Resenha de "A Garota Dele" (Simone Eikeles)

Título: A garota dele
Autor: Simone Elkeles
Editora: GloboAlt (Cedido em Parceria)
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Sinopse: A garota dele é o aguardado spin off de Amor em jogo, de Simone Elkeles. No livro, a autora best-seller explora a história conturbada de amor e de amizade entre Monika e Victor, personagens já apresentados no primeiro livro.Victor Salazar tem má fama no colégio por causa das brigas em que se envolve e por suas notas baixas. À parte as impressões superficiais, Victor tem um bom coração e está sempre tentando proteger as pessoas que ama. Filho de mexicanos, o garoto não tem uma boa relação com o pai e vive com o dilema angustiante de ser apaixonado por Monika, a namorada de seu melhor amigo Trey.
Inteligente e educado, Trey parecia ser o par perfeito para Monika, mas assim que o terceiro ano começa, ele deixa o namoro em segundo plano para se dedicar às missões de se tornar o primeiro da classe e vencer o campeonato estadual de futebol. O relacionamento dos dois começa a esfriar e alguns acontecimentos surpreendentes vão aproximar Monika do “bad boy” Victor.
Com capítulos intercalados, que narram a história sob a perspectiva ora de Monika ora de Victor, o romance preserva o ritmo de suspense e também a complexidade e os desejos de cada um dos personagens. Assim como em Amor em jogo, Simone Elkeles apresenta uma linguagem descontraída ao mesmo tempo em que constrói um enredo profundo e comovente, no qual discute questões como família, amadurecimento e princípios.

Detesto expectativa! Detesto de todo coração! 

Até hoje só li outro livro da autora, que foi o Química Perfeita. Lembro da quantidade de emoções grandiosas que senti com aquele livro, que entrou fácil na minha lista de melhores livros do ano quando li. Isso alguns anos atrás. Então quando peguei A Garota dele esperei de verdade que os sentimentos exacerbados que senti com o outro livro fossem se repetir aqui. Estava redondamente enganada. 

Esse livro é o segundo de uma série que, pelo o que entendi, dá para ser lido sem problema sem ter lido o anterior. Eu não li e entendi perfeitamente. 

Aqui conhecemos Vic Salazar, melhor amigo de Trey, que é namorado de Monika, a quem Vic nutre um amor eterno. Confuso né? Nem tanto. É aquele velho clichê que estamos todos enjoados, e que pessoalmente detesto quando se trata de amigos (o que soaria como ironia se levarmos em consideração que escrevi A Mais Bela Melodia). 

Não tem muito o que se falar em relação ao enredo. Ele é tão absurdamente idiota que me deu nos nervos. Gosto dos personagens da Elkeles, apesar de extremamente parecidos e caricatos. Seguem um padrão interessante, que algumas pessoas podem achar ruim, mas que pessoalmente funcionam comigo. O que me irritou nesse livro não foram eles, e sem o desenvolvimento da trama. Ou melhor, o não desenvolvimento da trama. 

O que me irrita mais do que um livro que não tem um pano de fundo aproveitável, é quando ele tem um pano de fundo aproveitável e o autor trabalha com ele como se fosse o primeiro rascunho de algo que poderia ser grandioso. Sério, eu senti falta de tantos momentos aqui dentro. Momentos que poderiam ser memoráveis se tivessem aparecido.

Seja nas interações familiares de Vic com as irmãs e o pai - que até esse momento não entendo porque o trata daquela maneira; ou de Monika com a família depois da tragédia que cai sobre todos eles. São os pontos em aberto que me irritaram. Era ter tanta coisa boa para explorar e nem terem sido abordadas, ou apenas citadas de leve. 

Estou acostumada com Elkeles trabalhando bem as respostas dos personagens as ações que a vida lhes jogam. E quando eles não reagem? Porque foi isso que senti aqui. Como se ela tivesse começado a escrever e não tivesse terminado. Na verdade, por muitas vezes fiquei me perguntando se realmente tinha sido ela quem escreveu esse livro. Ele é muito abaixo do que sei que ela é capaz de fazer, e isso me irritou profundamente. 

A forma como resolveu o "triângulo amoroso" chega a ser ridícula. Por favor, Simone, você poderia muito bem ter feito algo melhor do que isso, mulher! Jogou coisa que só o cacete e não acabou nenhuma delas! Dá até vontade de chorar. 

Sem contar o final, que me arrisco dizer que é o pior final de livro do ano. Para falar a verdade não tenho ideia de porque dei três estrelas a esse livro. Acho que em consideração a autora, ou ao que sei que ela poderia ter feito aqui. Ele merecia menos. Falhou feeeeio!!

Uma pena, porque Química Perfeita é incrível! 

Resenha de "Pecados do Inverno" (Lisa Kleypas)

Título: Pecados do Inverno
Autor: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Agora é a vez de Evangeline Jenner, a Wallflower mais tímida que também será a mais rica quando receber sua herança. Mas primeiro ela tem que escapar das garras de seus ambiciosos parentes, Evie recorre a Sebastian, visconde de St Vincent, um conhecido mulherengo, com uma proposta incrível: que se case com ela!
A fama de Sebastian é tão perigosa que trinta segundos a sós com ele arruínam o bom nome de qualquer donzela. Mesmo assim, esta cativante jovenzinha se apresenta em sua casa, sem acompanhante, para lhe oferecer sua mão.
Mas a proposta impõe uma condição: depois da noite da lua-de-mel, o casal não voltará a ter relações íntimas. Evie não deseja torna-se apenas mais uma que Sebastian descarta sem piedade, o que significa que Sebastian simplesmente tem que trabalhar mais duro na sua sedução... ou, talvez entregar seu coração pela primeira vez em nome do verdadeiro amor.

 Apesar de gostar por demasia de romances de época, não é um gênero que leio com frequência por opção. Preciso de tempo entre um e outro para não sentir que estou lendo a mesma coisa, com personagens diferentes, porque no final das contas é isso que são: iguais, com nomes diferentes. E não falo isso como uma crítica. Pessoalmente gosto da zona de conforto desse tipo de livro, mas tenho que dar uma tempo entre um e outro, ou não aproveitaria o que deveria dele. 

Uma peculiaridade acerca dessa leitura, é que não li os outros dois livros anteriores da série. Eu sei, isso é meio esquisito, mas os romances são independentes, e ainda que você não tenha lido o que se passou antes, vai entender tranquilamente o que se passa agora. 

