Estamos no final de novembro e não sei vocês, mas essa época é quando começa a pesar o bolso para o ano seguinte, e se encher de dívidas da compra de livros que em sua maioria vão acumular pó na minha estante não está nos meus planos, e vocês deveriam repensar o de vocês também quanto a isso. 

Sabe o que tenho olhado bastante esses dias? A mochila do ano que vem da escola da minha filha. A dela já não cabem as coisas que precisa levar e precisa urgente de uma nova. O único livro que cheguei a olhar foi o Cartas ao Papai Noel, e sabe onde vou comprar? Estante Virtual. Sim, aquele sebo online. Comprei um livro recentemente por lá, parcelei em 5 vezes suaves e ele chegou completamente novo e lacrado. 

Então aqui vão cinco dicas interessantes para essa Black Friday:

  • Tenha uma lista

Não  compre livros na doida porque certamente vão querer comprar mais do que queriam inicialmente e do que o bolso pode arcar. Até para isso é necessário um planejamento. Então faça uma listinha dos livros que querem comprar e fiquem firme nela. 

  • Procure os livreiros de sua sua cidade. 

Aquelas livrarias pequenas vão fechar se a gente começar a ignorar que elas existem. Então se existe uma livraria pequena em sua cidade - não é o caso da minha -, procure-a antes da grande rede. O preço pode ser mais salgado, porque eles tem uma estrutura física para manter, mas ainda assim pode ser vantajoso para o cenário literário nacional ter apoiadores desses micro empreendedores. 

  • Visite sebos

Recebi um email de um sebo da minha cidade que ia promover uma semana de descontos em livros ficcionais agora final de novembro. E jamais pensem que sebo só tem livro velho. Já comprei preciosidades novas em sebos. Livros que tinham saído nas livrarias em um mês e no mês seguinte já estavam lá. 

  • Não descarte os sebos online

Estante Virtual é meu novo tesouro. Toda vez que quero um livro primeiro vou procurar por lá. Consigo parcelar melhor e você tem como saber se o livro que esta comprando é novo ou usado. Sério, só amor pela Estante Virtual. 

  • Se não tiver jeito, encare a Amazon!

Pois é, se nenhuma das minhas opções diferentes deu jeito, então encare a Amazon. Lembre sempre de pesquisar alguns dias antes, para não serem enganados com promessas de preços baixos que não são mais do que uma tapeação. E quando apertarem o dedo no comprar, não esqueçam de que aquele preço baixo vai prejudicar de alguma forma a editora que você está comprando. Então compre, porque não é burro de deixar passar, mas reflita sobre isso e procure saber como funciona essas super promoções com as editoras. A gente ri quando o livro chega em casa e pagou 50% de desconto, mas quando aquela editora fechar vamos ficar tristes.

Então é isso, pessoal. Comprem, mas comprem conscientes. Cuide do seu bolso e não seja um acumulador de livros que você não tem ideia de quando vai ler. Sabe quantos desses eu tenho na estante? Uns 200, e muitos deles tem mais de sete anos na estante. Fico péssima por isso quando olho para eles, e por isso deixei de comprar mais. 

Ah, já ia esquecendo, se forem comprar móveis para escritório não esqueçam de dar uma olhada nos da Politorno. Fiz um post mostrando minha mesa e o gaveteiro AQUI e lá no canal tem o vídeo do Bookshelf Tour mostrando as estantes. AQUI tem a primeira parte dela. 





Bookshelf Tour (Parte Dois)



Hello, pessoal!
Bom, semana passada trouxemos a primeira parte do tour das minhas estantes, e hoje vamos com a segunda. Achei que só daria uns três videos, mas esqueci que lá em cima ainda tem muio livro. Então se preparem para um último vídeo extra.

Enquanto isso, não esqueçam de se inscrever no canal e ativar o sininho de notificações para não perder nada do que acontece por lá, ok?





