O Valor da Leitura



"Ler é sempre sua maior aventura. São nos livros que você vai encontrar a saída para sua tristeza e o descarrego da sua alegria. Os personagens serão seus melhores amigos porque nunca contarão seus segredos a ninguém e você os terá para sempre sem que eles te magoem mais do que você sabe que eles o farão".

Esse era um discurso típico do meu pai sobre o poder dos livros. Sobre como eles podem influenciar política, religião, vontades e pontos de vista. Cresci ganhando livros. Cresci os devorando e me alimentando deles compulsivamente.
Acontece que minha síndrome de Peter Pan é apenas psicológica e um dia acordei grande, com um filho e tendo que comprar meus próprios livros. Primeiro porque meu pai sempre foi uma pessoa que zelava pela autossuficiência de alguém, e depois porque ele foi para a Terra Média e se encantou tanto com os elfos que não voltou. Sim, ele morreu.
Isso pode até parecer um relato triste, mas não é essa a questão. Meu ponto principal disso é lhes mostrar o quanto eu fui preparada para me virar sozinha quanto as minhas leituras. Meu gosto de ler pode ter nascido comigo, mas foi exercitado por ele.
E quando recebi meu primeiro salário eu pude comprar meu primeiro livro. Lembro que na época me impressionei pelos preços deles. Não pelo “caro”, mas pelo disparate de valor. E por incrível que pareça, eu queria aqueles que meu bolso não poderia comprar. Fiquei triste e acabei conhecendo o mundo mágico de um alfarrábio.
Tudo bem que os lançamentos raramente estarão lá, mas eu corria atrás de livros como O Jardim Secreto e A História sem Fim. Nunca os achei, mas achei outros, vários. Tantos que fico triste com a quantidade de pessoas que desconhecem um alfarrábio.
Perdi muitos dos meus livros com empréstimos Capítulo para um outro post E outros com mudanças. E foi quando eu comecei a ver blogs literários e pensar no meu próprio. E daí os lançamentos eram importantes. Não dá para fazer resenhas apenas de livros do século passado; por mais que Neruda e Cervantes fiquem loucos no túmulo por eu dizer isso, e por mais clássicos e eternos que eles sejam, as pessoas são atraídas pelas novidades. E quando elas conhecem as novidades e ficam suas companheiras, daí fica mais fácil lhes apresentar esses clássicos.
Comecei uma corrida armamentista à procura de livros em preços acessíveis. Tenho tabelas e mais tabelas de preços de livros e promoções. É dessa forma que consigo montar minha estante. Garimpando o mais barato entre todos.
Tive a ideia dessa postagem justamente vendo minhas tabelas e anotações.
Resolvi fazer uma para vocês e analisarmos seu conteúdo.
Vamos lá?
(Os preços dessa tabela foram todos tirados do site da Saraiva. Para mim um dos mais baratos e de maior acervo.)




Pode ter ficado pequena, mas dá para enxergar.
Funciona assim.
Existem autores que tem livros caros. Fato! É o caso de Neil Gaiman que independente dos livros lançados, tem páginas caríssimas. E aqui analiso não o valor do livro, mas esse valor dividido por cada folha escrita nele.
Neil Gaiman só entra na minha estante em super promoções.
Existem autores que são famosos, mas populares; seus livros tem preços acessíveis e versões de bolso. É o caso de Nicholas Sparks. Entraria facilmente na minha estante se fosse muito apaixonada por ele.
Existem livros que são caros porque são famosos demais e referência de algo maior; é o caso de O apanhador no campo de centeio. Nunca ouvi falar do seu seu autor, mas o livro é referência para muita coisa em se tratando de jovens. É o livro mais caro, relação folha/valor, da nossa tabela. Aqui entra também A história sem fim. Clássico e caro.
Existem livros que são populares para um gênero, e daí as editoras aproveitam isso. É o caso dos livros da Marian Keys e da Meg Cabot. Mas de gênero também temos Anna e o beijo Francês, que não é de ninguém tão famoso, é muito bom, e consegue ser bastante acessível.
Existem editoras que são ridículas. O valor do livro Amanha, Quando a guerra começou é estúpido. E o livro nem é referência para nada. Só bem diagramado. O mesmo funciona para a editora Underworld, que lançou o livro O Rei do Ferro- Um dos mais caros da minha estante – Mas não me arrependo de ter pago, porque o livro é muito bom.
Existem editoras que são mães. É o caso da Leya. A série de As Crônicas de Gelo e Fogo são exemplos disso.
Existem editoras que ganham dinheiro fazendo livros de letras pequenas e sem grandes capas, mas que os deixa acessível ao povo. É o caso da série de ouro da Martin Claret; maravilhosamente representada aqui pelos livros de Os Miseráveis.
Existem livros que ficam caros depois que ficam muito famosos e viram filmes. É o caso de Harry Potter, que cheguei a comprar por 15,00, e O Senhor dos Aneis, que comprei por 25,00. E aqui espero que a série de Os Instrumentos Mortais não siga o exemplo e torne seu livro inacessível porque já existe na tela do cinema. Quando deveria ser justamente o contrário; sem as pessoas precisarem comprar livros em edição econômica.
Existem livros que são caros e eu não faço a mínima ideia do por que. É o caso dos livros da série Desventuras em Série, que são pequenos e muito caros.
Existem livros que lançam um gênero. É o caso de Cinquenta tons de cinza, que para entrar no gosto popular, veio em preço popular.
Existem autores que são muito bons e que mesmo que seus livros pareçam caros, eles compensam pela quantidade de páginas e qualidade; é o caso de Scott Westerfeld (Feios) Sarah Dressen (O que aconteceu com o adeus) Michael Grant (Gone).
Existem livros que comprei por 18,00 há uns anos atrás e que esta por quase 50,00 e eu não entendo. É o caso de A sombra do Vento.
E por fim, existem livros que são tão bons que pagaria novamente para tê-los, mesmo que sejam muito caros, é o caso de As Vantagens de ser invisível.


Ufa!!
Enfim, é isso.
Quero que entendam que compro sim livros caros, mas faço pesquisas imensas em relação ao contexto do livro, a diagramação dele, e os vastos valores. Peso muito o quanto quero um livro antes de compra-lo.
É apenas uma questão do que é importante para você, e o que vale a pena fazer o sacrifício.
O que vocês acham disso? Qual o livro mais caro e o mais barato da sua estante?
Comentem!!!