Em Pecados no Inverno vamos focar na Evie, a mais quieta do grupo de quatro amigas. Mora com tios, que a criam apenas pelo dinheiro que seu pai manda. Está prestes a ficar noiva de um primo que ela não suporta, só para manter a grana entre eles. Como um modo de escapar do futuro nada promissor, ela procura Sebastian, um homem perigoso que está prestes a falir, e que aceita a proposta de casamento dela visando o dote que receberá pelo casamento. Um arranjo vantajoso para ambos, visto que Evie precisa de um pouco de liberdade para cuidar do pai doente. 

Podem imaginar o que vem disso, não é? Pois é. 

Eles que tinham o casamento apenas como um acordo comercial, acabam se apaixonando um pelo outro. Principalmente pelas coisas que abominam um no outro. 

O casal funcionou comigo perfeitamente. Apesar de preferir mocinhas mais astutas e linguarudas, a autora criou uma protagonista que, apesar de ter esse jeito mais dócil, tem uma personalidade forte e marcante, e tende a ganhar suas lutas com docilidade e uma dose extra de persistência. 

Já Sebastian é o típico mocinho de livros desse tipo. Mulherengo e que acha que jamais vai se apaixonar por ninguém além dele mesmo. Gosto dele também. Ambos tem uma química interessante juntos. 

O crescimento do casal é visível durante a trama. Eles crescem como seres humanos, e também como uma dupla inseparável. É gostoso de acompanhar esse desenvolvimento, e talvez por isso seja o tipo de livro que só leve algumas horas para ler. 

Tem coisas interessantes nessa leitura, como aparecimento de personagens diferentes, intrigas de passado que também convencem e outros pontos pequenos que chamam a atenção do leitor já acostumado com esse tipo de livro. Ler rápido passa a ser um critério, não o desejo. Porque ainda que você saiba exatamente como o livro vai acabar, você quer mais do casal e dos pequenos problemas que os cercam. 

Uma coisa muito bacana aqui é a jogada do casal do próximo livro. Quando estamos em uma história de um casal, raramente vemos pontos de vistas de terceiros, a não ser que seja sobre o casal principal. Mas aqui a autora jogou uma cena deliciosa sobre os protagonistas do próximo livro, pela visão deles, e colocada de uma forma encantadora. Pessoalmente gostei muito disso, e estou ansiosa por mais deles.

É um livro padrão para romances, e não por isso menos instigante. Recomendo com certeza!


The OA e a poesia da expressão da alma


Título: The OA
Criado por Zal Batmanglij, Brit Marling (2016)
Com Brit Marling, Emory Cohen, Scott Wilson...
País EUA
Gênero Drama
Status Em produção
Duração 60 minutos 

Sinopse: Prairie Johnson é uma garotinha cega que desaparece. Sete anos depois, ela retorna, com a visão perfeita. A jovem (Brit Marling) tenta explicar aos pais o que aconteceu durante a sua ausência. Para a surpresa de todos, ela diz que nunca realmente se foi, mas estava em outro plano da existência... Num lugar invisível.



Minha ausência tem uma explicação: Filhos. 
Se com um deles eu achava complicado dar conta de tudo, avalie agora que tenho dois e que a caçula parece ter morado algum tempo com o Pan, aquele da floresta, porque sinceramente nunca vi menina tão danada e inquieta. Eu em casa não paro dois minutos. 

Então imagina como deve estar difícil assistir ou ler ou fazer qualquer das coisas que eu sempre gostei muito, mas que exigia tempo meu. Adivinhem como consegui então assistir uma temporada inteira de uma série? Isso! Virando duas madrugadas. 

Minha intenção não era essa. A ideia consistia em ver um episódio por noite e em pouco mais de uma semana concluir. Mas quem disse que eu consegui? Eu precisava de mais. Minha alma pedia mais. 

Ok, não dá para falar muito de The OA sem revelar demais, e acho que uma das coisas mais espetaculares ao longo da serie, é descobrir como as coisas acontecem, e ir gamando nelas aos poucos, sem cobranças ou expectativas. De fato não tinha expectativa alguma sobre nada, só me deixei levar pela sinopse e o teor de ficção científica que ela apresentava, e fui indo, sendo guiada por um roteiro pra lá de inteligente e emocional. 



Até o quinto episódio eu estava mais pela curiosidade acerca de Prairie, do grupo que ela recrutara e o que diabos ela iria querer com eles. Não tinha gostado de personagem algum além de Steve, que era o menos carismático - e mais problemático - de todos. Mas eu sempre tive uma queda por personagens problemáticos, então isso não foi bem uma novidade. Mas depois do quinto episódio eu fiquei simplesmente por paixão ao conjunto de tudo o que vi e senti. Principalmente ao que senti. 

Se não tinha apego a personagem algum até então, parece que todos ganham uma dimensão inenarrável a partir disso. Três episódios, já que a série conta com oito ao todo, foram suficientes para me fazer terminar de assistir e entender que as coisas chegam quando tem que chegar para mim, e eu precisava sentir tudo o que está no meu peito nesse momento depois de duas madrugadas sem dormir por causa de The OA. 

Posso estar sendo levada pela falta de sono benéfico ao falar isso? Sim, claro! Afinal, muitas das críticas sobre a série foi acerca da falta de ação, da lerdeza em muitos momentos, e de a maioria das pessoas não encararem a série como ficção científica, como o Netflix vendeu. Já li de tudo desde que a série foi lançada, e acho que em muitos momentos as críticas fazem sentido. Se eu fosse cheia de expectativas, eu teria quebrado a cara. Tem ficção? Sim, só que ela fica por debaixo dos panos do tapete psicológico construído pelos roteiristas com coisas cotidianas, como família ou morte e vida e a forma como quem fica encara isso. 


Temos dois núcleos de personagens, que a única coisa que tem incomum é a Prairie. O primeiro que nos é apresentado, é composto por um grupo de adolescentes desfuncionais (meu tipo de adolescente predileto), uma professora com muitos problemas, e a garota que era cega e que agora é o milagre da cidade. No outro núcleo, do qual não posso falar muito para não perder a graça, também temos um grupo de pessoas que de início eu achava um saco, mas que foram me ganhando de uma forma que nem sei explicar. Hoje, ao final da temporada, não a enxergo sem eles. Parece que todos são pedaços de um quebra cabeça cósmico. De fato a série nos faz entender o papel de cada ser humano na Terra, mesmo aqueles que acham que não tem papel algum. Como somos ligados e nem percebemos isso. 

Existem milhares de pontas soltas, não vou mentir. Mas na verdade isso não tirou o amor que senti por tudo, só me deixou mais curiosa. Quando terminei de assistir e me peguei rindo e chorando, de olho para o teto, sem saber exatamente o que pensar, foi que percebi que talvez o negócio com The OA não fosse para se pensar, mas realmente para se sentir. Existe poesia na ideia da morte, e a série trabalhou isso com outros temas, mais ficcionais, que deixa uma sensação de plenitude em quem já perdeu alguém que amava muito. 


