O Plano Original e a intertextualidade de contos de fadas

Título: Plano Original
Autor: Eliza P. Hunter
Editora: Independente
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Sinopse: Pode uma paixão nascer de uma inimizade? A rivalidade de dois estudantes na pequena cidade de Andaluz foi capaz de dividir toda uma escola.Aos 16 anos, Maria está de volta à sua terra natal, depois de seis meses vivendo na Itália.
Sua mãe controladora casou-se novamente e, de repente, por ironia do destino, Maria terá que viver na mesma casa que o garoto que odeia desde que se lembra.
João é o herdeiro da família Albuquerque, filho único do maior empresário no ramo de bebidas do país e inimigo declarado de Maria.
Mas nem sempre foram assim. Por trás da perseguição adolescente há segredos que ambos escondem um do outro.
Segredos capazes de arruinar suas próprias famílias. E de destruí-los pelo caminho.

Intensidade. Essa é a palavra perfeita para explicar esse livro. E embora "intensidade" seja uma palavra apropriada, não acredito que chegue aos pés do que Plano Original pode te causar de intensidade nesse sentido. Da avalanche de sentimentos opostos que se é capaz de sentir com essa leitura. E dou minha cara à tapa se você descordar de mim quando chegar ao fim. Apenas venha, sem amarras ao tradicional porque a autora foge em absoluto dele. 

Já vou avisando que ainda que a história comece com um jovem adulto, ela não é para adolescentes pueris.  Aqui tem sexo, e sexo pesado! Nada degradante, para minha felicidade que costumo odiar livros com hot sem propósito. Quando existe o degradante nessa história, tem tanto fundamento que não me irrita nem um pouco. 

João e Maria foram amigos de infância. Se conheceram em um parque e mantiveram amizade até que um pequeno problema inocente os separou. Mas como crianças exageram em tudo, aquele ato gerou uma bola de neve entre os dois, fazendo com que aquilo fosse responsável por criar a lenda antagônica "João e Maria" na história da escola onde estudavam, da infância até a adolescência. 

Maria vai passar um tempo fora do país, em intercâmbio na Itália, e só volta a encontrar o garoto quando retorna para o casamento da mãe com ninguém menos que o pai dele. Ou seja, seu inimigo mortal agora também será o seu meio irmão. 

Podem imaginar o tamanho do problema que isso vai gerar, não é? Pois é. Andaluz nunca mais será a mesma depois desse retorno. 

Olha gente, esse é um livro que consegue mudar de gênero durante a leitura. Você começa no High School, com as brigas do casal principal ganhando intensidade, e já tendo muita intensidade porque ambos são intensos em absoluto. E ai depois, na segunda parte da história, a gente cai de paraquedas em um New Adult que me deixou com vergonha de ler na presença de outras pessoas, de tão picante e denso que era. 

Não se engane de pensar que João e Maria adolescentes também não tinham fogo nas calças, porque eles tinham, e muito! E esse foi um dos pontos que me fez idolatrar a história. Adolescentes transam, gente! Muito mais que a maioria dos adultos, e fico vendo os autores num puritanismo exagerado para esconder o sexo como se fosse possível na vida real. Achei a colocação da autora muito crível em relação a isso, sem contar que os dois garotos juntos são combustão espontânea. 

A passagem de tempo da história é necessária, mas difícil para a gente que torce e acompanha os dois guris. Porque eu queria constantemente socar os dois por serem adolescentes e um tanto obtusos para certas coisas, e depois quis socar os dois por terem tanto medo de um lado e amargura no outro e não deixar esse sentimento entre ambos fluir. Sendo sincera? Esse foi o meu livro "carol boxeadora" de 2018. Sabe aquele livro que te dar vontade de sacudir os personagens? Olha ele aqui! 

É um paixão maluca deles, gente. Do tipo que cada pessoa só vai experimentar uma vez na vida. Na verdade acho que a maioria nem isso. A dúvida é... Você preferiria viver um amor denso assim e sofrer muito no processo, ou viver em paz sem nunca ter sentido essa intensidade? Eu ainda tenho minhas dúvidas. Não sei se tenho mais coração para me machucar, como eles fazem com frequência. 

E se você curte um hot, puxa a cadeira e chega junto, amiga! Aqui tem muitas cenas, e todas muito diferentes e bem construídas. Nada como aquela coisa manjada que todo autor faz e deixa a história mecânica. Não sou chegada a muito sexo em um livro, mas quando ele é bem feito bato palmas. E aqui a autora esta de parabéns! 

E dai vocês me perguntam... "Mas, Carol, onde entra a intertextualidade com os contos de fadas aqui? Ah, meus caros amigos, precisam vir catar essas migalhas de pão para poder entender". 

Deixo, para finalizar, meu mais sincero amor por esse livro, tanto a versão young adult como a new adult dele, querendo do fundo do meu coração que vocês se doem de vez a essa história e se apaixone por ela exatamente como aconteceu comigo. 

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