"Protagonista Fabulosa"
Suzannah é uma adolescente aparentemente comum que tem um problema com
construções antigas. Não é para menos. Afinal, muitas dessas casas
velhas são assombradas. E Suzannah é uma mediadora, uma pessoa capaz de
ver e falar com fantasmas para ajudá-los a descansar em paz. É claro que
esse dom lhe traz muitos problemas. Mas nem ela poderia saber a
gravidade do que encontraria ao mudar-se para Califórnia.(SKOOB)
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A
primeira coisa que pensei quando peguei esse livro foi:
-
Poxa, um dos livros mais caros da minha estante também é um dos menores.
Fiquei apreensiva com isso. Lógico!
Mas
era Meg Cabot, e todo mundo diz que essa é a melhor série dela.
Minha
frustração é maior ainda em pensar que essa coleção chegou a custar menos de
60,00 no Submarino e na época eu não tinha dinheiro para comprar.
Morrendo
na faca cega, acabei comprando o primeiro volume da série, pedindo a Deus para
não gostar tanto assim e não precisar comprar mais nenhum dos livros caros da
Meg.
Qual
foi minha surpresa quando, não só gostei pra caramba do livro, como já pedi o
próximo.
A
trama se desenvolve em cima da protagonista Suzannah. Uma adolescente que teve
de deixar a cidade que estava acostumada e ir morar na praia quando a mãe
voltou a se casar, adotando uma nova família como sua. Além de ter que lidar
com uma família nova, uma cidade nova, amigos novos, escola nova; Suzannah
tem algo maior para se preocupar: Ela vê e conversa com gente morta. Ela á uma
Mediadora; uma pessoa que tem o dom de se comunicar com fantasmas para ajudá-los
nos seus problemas até eles passarem para outra vida. Só que nada será igual na
cidade nova, pois até seus fantasmas são diferentes.
Esse
é o mote do livro. E até então eu não vi nada demais nele. Fantasmas e
protagonistas adolescentes não são coisas inéditas no mundo literário.
Mas
daí conhecemos Suzannah. E toda e qualquer personagem que você já tenha visto
nos livros, nunca se comparará a ela.
Sério
gente. Ela é um barato!
Não
é que seja a personagem mais bem construída do mundo, mas a mocinha menos
mocinha que já tenha conhecido.
Suzannah
não tem nada de inocente, nem de boba. Ninguém passa a perna nela.
E
esse foi o principal motivo que me fez engolir esse livro em cinco horas.
A
leitura dele é muito leve. Apesar do tema ser pesado, e de eu achar que o livro
acabou rápido demais. Ele é mega cativante.
Você
se vê doida com os fantasmas da história e com a nova família dela. Seus meios-irmãos
são muito bons como personagens secundários e trazem uma vida incrível a
história.
O
que me incomodou no livro foi a velocidade dele. E não estou falando porque eu
li rápido, estou falando porque ele acaba muito rápido. Quando você acha que
está conhecendo o vilão e pensando em formas de se livrar dele, daí o livro já
acabou com um final meio obvio demais.
Frustrante!
Mas
estou dando um crédito porque a protagonista é simplesmente bárbara! Sem contar
que a escrita da Meg é incrível e te manipula para que você não largue o livro.
Se vou completar essa série? Óbvio!
Gostei
da protagonista e acredito que a série tem muito a mais para se desenvolver.
E
acreditem... Estou conseguindo ter menos medo de fantasmas, mas ainda peço para
eles não me aparecerem através do espelho nem debaixo da minha cama. Sim, eu
acredito em seres do além (risos).
Mega
Cabot traz um tema polêmico numa visual bem humilde em forma de uma série
potencialmente boa.
Me
disseram uma vez que só temos duas formas de encarar as coisas: Com pessimismo
e com bom humor.
Acredito
que pessimismo não deixa recordações tão boas quanto os sorrisos. Lembrar da
morte com bom humor nos deixa com cócegas embaixo do pé.
Indico
de verdade esse livro. Principalmente se você, como eu, esta cansado de
protagonistas mulheres que são dramáticas, nada práticas e que tem milhões de
admiradores aos seus pés.
Quotes:
- Tenho de reconhecer que as vezes prefiro
a companhia dos mortos às dos colegas [página: 84]
- Não há no céu fúria comparável ao
amor transformado em ódio nem há no inferno ferocidade como a de uma mulher
desprezada. [página: 165]
- Posso garantir que às vezes parece
que meu trabalho nunca chega ao fim. [página: 168]
- E sou muito boa para ficar
imaginando o que as pessoas mortas estão pensando, mas ainda não consegui
acertar muito com os vivos. [página: 211]