Outra coisa que adorei foram as atuações em conjunto com os esteriótipos de cada personagem, principalmente os adolescentes. São tipos sociais que você acha com frequência por ai, e que na maioria das vezes ninguém dá muita corda para eles, mas são sensacionais. De um modo que eles nem percebem, são incríveis por enxergarem um mundo tão ao extremo, de qualquer lado que seja, e isso foi muito importante para o plano de Prairie. Eles são nós em uma linha resistente e única feita de material estelar e inquebrável. 

Existe algo de teatral nessa série. Não sei dizer exatamente o que é, mas há momentos em que o uso do corpo é tão exagerado e potente que você se pergunta se não foi dirigido por um diretor de teatro, que queria com isso elevar o grau de sentimentos de quem assistia. No cinema um pequeno gesto já é necessário, mas aqui eles são grandes. Os movimentos tem significado e sentimento, as expressões tem significado e sentimento, e não tem como negar que elas tocam você em algum lugar que te faz querer rir ou chorar. Ou os dois, como foi o meu caso. 


O final da série foi de uma poesia alucinante, e você fica nervoso porque vai ter que esperar um bocado para saber como vai continuar, porque ela finaliza de uma forma que ainda que fiquei pontas soltas, é um final, e é belo e significativo em graus absurdos de emoção. Então ele se faria completo, e fico receosa (e ansiosa) por como vai continuar. 

Eu vi algo em The OA que muita gente não viu. Possivelmente você também poderá ser uma dessas pessoas. Não senti como se estivesse vendo uma série de ficção, como Stranger Things, por exemplo. Para mim foi muito mais drama e sentimentos, e isso pode não agradar geral. Normalmente não agrada. Mas para mim foi algo. Algo tão grande que estou até agora em paz. Uma sensação de plenitude surreal. 

Se OA for o som do eterno, acho que me atingiu exatamente como deveria. Nesse momento eu posso fechar os olhos e de certeza sentirei o cosmo respirando em seu silêncio. Me inserindo nesse processo, e me mostrando que sou parte dessa rotina, e que ela me pertence. 

Talvez essa "resenha" tenha sido subjetiva demais, mas é preciso assistir The OA para entender que é preciso subjetividade para explicá-la. Não vá esperando ação, mas vá de peito aberto para sentir tudo o que ela lhe proporcionar. E sinta. 

Resenha de "50 anos de Jornada nas Estrelas" (Edward Gross e Mark A. Altman)

Título: 50 anos de Jornada nas Estrelas
Autor: Edward Gross e Mark A. Altman
Editora: Globo Livros
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Sinopse: Após seis séries de tv, treze longas e cinco décadas como ícone da cultura pop, Jornada nas estrelas se tornou uma das franquias mais duradouras e rentáveis de Hollywood. Na mesma época da estreia no Brasil de Star Trek: Sem fronteiras, nova adaptação para os cinemas, a Globo Livros lança o primeiro volume de 50 anos de Jornada nas estrelas. A coleção reúne histórias de bastidores narradas por pessoas diretamente ligadas à série, como seu criador Gene Roddenberry. Repleto de revelações surpreendentes, cartas, roteiros alterados e memorandos trocados entre a equipe, este primeiro volume aborda o período que vai da criação do conceito da série original estrelada por William Shatner e Leonard Nimoy até os anos seguintes ao seu cancelamento.
Jornada nas Estrelas foi uma das primeiras séries a debater questões como política e injustiça social e foi também uma das primeiras a apresentar um elenco multicultural e multirracial. Talvez por isso a série tenha conquistado uma legião de fãs apaixonados, que inclui nomes que vão de Martin Luther King Jr. a Barack Obama, de Angelina Jolie a Eddie Murphy. Para mostrar como o lendário piloto lendário criado por Roddenberry vendera há cinco décadas viria a se tornar uma franquia que impactou o mundo, dois dos maiores especialistas mundiais em ficção científica, Edward Gross e Mark A. Altman, conversaram com profissionais e personalidades que tornaram esse fenômeno possível. Além do genial criador de Jornada nas estrelas, a dupla ouviu produtores de cinema e tv, executivos de emissoras de televisão, roteiristas, diretores como J. J. Abrams Philip Kaufman e Robert Wise, e membros do elenco, como William Shatner, Leonard Nimoy e Nichelle Nichols, que interpretaram respectivamente os lendários capitão Kirk, sr. Spock e tenente Uhura.
Dedicado tanto aos fãs da franquia e aos apaixonados pela cultura pop quanto àqueles que querem conhecer um pouco mais sobre os surpreendentes bastidores das produções hollywoodianas, 50 anos de Jornada nas estrelas é a coleção definitiva sobre uma série que se tornou objeto de culto e um verdadeiro mito contemporâneo.

Se vocês me acompanham há algum tempo sabem o quanto sou apaixonada por todo esse universo ficcional intergaláctico. Comecei com Star Wars, e quando ele não me foi mais suficiente, pulei também para Star Trek. E ainda que as pessoas falem da semelhança ou da cópia que o segundo é em relação ao primeiro, vejo particularidades em Jornada nas Estrelas que não via em Guerra nas Estrelas, e vice e versa. Cada um tem o que contar para seu público. Amo absurdamente ambos, e quando estou procurando algo bem mais leve e que sei que não vai me cansar, é em Jornada que aposto. 

Quando a Globo surgiu com a ideia desse livro, eu já estava em êxtase. Não morro de amores por livros que são histórias não autorizadas sobre filmes ou séries. De alguma forma me sinto lendo algo que não posso exatamente confiar, e esse é o único motivo que me fez tirar uma estrela do livro. Enquanto fã eu quero a verdade, e me pergunto o quanto tem de floreio por parte de quem o organizou. 

Não é um livro para você que quer começar a entender Jornada nas Estrelas. Realmente acredito que vocês devam começar pela série clássica, passar para as posteriores e só assim tentar um livro sobre bastidores. Afinal, é um livro para fãs. Para pessoas que querem expandir os conhecimentos acerca da série. 

Se você tem problemas com a falta de tecnologia e ritmo dessas séries mais antigas, como eu tive com as primeiras temporadas de Doctor Who e o próprio Jornada nas Estrelas, então comece pelos filmes mais recentes, que seriam o Star Trek de 2009, o Star Trek Into Darkness de 2013 e o Star Trek Beyond de 2016. Se você gostar dos filmes, aí sim recomendo ir para as séries clássicas e livros, porque já estará encantado pelos personagens e todo o universo da Frota Estelar. 

Esse livro comemorativo dos 50 anos de Jornada é voltado exclusivamente para fãs e vai contar com diversos relatos da equipe que participou da série. Relatos curtos, e isso talvez tenha me irritado um pouco. Quando parecia que eu estava envolvida numa entrevista, mudava para a de outra pessoa, que tinha uma perspectiva diferente dos acontecimentos. É legal ver como as ideias se cruzam e se afastam acerca de um filme de ficção na década de 60, onde a corrida espacial estava no meio de uma guerra fria entre os EUA e a União Soviética. Até o fato de ter como um dos protagonistas um russo, o Chekov, gerou uma certa polêmica na época, e até isso está ali subtendido nas entrelinhas das entrevistas. 

O cinema de alguma forma tem um pé muito forte na política. Veja que quando algo grande está acontecendo no mundo, os cineastas usam isso como ponto de partida para criar histórias que certamente puxarão um grande público interessado naquilo. Seja nas duas grandes guerras, na guerra civil americana, no atentado ao World Trade Center... Tudo de grandioso na nossa história gera um conteúdo cinematográfico, e isso não foi diferente na criação de Jornada nas Estrelas. 

Para os fãs, eu recomendo a leitura e até como parte do acervo de coleção. Não é totalmente informativo, mas tem fatos interessantes que eu, como fã, gostei muito de ler sobre. 

Resenha de "A Fúria e a Aurora" ( Renée Ahdieh)

Título: A Fúria e a Aurora
Autor: Renée Ahdieh
Editora: Globo Alt (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Personagem central da história, a jovem Sherazade se candidata ao posto de noiva de Khalid Ibn Al-Rashid, o rei de Khorasan, de 18 anos de idade, considerado um monstro pelos moradores da cidade por ele governada. Casando-se todos os dias com uma mulher diferente, o califa degola as eleitas a cada amanhecer. Depois de uma fila de garotas assassinadas no castelo, e inúmeras famílias desoladas, Sherazade perde uma de suas melhores amigas, Shiva, uma das vítimas fatais de Khalid. Em nome da forte amizade entre ambas, Sherazade planeja uma vingança para colocar fim às atrocidades do atual reinado. Noite após noite, Sherazade seduz o rei, tecendo histórias que encantam e que garantem sua sobrevivência, embora saiba que cada aurora pode ser a sua última. De maneira inesperada, no entanto, passa a enxergar outras situações e realidades nas quais vive um rei com um coração atormentado. Apaixonada, a heroína da história entra em conflito ao encarar seu próprio arrebatamento como uma traição imperdoável à amiga.
Apesar de não ter perdido a coragem de fazer justiça, de tirar a vida de Khalid em honra às mulheres mortas, Sherazade empreende a missão de desvendar os segredos escondidos nos imensos corredores do palácio de mármore e pedra e em cenários mágicos em meio ao deserto.

Livros que falam sobre o deserto? É comigo mesmo!

Quando a editora Globo liberou pedido para os parceiros, o primeiro livro que pensei foi em A Fúria e a Aurora. Primeiro que essa capa é muito delicinha, depois que esse título é incrível. E por último saber que ele é baseado na história da Sherazade, e que tem Khorasan como cidade base onde a história se desenrola. Porque ainda que hoje em dia a cidade seja mais escombros do que qualquer outra coisa, um dia ela foi uma cidade suntuosa, e gosto de imaginar que ela continua assim. Sonhar não custa nada. Ainda. 

Então temos aquela história base que é tão comum. Tem esse Califa, o Khalid, que mata todas as esposas com que se casa, e ninguém sabe exatamente o motivo. E quando isso acontece com a melhor amiga de Shazi, Shiva, ela resolve enfrentar o cara, casando com ele. A ideia de Shazi é matá-lo, mas acaba que isso passa a ser um pouco mais difícil do que ela imaginava. E por isso as histórias... um modo de fazer com que Khalid se entretenha e a mantenha viva por mais uma noite. Ela sempre precisa de mais uma noite.

Do outro lado temos Tariq, o amor de infância de Shazi, que ao descobrir que ela se casou com o Califa, move mundo e fundo em busca dos inimigos de Khalid, orquestrando uma revolta popular. Tudo para resgatar sua Shazi antes que ela acorde morta. 

Ok, não posso dizer que é um livro totalmente sem falhas. Na verdade é um livro cheio dela, mas tem coisas tão incríveis nele que os problemas meio que ficam por debaixo dos panos. Á margem das boas ideias da autora. 

Renée deu uma boa explicação para as mortes provocadas pelo Califa. Você vê desde o início do livro que nada daquilo é exatamente culpa dele, mas não se sabe como ou o porquê. Isso a gente só vai descobrir lá para o final, e ainda que não seja um motivo super inteligente, ele é bom. É meio que compreensível. 

Claro que a autora quer pintar um príncipe de contos de fadas com Khalid, e isso foi meio irritante. Não dá para ser bonzinho o tempo todo, e depois de tudo o que o cara já passou, é até compreensível que ele seja mau em alguns momentos.  Então eu senti falta disso. O cara parecia um cachorro assustado em metade do tempo, e no outro fazia birra igual criança. Ah, vá! Não, né, amigo! 

Shazi também teve seus problemas. Por exemplo, se casar com um cara que mata as mulheres pela manhã sem um único bom plano de como matá-lo, que era a princípio o que ela foi fazer no palácio. Tudo bem que a garota só tem dezesseis anos e isso conta contra ela. Meninas são impulsivas e Shazi é exatamente assim. E ainda que tenha comportamentos por vezes infantis, nota-se que ela é uma rainha que super corresponde ao que o cargo espera dela. 

O relacionamento deles me pedia mais. Quando Khalid confessa o motivo de ter mantido Shazi viva desde a primeira noite, eu não engoli. Não dá para explicar muito por aqui, mas parecia redondinho demais, e não curto quando as coisas parecem montadas para aquilo. 

Sabe-se que Sherazade ficou viva aquelas mil e uma noites por conta do curiosidade do rei acerca de suas histórias, e em A Fúria e a Aurora a gente tem uma explicação até freudiana para isso. A mãe de Khalid lhe contava histórias quando era criança, e pela forma bruta com a qual ela morreu, Khalid absorveu tudo da sua infância que tinha relação com ela e transformou nos pontos fracos da vida adulta. Entendo isso e acho perfeito. Pena que nesse livro a parte das histórias seja tão superficial. Queria mais. 

Esse é o primeiro livro da série. E realmente ele acaba com muita coisa para acontecer. Sinto que o próximo será tipo "UOU". Gostei desse, com as ressalvas de uma pessoa extremamente chata:Eu. Mas o próximo promete bastante, e estou maluca para ver como aquele monte de problemas vai se resolver. 

