Resenha de "DUFF" (Kody Keplinger)

Título: DUFF
Autor: Kody Keplinger
Editora: Globo (Cedido em Cortesia)
Skoob: Adicionar

Sinopse: Bianca Piper não é a garota mais bonita da escola, mas tem um grupo leal de amigas, é inteligente e não se importa com o que os outros pensam dela (ou ela acha). Ela também é muito esperta para cair na conversa mole de Wesley Rush - o cara bonito, rico e popular da escola - que a apelida de DUFF, sigla em inglês para Designated Ugly Fat Friend, a menos atraente do seu grupo de amigas. Porém a vida de Bianca fora da escola não vai bem e, desesperada por uma distração, ela acaba beijando Wesley. Pior de tudo: ela gosta. Como válvula de escape, Bianca se envolve em uma relação de inimizade colorida com ele. Enquanto o mundo ao seu redor começa a desmoronar, Bianca descobre, aterrorizada, que está se apaixonando pelo garoto que ela odiava mais do que tudo.

Existem diversos motivos que me fazem desgostar de livros YA quando estou rigorosa para avaliar. Seja porque o autor camufla demais coisas que todo jovem faz, seja porque o protagonista é absurdamente mala e impossível de conquistar o leitor, e, o que acontece na maioria das vezes, as situações e respostas dos personagens são tão sem sentido, que perco totalmente o foco do que a história está querendo me passar. Esse não foi o caso de DUFF. 

A história tem um pano de fundo até bobo, gente. Uma menina que detesta um determinado garoto na escola, e que é chamada por ele de DUFF em um bar. De acordo com Wesley (o garoto), ela seria a amiga feia do seu grupo. Então se um garoto quiser se aproximar das bonitas, primeira teria que se aproximar da feia. Essa seria Bianca. 

A designação acaba incomodando imensamente a menina, que num surto explosivo acaba beijando o dito cujo, o que gera alguns problemas emotivos nela. Acaba percebendo que beijar Wesley é uma forma muito boa de esquecer seus problemas, que são muitos graças a situação ruim no casamento dos pais, e ela não sabe o que fazer. 

Acredito que o que mais me chamou atenção nessa história foi a personalidade incrível de Bianca. Ela é altamente aceitável, ao meu ver. Na verdade eu super me identifiquei com o lance de Duff. Eu era a Duff do meu grupo de amigas. E assim como Bianca, adorava fingir que isso não me incomodava, até chegar ao ponto de realmente não me incomodar nem um pouco. Exatamente como ela. 

As coisas nas quais ela passa são comuns na vida de jovens, e as respostas dela também são possíveis. Não vi a autora forçar na construção dessa personagem, e isso me agradou o suficiente para deixar de lado que não passava de uma história normal sobre a maioria dos adolescentes do mundo, logo, não sou mais eu. Contudo, é a vida de muita gente que conheço, e acredito que com essa coisa de Bullying rolando em todo lugar, um livro desse tipo é interessante. Algo no estilo... Não tente mudar para agradar um paradigma ou alguém. Se mudar mude por você, e saiba que é altamente aceitável não querer mudar. Seja exatamente quem você é. Essa era Bianca. E essa era eu aos dezesseis anos. 

Então foi quando entendi que a autora só usou um pano de fundo comum para contar algo a mais. Está ali, nas entrelinhas. De forma singela e bela, mas está lá. E isso é um trabalho bom de um autor. Sem apelação, simplesmente arte. 

O tipo de livro que atinge muito mais os jovens, pelos levantamentos comuns aos mais novos, como pela resposta comportamental da protagonista. Penso que se no mundo houvessem mais garotos assumindo quem realmente são, o nome bullying seria só uma designação sem sentido algum. 

Um livro de trama boba, mas cheio de significados. Gostei de verdade.