Resenha de "Nerve" (Jeann Ryan)

Título: Nerve
Autor: Jeanne Ryan
Editora: Planeta
Skoob: Adicionar

Sinopse: Você já se sentiu desafiado a fazer algo que, mesmo sabendo que pode se arrepender depois, acaba levando em frente? A heroína deste livro também. Vee cansou de ser só mais uma garota no colégio, e quer deixar os bastidores da vida para assumir seu merecido posto sob os holofotes. E o jogo online Nerve, febre nacional transmitida ao vivo, pode ser o início dessa trajetória de sucesso. Basta que ela clique no botão “Jogador” em vez de “Espectador” para entrar na disputa, que propõe, a cada etapa, um desafio novo.
A adolescente acaba formando uma dupla imbatível com Ian, um garoto desconhecido com quem trava contato ao se inscrever em Nerve. Juntos, vão galgando posições no jogo. Mas, conforme os dois avançam na disputa, os desafios ficam cada vez mais complexos... e perigosos.

Demorei para postar a resenha desse livro na esperança de que conseguisse ver o filme antes. Queria fazer um comparativo dos dois, já que tem tanta gente dizendo que o filme era bacana, e eu não achei o livro bom. Quer dizer... a proposta dele é até legal, mas a autora se perdeu em vários momentos. 

A protagonista dessa história é a Vee, uma adolescente que vive nos bastidores da própria vida. Tem uma melhor amiga mega popular e é apaixonada por um carinha da escola, que logicamente não está apaixonado por ela, ou não teríamos enredo para conversar. 

E daí temos esse jogo chamado Nerve, que é basicamente um verdade e consequência sem a verdade. Os jogadores recebem tarefas arriscadas e vergonhosas, por vezes, e ganham coisas que eles querem muito a cada etapa realizada. 

Querendo provar que ela é capaz de se arriscar, Vee sai da sua zona de conforto e manda um vídeo para o jogo durante a seleção. O que ela não esperava era que fosse selecionada para a jogada principal. O jogo determina que cada jogador tenha um parceiro, e o de Vee é Ian, um mega gato misterioso. 

O desenrolar da história se concentra em cima desse contexto do jogo. As tarefas que vão sendo realizadas e o grande plot do final. Quando o livro começa você meio que entende até que nível esse jogo é capaz de levar o jogador, e gera uma certa curiosidade em quem está lendo. Eu praticamente comi o início desse livro! Li cerca de 150 páginas em uma única sentada. A leitura é de fato rápida, e o livro teria sido maravilhoso se ele tivesse sido melhor construído, e aqui falo de trama e personagens. 

Você sabe que algo aconteceu no passado de Vee e que isso gera uma série de problemas para ela. No desenrolar da trama a gente acaba descobrindo que talvez ela tenha sido culpada do que aconteceu, e pensa em que tipo de pessoa ela é, para acabar sugerindo um acidente no lugar da realidade. E eu achei isso muito legal, só que acabou se perdendo no meio de um monte de informação desnecessária. 

A mesma coisa é com Ian. Cheio de mistério o livro inteiro, e ainda no final você não sabe qual é a dele. É um mocinho disfarçado? É um mocinho de verdade? Realmente não sei! Queria ter me encantado por ele, mas não rolou. 

O "romance" deles é um tanto forçado, pela velocidade com que acontece, e eu até entendo que num caso de adrenalina, como o que eles estavam vivendo, é comum que exista essa paixonite, mas essas cenas também pediam mais. E não fisicamente, mas psicologicamente daquelas duas pessoas que estavam a todo momento sendo testadas em seu emocional mais bruto. 

O jogo, que de início me soa muitooooo bom, acaba se transformando em Jogos Mortais, só que sem  a parte boa do peso que isso gera. Num determinado momento, quando os personagens estão em uma espécie de bar, as cenas se arrastavam tanto que soavam patéticas. Sem contar que esse negócio da autora ficar mudando o lado dos personagens era muito chato e desnecessário. 

Nerve é um livro que pedia mais. Sempre mais. 

Mais de desenvolvimento dos personagens, mais do desenvolvimento do jogo, mais de desenvolvimento de algumas cenas. Um livro cheio de potencial e que se perdeu em mais do mesmo porque a autora talvez tenha esquecido que a ideia dela era genial e não teve calma o suficiente para trabalhar detalhes. São os detalhes que fazem as histórias, e a dela faltou um pouco mais disso.