Resenha de "As Letras do Amor" (Paula Ottoni)

Título: As Letras do Amor
Autor: Paula Ottoni
Editora: Novo Conceito
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Sinopse: Bianca acabou de largar um curso de graduação de que não gostava, seus pais vão se divorciar e seus irmãos pequenos estão cada dia mais barulhentos. A oportunidade perfeita de escapar surge quando seu namorado, Miguel, resolve ir a Roma abrir uma empresa para o pai. Bianca decide que aprender italiano, arrumar um trabalho temporário e ajudar Miguel em seu negócio será um bom começo. O que parecia um sonho, porém, torna-se uma incerteza ainda maior quando Miguel fica sempre fora de casa, os empregos de Bianca não duram mais que uma semana, e, cada dia mais próxima de Enzo – o melhor amigo de Miguel, com quem moram –, ela começa a questionar seus sentimentos.

Depois de semanas tentando acabar um livro tão curto, cheguei a conclusão de que ele, apesar de fofo em alguns momentos, não é para mim. Ou melhor dizendo, não é para o meu tipo de perfil literário. 

Entenda que não tenho problema algum com livros mais jovens, com temáticas mais jovens. Já li muitos e sou apaixonada por vários. Acredito que o problema seja quando um livro mais jovem não te deixa uma sensação de aprendizado, de que algo ficou. Ai sim fico achando que perdi meu tempo, e detesto descobrir que perdi meu tempo. 

O livro vai contar a história de Bianca, uma jovem adulta que está em uma fase confusa. Os pais prestes a se divorciar e ela que não sabe o que quer da vida profissionalmente. Largou a faculdade e está em busca daquilo que lhe servirá para o futuro. 

No meio dessa confusão temos Miguel, o namorado, que está prestes a embarcar para a Itália e colocar para frente o projeto de uma extensão do comércio do pai. Vai passar uns meses com Enzo, um amigo, e chama Bianca para ir com ele. 

Pensando que isso pode ser um bom ponto de partida para entender o que quer para sua vida, Bianca arrisca e vai. Só que o que poderia ser a solução dos seus problemas, é na verdade a criação de um outro, porque Enzo está lá, e é nerd, lindo, e atencioso demais para não ser notado. 

Então, um triângulo amoroso. Confesso que não é dos meus temas prediletos, apesar de amar alguns livros onde eles aparecem. Mas os livros que gosto onde aparece essa temática, são tão fantasticamente bem construídos que não sinto como se a situação fosse uma forçada de barra do lado do autor para conquistar um determinado público. Não que seja o caso desse livro, até porque essa indecisão de Bianca está nítida até na sinopse da história, então não foi forçado.

Só que não vi poder nas atitudes dos personagens, saca? Não vi determinação em Bianca, achei o Miguel um idiota pela cegueira em frente aos acontecimentos que estavam se desenvolvendo a sua volta, e achei Enzo um completo imbecil por não ter ido lá e feito o que era para ser feito antes de tudo virar uma bola de neve em cima da garota. Qual é, amigo?! Você criou a situação também, não enrole! O amigo é seu, cara! Vai lá e conversa de boa! Mas ele fez isso? Nãaoo! Deixou para a indecisa em grau maior. Aff

Já deu para notar que foi um livro que me deixou nervosa em muitos sentidos, né? Pelas atitudes sem lógica dos personagens ou pela falta delas. Eu sou muito fixa nas minhas ideias, e quando eu me jogo eu vou de verdade, e ler sobre personagens que ficam arrodeando uma situação X e não a enfrenta me irrita imensamente. 

Acho que era um livro que poderia ter sido mais. Ter tido mais. A ideia é boba e clichê, mas ela funciona para um determinado público. E como disse lá em cima, eu até gosto do tema, quando ele é bem trabalhado e os personagens tem atitudes, e não ficam chupando manga e vendo o sol nascer quadrado. 

Talvez um livro para uma menina mais nova. Comigo não rolou, e não vejo isso com uma culpa totalmente do livro, mas da minha personalidade forte tendo que ler coisas aparentemente rasas para a minha idade. 

Resenha de "Essa Luz Tão Brilhante" (Estelle Laure)

Título: Essa Luz Tão Brilhante
Autor: Estelle Laure
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: O pai dela surtou e foi internado. A mãe disse que ia viajar por uns dias e nunca mais voltou. Wren, sua irmãzinha, parece bem, mas já está tendo problemas na escola. Lucille tem só 17 anos, e todos os problemas do mundo. Se não conseguir arrumar um emprego para pagar as contas e fingir para os vizinhos que está tudo em ordem, pode perder a guarda da irmã. Sorte a dela ter Eden, uma amiga tão incrível que se dispõe a matar aulas para ajudá-la. Azar o dela se apaixonar perdidamente justo agora, e justo por Digby, o irmão gêmeo de Eden, que é lindo, ruivo... mas comprometido.Essa luz tão brilhante é a história de uma garota que descobre uma grande força dentro de si enquanto aprende que a vida e o amor podem ser imprevisíveis, assustadores e maravilhosos – tudo junto e misturado.


Pedia mais. Foi tudo o que consegui pensar ao acabar essa leitura. Uma história com uma ideia simples, mas eficiente para o público ao qual ela se destina, que acabou pecando por falta. Faltava aquele algo mais que me encanta em livros YA. Ou o problema é realmente comigo e todo o dramalhão que gosto de encarar a vida. 

Lucille não é das protagonistas mais incríveis, mas dou o braço a torcer pela perseverança dela em se manter tomando conta de tudo quando a mãe some pelo mundo, após o pai ser internado em um hospital psiquiátrico. 

Como é de menor, e tem uma irmã pequena, a menina morre de medo de que se a assistência social bater no lugar, acabem separando as duas e deixando um lar mais desestruturado do que já está. 

Por causa disso Lucille se vira em mil para fazer as coisas funcionarem, arranjando até um trabalho em meio expediente para manter as contas da casa, já que a mãe, em sua completa maluquice, não deixa qualquer suporte para as meninas se manterem sozinhas. 

Ai entra a melhor amiga, Eden e o irmão lindo dela, Digby, que ajudam Lucille ficando com a irmã quando a garota precisa ficar até mais tarde no trabalho - que é sempre. Só que você manter uma vida de adulto quando não tem estrutura psicológica para isso é bem complicado. O que acaba exigindo muito da própria Lucille enquanto adolescente em relação as amizades, aos sonhos, as paixões...

De modo geral é um livro bom, para algo tão fininho. A estrutura da trama te envolve com facilidade, e é difícil largar antes que chegue a última página. Acho que me senti presa a todo momento pensando se a mãe de Lucille voltaria, se o pai daria um suporte ou para descobrir quem andava abastecendo sua geladeira e arrumando a casa na surdina. São os detalhes que te prendem, e eles são bacanas de acompanhar. 

Eu tinha tanta raiva da mãe de Lucille o tempo todo, que sinceramente se fosse eu no lugar dela, nunca mais iria querer olhar na cara dessa criatura. Que ser mãe é difícil e as vezes dá vontade de sair correndo, isso eu sei. E como sei! Mas independente de qualquer coisa, são crianças que dependem de você. Tire um dia de folga, ou até uma semana. E se realmente não conseguir aguentar o tranco, passe a responsabilidade para alguém que possa. Mas abandonar duas meninas sozinhas é desumano. 

A empatia que criei com Lucille vinha muito da pena. Ela me irritava em muitos momentos. Era meio cega para coisas óbvias e descontava a frustração em coisas não tão óbvias. E tudo bem porque a menina foi abandonada a própria sorte, mas isso era um traço irritante nela. Nada que tire a magia do livro, mas irritava. 

Tive uma verdadeira paixão por Wren e Digby. Pela infância pura da garotinha, ainda que a a vida tenha lhe dado muitas rasteiras, e pela auto confiança do carinha lindo, que sempre estava disposto a ajudar. 

Claro que muitas das coisas que acontecem nesse livro são surreais. A facilidade com a qual Lucille conseguiu emprego e ganhava gorjetas tão boas. As amizades que pareciam brotar para ela mesmo sem pedir, e o anjo secreto que arrumava sua casa, cortava sua grama e abastecia sua geladeira. Fico pensando como teria sido se Lucille não tivesse tido toda essa ajuda. Não teria, né?

Adolescentes criando crianças, que criam bebês é uma coisa tão comum no Brasil que eu não via como algo tão anormal. Isso é o que mais existe por aqui, e nenhuma assistência social pode dar jeito na quantidade de abandonos. Saber dessa situação social nacional não faz eu gostar dos pais brasileiros por abandonar seus filhos. Em alguns casos eu penso que é até melhor, sabe. Eu já vi muitas atrocidades com crianças porque crianças resolveram ter crianças e não sabem lidar com a vida após isso. Eu tenho trinta anos e tem dias que quero simplesmente morrer de tão cansada e impaciente que fico. 

O final pedia um pouco mais. Algumas explicações que não foram dadas, e pequenos detalhes que a autora deixou passar. Na verdade penso que era um livro que pedia um epílogo. Ficou aquela coisa no ar sobre a mãe de Lucille, e realmente eu teria ficado bastante irritada se o que deixou no ar realmente acontecesse. Não sou uma especialista em coisas irremediáveis, mas nesse caso a pessoa teria que comer muita poeira para que eu aceitasse novamente. 

Recomendo sim, viu gente? É um livro pequeno, mas redondinho no essencial. Pode ser que deixe a desejar em vários quesito e que você vá esquecer a história depois de um mês de leitura, mas algo fica, como dizia minha avó. E ele tem essa coisa que permanece depois da última página. 

Do que você sente medo?


Depois de anos assistindo filmes de terror — os bons e os péssimos — cheguei à conclusão de que o medo é um sentimento altamente subjetivo. E em que momento consegui chegar a essa definição? Depois de ler IT.

Quem ainda não leu o livro de King e não tem medo de palhaços, pode achar a ideia do livro uma completa babaquice. Confesso que até eu em algum momento, muitos anos atrás, cheguei a pensar algo parecido.

Acontece que só depois que você lê a proposta do autor é que entende que aquele palhaço é uma alusão ao medo de maneira geral. Que ele apresenta-se daquela forma porque muitas crianças tem medo da figura do palhaço, e os protagonistas do livro são crianças inicialmente.

É tanto que em muitos momentos da história Pennywise assume as mais variadas formas, dependendo de quem ele quer atingir. E isso é uma puta sacada do autor, porque o medo assume formas diferentes para pessoas diferentes.

Quando eu era criança tinha um medo ridículo de bonecas no meu quarto. Fazia minha mãe tirar a caixa inteira com todas antes de dormir. Achava que no escuro elas me espiavam e que a qualquer momento pulariam em mim. Não tinha medo de palhaços ou monstros no guarda-roupa, mas bonecas eram o meu pesadelo.

Devo isso a muitos dos filmes de terror da década de 80/90. Bonecos assassinos, brinquedos assassinos e vários outros títulos desse tipo que me aterrorizavam. Eu era a garotinha que assistia A Profecia bocejando, mas detestava o Chuck com todas as minhas forças.

Não sei se vocês lembram, mas foi também nessa mesma época que começaram aqueles boatos sobre a boneca da Xuxa ser amaldiçoada – eu tinha uma – e de que Fofão vinha com facas e objetos cortantes dentro – também tinha um.

E o que Carol fez? Doou – caridosamente – todos os seus bonecos na comunidade em que morava. Lembro que minha mãe quase comeu o meu fígado, e precisou de um dia inteiro catando as crianças da rua a quem eu tinha doado os brinquedos, para pegá-los de volta.

Hoje em dia o meu pavor são filmes sobre fantasmas. E não estou falando de algo do tipo Os Caça-Fantasmas, mas coisas no estilo Invocação do Mal. Mas como sempre fui uma criança que adorava filmes de terror, eu continuo uma adulta que adora, só não tem mais coragem de assistir sozinha. Ou de noite. Em resumo, fiquei uma medrosa que precisa de uma sala cheia de gente para conseguir ver O Chamado sem me esconder embaixo do travesseiro.

Por outro lado, tenho um amigo que mora numa casa super macabra, sozinho, e que só assistia a esse tipo de filme de noite. Sempre viu todos de boa, até ter o primeiro contato com o filme O Grito. Depois disso ele nunca mais assistiu. Pessoalmente acho o filme patético, mas atingiu ele de uma maneira particular que o deixou aterrorizado.

Às vezes é uma questão de afinidade com a trama, com a personagem ou a construção de um enredo de maneira geral. Eu tenho esse pavor imenso de fantasmas porque minha família tem uma história amedrontadora de acontecimentos bizarros e que é sempre pauta das reuniões familiares. Quantas vezes vi minha mão conversando sozinha? Sim, ela não estava sozinha. Só que EU não conseguia ver o que ela via.

Quantas outras vezes eu sentia alguém mexendo no meu cabelo e não tinha ninguém. Sentia cheiros que não sabia de onde vinham. Ouvia sons impossíveis de existirem naquele momento. Apesar de ser uma das únicas da família que passa longe da mediunidade no quesito ver e falar, eu fico próximo nas outras partes sensoriais. E isso me assusta. O que não posso ver me assusta, e sempre digo aos fantasminhas da minha casa - que minha mãe diz serem muitos e adorarem meu quarto – que se for de aparecer, não venham no susto nem com música de filme de terror.