Ruínas do Tempo e porque não precisa de um grande "boom" para ser um livro belo

Título: Ruínas do Tempo
Autor: Jess Walter
Editora: Verus
Skoob: Adicionar
Amazon: Comprar

Sinopse: Ano de 1962. Em um trecho rochoso do litoral italiano, um jovem dono de hotel olha para as águas incandescentes do mar da Ligúria e vê uma aparição; uma bela mulher se aproximando em um barco. Ele então descobre que se trata de uma atriz, uma estrela americana, e que ela está morrendo. A história dá um salto e recomeça nos dias atuais, a meio mundo de distância, quando um idoso italiano aparece em um estúdio de cinema procurando pela misteriosa mulher que ele viu pela última vez em seu hotel décadas atrás. O que se desenrola a partir daí é um romance que abrange cinquenta anos e algumas vidas. Da filmagem de 'Cleópatra' à agitação do Edinburgh Fringe Festival, o autor nos apresenta um emaranhado de vidas de uma dúzia de personagens - o apaixonado dono de hotel italiano e seu amor desaparecido; o conservado produtor que outrora conseguiu juntá-los e sua jovem e idealista assistente; o veterano do exército que se tornou escritor e o libertino Richard Burton, cujas vontades são responsáveis pelo desenrolar de toda a narrativa - ao lado dos amantes e sonhadores, celebridades e perdedores que povoam o mundo nas décadas que se seguem.

                                                         



“A Vida, pensou ele, era um ato flagrante de imaginação”.

Ruínas do Tempo é um daqueles livros que aparecem de vez em quando pra mudar o curso das ondas. Não é de leitura fácil (transita no tempo e no espaço por onde corre suas histórias). Passei um bom tempo com ele aberto no kindle e até um inseto voando dispersava minha atenção.

Mas tive uma leve impressão que estava diante de algo especial, assim que abri sua primeira página. E quando acabei, tive certeza.

São diversos personagens, pouco centrais e com exceção de um casal que nem mesmo pode ser considerado de fato como “real”, você não tem tempo de simpatizar especificamente com nenhum. A frágil ligação entre eles na estrutura de narrativa quase tira a beleza. Quase.

Mas Pasquale e Dee me tocaram profundamente e me fizeram refletir sobre minha própria vida. Ele, um Italiano conformado em cuidar da herança deixada pelo pai: um Hotel, depreciado pelo tempo e pela região inóspita em que se situa e por isso,  não recebe muitos visitantes. Ela, uma atriz, em queda livre, que por um drama pessoal e profissional vai se hospedar no mesmo lugar na longínqua ilha de “Porto Vergogna”. E juntos, eles contam uma história. E que história, meus amigos. Triste, real e muito tocante:

“Meu Deus, esta vida é uma coisa fria e frágil. E, ainda assim, é tudo o que temos”.

Enfim, achei belíssimo este livro. Só que difícil de ler já que o autor escolhe tecer o enredo sob diversas histórias paralelas e minimamente interligadas. Quando você se acostuma com um personagem, logo o foco muda para outro. Me senti perdida diversas vezes e em outras frustrada porque queria saber mais “daquele” e não muito “desse”.

Mas olhando o conjunto, ao final das últimas páginas, você compreende porque o livro é assim. É um fiel retrato da vida, parece não fazer sentido num primeiro olhar e é exatamente por isso que funciona. Afinal, não somos todos ligados por uma trama universal do qual entendemos apenas uma pequena parte?

Então resumindo, Ruínas do Tempo é como um presente dado em segredo por uma pessoa, do qual dificilmente poderia compartilhá-lo com alguém e representar para ela tudo que ele foi como leitura para você. É uma pérola pessoal, relegada ao desconhecimento, primeiro porque não faz parte da corrente tão publicada e procurada por leitores ávidos por NA e YA’s. E segundo, porque acredito que serão poucos os que acharão a verdadeira beleza nele.

E tenho que admitir, esse é o terceiro ponto que me fez admirá-lo ainda mais: por sua singularidade no meio literário.

Palavras chave: italianos, romance, Hollywood, drama e guerra.


Veja também: Outros livros densos: