Resenha de "Fortaleza Impossível" ( Jason Rekulak)

Título: Fortaleza Impossível
Autor:Jason Rekulak
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
Skoob: Adicionar

Sinopse: Um trio de garotos esquisitos e uma nerd brilhante que esconde um grande segredo.Um inesperado romance que nasce em meio a computadores e disquetes.
Um ousado e perigoso assalto para roubar a edição de maio de 1987 da revista Playboy, com imagens escandalosas de uma famosa apresentadora de TV.
Todos esses elementos se unem para compor Fortaleza Impossível, um romance que fará você rir, se emocionar e recordar a maravilhosa sensação de se apaixonar por algo – ou alguém – pela primeira vez.
Até maio de 1987, Billy Marvin – um garoto de 14 anos que mora numa pequena cidade em Nova Jersey – é definitivamente um nerd feliz.
Ele e seus amigos inseparáveis, Alf e Clark, passam as noites se empanturrando de biscoitos e milk-shakes diante da TV, assistindo a filmes e conversando sobre música, cinema e seriados. Com a mãe trabalhando no horário noturno e a casa toda para si, Billy vara a madrugada fazendo aquilo que mais ama: programando videogames em seu computador.
Mas então a Playboy publica as fotos escandalosas de Vanna White, a famosa apresentadora de TV por quem os três são fascinados. Como ainda não são maiores de idade para comprar a revista, eles planejam um ousado assalto para roubá-la. É quando Billy conhece a brilhante, enigmática e também nerd Mary Zelinsky, e tudo começa a mudar...

O que me convenceu a pedir esse livro foi o fato de Felipe, alguém que respeito em absoluto as opiniões, ter dito que quem gostava de Stranger Things, poderia fácil gostar dele. E não há nada que me convença tanto a testar alguma coisa como me dizer que se assemelha a Stranger Things. Então acabei pedindo o livro.

Então temos a história de Billy, um adolescente que junto com os dois amigos, Alf e Clark, decidem roubar uma Playboy de uma loja local, porque naquele mês a capa veio com a mulher que eles achavam mais linda no mundo. E com o pensamento empreendedor de Alf, eles pensaram na possibilidade de vender cópias das fotos para os meninos da escola.

Só que o plano era ultra mirabolante e exigia que Billy se aproximasse e ficasse amigo de Mary, a filha do dono da loja que sacava muito de computadores, algo semelhante ao próprio Billy. Juntos eles pensaram em criar um jogo para concorrer num concurso. E mesmo com a pressão dos amigos para Billy conseguir o código do alarme da loja, ele cada dia mais se aproximava de Mary, colocando o plano em risco.

Já viram por essa sinopse que na verdade o que Felipe quis dizer com Stranger Things foi basicamente a ligação aos anos 80 e a questão high tec dele, não é? Não há nada sobrenatural nessa história, e nem a relação de amizade dos meninos é tão bem explorada que mereça a comparação com o grupo incrível que o pessoal de Stranger forma. Mas tudo bem, porque o livro tem muita coisa interessante.

De fato se você viveu os anos 80 sendo um adolescente, vai se identificar bastante com a história. No meu caso era só uma menina, então não entendia muita da cultura pop que era falada aqui. Principalmente porque nossa realidade no Brasil era bastante diferente da deles. Por exemplo, eu vim ter acesso a um computador com catorze anos  já era ano 2000. Essa galerinha nos anos 80 já tinha um em casa. Então não posso dizer que conheço ATARI ou BASICS. Mas num contexto geral não é tão difícil de se inserir.

Desde o início eu não parava de pensar como o plano deles era imbecil. Que era só falar com um cara mais velho que ele compraria. Não era tão difícil assim, visto que muitos desses caras passaram pelos mesmos problemas que eles, falta de acesso a material pornô por causa da idade, e ajudariam só porque sabem como é sofrido (rsrs). Sério, eu achei tudo muito exagerado, só por causa de uma revista pornô. Mas vai ver que é porque sou mulher e hoje em dia você pode ver um vídeo pornô apenas abrindo sites da internet. Simples assim.

O fato é que o começo do livro vende bastante, porque você acha tão bizarro tudo aquilo que quer ver como eles vão resolver, mas o meio fica frio, que é quando Billy e Mary estão trabalhando na construção do jogo, que se chama Fortaleza Impossível. Porque você logicamente vê que eles estão começando a se gostar, e o livro passa daquele frenesi louco para esse romancezinho que faz a gente revirar os olhos de impaciência. Sem contar que o melhor personagem do livro, que é Alf, fica sumido junto de Clark. Ou seja, a estrutura dos melhores amigos se desfaz.

Eu achando que o livro iria acabar nisso mesmo, até que o autor joga um “boom” lá no final que me fez parar, ir beber uma água, e só então voltar para a história e ler com calma. Sério, ele ousou em níveis alarmantes e de uma forma que eu super respeitei. Talvez eu quisesse ter visto um pouco mais daquele momento, mas fiquei totalmente grata por ele ter acontecido.

Enfim, é um livrinho muito legal. Acho que a galerinha nova pode gostar bastante, ainda que ache que vão se perder na parte de programação do jogo. Eu, com meus 32 anos me perdi. Mas, em defesa dele, achei o conjunto da obra incrível!