Já minha mãe, que é super corajosa para essas coisas, morre de medo de baratas. Sim, aqueles bichinhos asquerosos que – de acordo com ela – são mutantes que vieram para dominar a Terra. Eu, por outro lado, sou a Caça-Baratas da minha casa.

Viram só como o medo é subjetivo?

Cada pessoa tem o seu fraco, e isso depende do momento de vida que está vivendo, do meio cultural ao redor, e dos acontecimentos que marcaram. Às vezes um trauma de infância marca para o resto da vida, e às vezes um acidente na vida adulta faz com que você tenha trauma de viagens de carro ou de altura.

O fato é que o medo é pessoal. Em alguns momentos é intransferível, e tem deles que podem ser transmitidos para outras pessoas num determinado momento. Como uma cena bizarra de Jogos Mortais, ou A Noite dos Mortos Vivos, onde uma situação leva a um medo generalizado.

Por isso o palhaço de It é incrível, a meu ver. Porque assume diferentes formas de acordo com a necessidade do susto. Eu enfrento um palhaço de boa se ele não vir escondido embaixo de um lençol como em O Sexto Sentido, ou sair sussurrando pela casa... Caroliiiiinee!

Abaixo segue uma lista de livros selecionados por mim, do catálogo da DarkSide Books, para diferentes tipos de medo. Se você for uma pessoa corajosa, vai enfrentar o diabo do medo e se aventurar justamente no SEU tipo de medo! Se você for igual a mim, vai enfiar a cabeça no travesseiro e chorar feito um bebê. 

E ai... que tipo de pessoa é você? E do que você mais sente medo?

O Além...




Horror com crianças...


            O Menino que desenhava Monstros  Menina Má   Os Gonnies - Não é terror, mas vai que...


Filmes que arrepiam...


                      Os Pássaros  Donnie Darko   O Massacre da Serra Elétrica  Hellraiser  
                        Sexta-Feira 13    Tubarão     A Noite dos Mortos Vivos      Psicose

Resenha de "George" (Alex Gino)

Título: George
Autor: Alex Gino
Editora: Galera Junior (Cedido em Parceria)
Skoob: Adicionar

Sinopse: Seja quem você é. Quando as pessoas olham para George, acham que veem um menino. Mas ela sabe que não é um menino. Sabe que é menina. George acha que terá que guardar esse segredo para sempre: ser uma menina presa em um corpo de menino. Até que sua professora anuncia que a turma irá encenar “A teia de Charlotte”, e George quer muito ser Charlotte, a aranha e protagonista da peça. Mas a professora diz que ela nem pode tentar o papel porque... é um menino. Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, George elabora um plano. E depois que executá-lo todos saberão que ela pode ser Charlotte — e entenderão quem ela é de verdade também.




É certo que se uma pessoa passa a vida escutando que ser diferente é errado, ainda que não pense igual, ela vai analisar com um certo estranhamento quando alguém diz que é diferente. Não tem jeito, as coisas são exatamente dessa forma! Claro que nada pode ser tão preto no branco, mas quando você cresce em um meio cultural, ele se agarra a você de maneira às vezes irreparável. 

Quando eu terminei de ler George, pensei em uma série de crianças que também poderiam ler esse livro e que em algum momento no futuro vão lembrar dele e encarar com menos estranhamento ser diferente. Afinal, diferente e igual é apenas uma questão de ponto de vista. 

Se você, como criança, ler livros desse tipo ainda na fase de formação de suas ideias, certamente que ESSA ideia vai permanecer em você e ajudá-lo a fazer com que seja uma adulto questionador e flexível. Eu leria - e lerei - esse livro para os meus filhos justamente porque quero que eles conheçam o mundo e tenham suas próprias ideias sobre o que é ser normal. 

Ler George, para mim, foi muito mais do que ler uma história boba, porque no final das contas é uma história simples. Eu analisei como mãe, e o coloquei no patamar do início de uma nova era. Uma era de pessoas que veem o errado e o certo de maneira mais pura e limpa, e não movido ao que os adultos que o cercam pensam sobre as moralidades do mundo. 

Matar e roubar para mim são coisas erradas. Ter uma opção sexual diferente, ou uma cor de pele diferente, não. E a forma como a autora abordou essa "diferença" do personagem na história é bonito justamente por ser simples. Uma menina que nasceu em um corpo de menino, e ponto. Não tem muita coisa dramática nisso, e é bom analisar essa estrutura de personagem com uma ótica simples. 

A forma como o livro é conduzido é interessante. Desde o início os pronomes e artigos que se referem a George são femininos, mostrando que é exatamente dessa forma que o personagem se enxerga. E isso até para o leitor é reconfortante. Não há uma dúvida por parte dele/ela. Então não há porque existir uma dúvida por parte de quem está lendo. 

Ainda que tenha pensando que alguns momentos foram meio forçados, acredito que eles foram necessários para o público ao qual George se destina. E só por levantar uma questão tão importante e latente na sociedade hoje em dia, e ocultada das crianças pelo "estranhamento" que ela gera nos adultos, eu acho que esse livro vale ouro. 

Simples, singelo e de bom tom. Uma bela pedida para ser trabalhada nas escolas e com seus filhos em casa. 

Por um mundo com mais livros como George e por mais crianças flexíveis e menos preconceituosas. 

E-book grátis de A Mais Bela Melodia

Olá, gente!

Hoje eu vim aqui fazer uma pequena propaganda pessoal. 
Como muitos de vocês sabem, eu tenho um pé na escrita ENORME! E apesar de não ser uma escritora assídua - gostaria muito de conseguir - quando eu termino alguma coisa eu realmente acredito que ela deva ser compartilhada com o mundo. Afinal, ninguém faz literatura para ficar guardada na gaveta de casa. 

Acredito que muitos de vocês já tenham visto inúmeras referências ao livro A Mais Bela Melodia por aqui. Mas, para aqueles que ainda não viram, eis uma breve explicação: 

A Mais Bela Melodia é um livro sobre adolescentes, mas pelo cunho meio pesado de alguns temas eu costumo dizer que ele fica no limite entre o YA e o New Adult. 
Não foi pensado como uma trilogia, mas quando terminei de escrever percebi que tinha feito uma bíblia, então reparti o livro em três partes, usando as marcações temporais da história, e disponibilizei as duas primeiras na Amazon. 
Ah, importante lembrar que ele começou como um laboratório no Wattpad. Só ai tive certeza de que conseguia fazer isso, e botei quente para terminá-lo. 

