"Poesia com gosto de liberdade"
Sinopse: Quando a lua surge no céu estrelado e o fogo crepita na fogueira como as chamas de uma fênix, um dueto se inicia. Convidada pelo imperador cigano, Esmeralda responde ao seu canto com histórias em forma de prosa enquanto dança ao som da viola. Um dueto poético que mistura, fé, magia e história. Assim a natureza surge em cada palavra da cigana, nos ensinando sobre as belezas deste mundo.
Gente, estava jurando que já tinha feito a resenha desse livro. Foi só quando estava fazendo o balanço das leituras e resenhas que percebi que estava em falta com ele. Bom, vim para ajeitar esse deslize.
Recebi Esmeralda tem alguns meses da editora Arwen e o que me chamou atenção de cara foi o capricho com o qual veio o material. É uma editora nova, mas que veio com tudo no que diz respeito a parte física do livro.
Demorei para pegar porque é de poesia, e sinceramente poesia é algo que leio bem pouco, justamente por ter uma certa dificuldade com ela. E olhe que adorava quando era adolescente! Acho que a idade me deixou preguiçosa.
E quando eu finalmente peguei para ler, demorei apenas algumas horas entre o Esmeralda e o Caldeirão da Bruxa, que é o livro que antecede esse, e que veio junto com ele num box muito do lindo.
Como o ideia é poesia, você tem muita subjetividade com o entendimento da história, por isso não vou dizer do que ele se trata exatamente porque eu posso ter entendido algo e outro leitor entendido outro. Uma coisa é certa: A autora usa os ciganos de pano de fundo, principalmente a narradora principal, que dança sua música ao redor da fogueira e proclama versos belos para os ouvintes atentos. É como se ela tivesse uma certa magia em conquistar com as palavras e os movimentos. É fácil entrar naquele clima dos ciganos, até porque eu amo a ideia de povo nômade e tal.
Mas isso é só a base do que a autora quer falar. Ela coloca a mulher numa posição forte, ao mesmo tempo sofrida em sua narrativa. Como se cada uma fosse agraciada com a capacidade de ter coisas incríveis, como ser mãe, ao mesmo tempo que mostra a força com a qual supera algo tão grande quanto, como a perda. Gostei muito do que ela faz com o "feminino" em ambos os livros.
Senti que em alguns momentos ela insere poesias que não consegui encaixar bem na ideia principal. Como se a autora tivesse pego suas várias poesias espalhadas e tentasse encaixar na história dos ciganos, e meio que forçava uma situação para isso, tirando o leitor da linha anterior. Isso fez eu me sentir perdida, mas nada que de fato prejudicasse, já que estamos falando de poesia.
Não sou boa com análise de rimas e versos e essas coisas que eu deveria saber depois de ter cursado um ano inteiro de teoria literária, mas eu curti a sonoridade das poesias. Acho que isso conta para um leitor que não entende da parte técnica, não é?
Se você está procurando um livro de poesia com ênfase no universo feminino, indico Esmeralda e Caldeirão da Bruxa. Depois me diz o que achou, e se quiser podemos até discutir sobre ele inbox.
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