E porquê eu estou falando sobre algo que já está finalizado há mais de um ano? Por que depois de tanto tempo o terceiro volume finalmente vai ser disponibilizado na Amazon! E mais... os dois primeiros estarão gratuitos por três dias inteirinhos, a contar de hoje. 

Então, para aqueles que curtem um bom romance, chegou a hora de baixar para seu leitor digital - que pode ser um e-reader, tablet, celular ou computador, o livro da amiguinha aqui e compartilhar essa informação com o mundo! rsrs

Vamos conhecer mais um pouquinho da história?



Sinopse: A história de Lorena e Klaus se passa em Esperança, uma cidade pequena, onde vivem entre as desavenças na escola e conflitos pessoais, levando uma cidade inteira a presenciar os escândalos de uma adolescente rebelde e seu rival popular e repleto de amigos.Um festival de música faz com que essa dupla seja envolvida no enredo da história, levando-nos a questionar os densos conceitos de amor, amizade e família. A vida pode ser complicada, as vezes, mas é preciso decidir primeiro o quão longe você pode ir por amor. E o quão você está disposto a perder para ganhar. Até onde uma amizade pode ir para beneficiar o outro. Descubra que nada é tão certo e determinante quanto nossos erros e, as consequências das escolhas que fazemos por acreditar neles. Um livro que o fará prender o fôlego e se emocionar com os personagens do início ao fim.


Trechos de resenhas de A Mais Bela Melodia:

"É um batalhão de emoções a cada linha. Apesar de adolescentes, os dramas passados por eles são muito pesados, e o amadurecimento dos personagens no decorrer da história, é evidente.E a relação do grupo com a música, torna a história mais emocionante e inesquecível.Um universo tão sensível e real, que os personagens se misturam à nossa realidade, ganhando vida quando falamos e pensamos sobre eles.Não sei expor em palavras os sentimentos que tive e tenho a cada vez que leio o livro.A história me pegou de jeito!!" Blog: A Culpa é dos Leitores

"Foi uma narrativa que me prendeu, que me fez sofrer com os personagens e me fez torcer por eles. Eu fui cativado a cada capítulo que passava, e quando dei por mim, estava perdidamente apaixonado por todos os aspectos desta história - mesmo os mais tristes. Quando o livro chegou ao fim, eu percebi que a Carol me levou por uma jornada tão impressionante que fiquei sem palavras. Eu realmente conheci a vida de Lorena e Klaus, e não estava preparado para os acontecimentos impactantes das últimas páginas."Blog: Na Minha Estante

"Não há vislumbre maior de fantasia do que um livro, quando apenas um único livro, é capaz de levar você a lugares que nunca visitou. E A Mais Bela Melodia faz isso com propriedade. Te insere em conflitos muitos sérios da existência humana."Blog: Universo das Garotas

"Na verdade acho que foi por isso que mais me emocionei, a simplicidade que a Carol escreve, de um jeito que tira sorrisos e lágrimas ao mesmo tempo, é algo tão incomum de se encontrar que acabamos adorando. Não precisou de mortes para a autora quebrar meu coração de um jeito que (podem me chamar de louca ) fez eu me sentir feliz. O realismo retratado em cada capitulo, os temas polêmicos abordados por suas próprias vítimas que faz com que a gente reflita."Blog: Recapitulando

"... de uma coisa nós, todas que lemos, podemos concordar, é do primeiro ao "ultimo" capitulo que você se sente perdidamente, loucamente apaixonada por cada personagem, cada defeitos, qualidade e se vê perdida sem o AMBM." Página 394


E abaixo alguns quotes do livro em forma de imagem:













O livro do meio, que tem o nome Doze Anos Entre Notas, também vai ficar disponível por três dias gratuitamente. Ambos vão de hoje, 11/10 até quinta, 13/10. 
Então se você tem interesse em ler a história, dá uma passadinha na Amazon e baixe ambos! E se puder compartilhar com os amigos que também são adeptos a leituras digitais, corre para avisar!
E podem aguardar que ainda esse mês a última parte vai estar disponível por lá também, e daí eu venho comentar aqui com vocês.


Links para baixar os livros: A Mais Bela Melodia
                                             Doze Anos Entre Notas


Projeto de Leitura #IrreparavelLendoSherlock


Olá, gente!!
Pois é, Carol acabou se rendendo a um projeto de leitura. Quem sabe dessa forma não começo a tirar o pó de livros que quero ler há bastante tempo e sempre fico procrastinando?!

E para começar, vamos com o maravilhoso Sherlock Holmes.

Li alguns contos de Sherlock na época da escola, em umas versões bem simples - e provavelmente incompletas - que achava em locadoras de livros. Lembro que adorava, e esse amor cresceu exponencialmente quando lançaram a série Sherlock, que é sublime, perfeita, maravilhosa e minha série predileta no universo. <3




Então bem recentemente comprei o box com a obra completa da editora Harper Collins. O box é a coisa mais thuca do mundo, e ele já te entrega as histórias em uma ordem tranquila de ser lida.








ORDEM DE LEITURA DE ACORDO COM O LIVRO:

VOLUME 1
Um estudo em vermelho (romance)
O sinal dos quatro (romance)
As aventuras de Sherlock Holmes (contos)

VOLUME 2
Memórias de Sherlock Holmes (contos)
O cão dos Baskerville (romance)

VOLUME 3
A volta de Sherlock Holmes (contos)
O vale do medo (romance)

VOLUME 4
Os últimos casos de Sherlock Holmes (contos)
Histórias de Sherlock Holmes (contos)

Mas eu resolvi que queria minha própria ordem, seguindo primeiro os romances, depois os contos. E dessa forma foi que dividi. Como cada livro de contos tem em média uns oito a doze, coloquei quatro por momento, mas isso não quer dizer que lerei partido, só que os vídeos serão apenas com aquele conteúdo escolhido.
Abaixo segue a minha divisão, respeitando a ordem de publicação dos romances, e posteriormente dos contos.


Esse projeto terá como conteúdo resultante os vídeos no canal. Então quinze vídeos para quinze momentos.

Não colocarei datas para a publicação desses vídeos, mas tentarei pôr em média dois por mês. Sempre que ficar disponível no canal, eu postarei por aqui também. E se vocês quiserem ler comigo, serão muito bem vindos.

Abaixo segue link de compra do mesmo box que tenho em bons preços.

AMAZON:  Sherlock Holmes - Caixa
AMERICANAS: http://compre.vc/s/fbfa42fe

Simbora ler Sherlock, cambada! E não esqueçam de usar a hastag #IrreparavelLendoSherlock para que eu fique sabendo como vão as leituras de vocês. Quem sabe rola até um sorteio no final?! \o/