Resenha de "A Caçadora de Dragões" (Kristen Ciccarelli)

Título: A Caçadora de Dragões
Autor: Kristen Ciccarelli
Editora: Seguinte
Skoob: Adicionar

Sinopse: Primeiro volume de uma trilogia fantástica, em que dragões e humanos estão em guerra — e cabe a uma garota matar todos eles.Quando era criança, Asha, a filha do rei de Firgaard, era atormentada por sucessivos pesadelos. Para ajudá-la, a única solução que sua mãe encontrou foi lhe contar histórias antigas, que muitos temiam ser capazes de atrair dragões, os maiores inimigos do reino. Envolvida pelos contos, a pequena Asha acabou despertando Kozu, o mais feroz de todos os dragões, que queimou a cidade e matou milhares de pessoas — um peso que a garota ainda carrega nas costas. Agora, aos dezessete anos, ela se tornou uma caçadora de dragões temida por todos. Quando recebe de seu pai a missão de matar Kozu, Asha vê uma oportunidade de se redimir frente a seu povo. Mas a garota não vai conseguir concluir a tarefa sem antes descobrir a verdade sobre si mesma — e perceber que mesmo as pessoas destinadas à maldade podem mudar o próprio destino.

Você sabe que uma história te pegou de jeito quando senta para ler e só descansa depois da metade do livro. Foi assim comigo e A Caçadora de Dragões, que foi uma das melhores fantasias que li até agora nesse ano, ainda que tenha falhas que a autora poderia facilmente ter remediado.

Asha é uma Iskari, ou seja, uma Caçadora de Dragões. Um título meio que de herança familiar em sua família real e que não é realmente um título benéfico, só um tanto assustador, principalmente para quem conhece a garota e sua grande cicatriz no corpo.

Ela está prestes a se casar com um general do exercito de seu pai, e nada que seja por amor. Na verdade é uma dívida por Asha ter sido a responsável pela morte da família dele. Mas o rei, pai de Asha, promete livrá-la desse casamento se ela trouxer a cabeça de Kozu, o único dragão que Asha teme, porque ele quase a matou.

Entrelaçada a essa história base do livro, temos um pedido do irmão de Asha. Ela precisa salvar um dos escravos do noivo de ser assassinado, e isso vai acabar entrelaçando os dois personagens de um modo que ela não queria que acontecesse.

Já vou dizendo que Asha é uma Badass. O tipo de garota para quem sempre tiro o chapéu. E ela se mantem desse modo do início ao fim, ainda que seu coração a coloque em muitos questionamentos ao longo do livro, principalmente perto do fim. Vejo com frequência livros que a personagem começa porreta e termina lavada de amor. Isso não acontece aqui, pelo menos não dessa forma.

Para quem curte romance entrelaçado com fantasia, saiba que ele existe em Caçadora de Dragões, mas fica muito mais evidente próximo ao fim. Não é o tipo de romance que eu ame porque gosto quando o carinha é tão badass quanto a menina, e aqui não é exatamente o caso. Ainda assim, acho que eles são extremos interessantes de uma balança de poder agradável e que funcionam bem.

Mais o forte desse livro está, com certeza, com a mitologia dele. A coisa toda dos dragões e as histórias que tem poder. As histórias que contam histórias. Os Iskari e Os Namsara. Em relação a isso a autora foi impecável e outros bem pouco do que me queixar. Acabei de ler fascinada por toda essa estrutura mitológica e pedindo em desespero por mais.

Se posso falar de uma falha, e a questão do estica e encolhe da protagonista ao longo da sua jornada do herói. Essa coisa dela sair e voltar ao palácio e milhões de coisas aconteceram no caminho, é muito irritante. Deixa-me com uma sensação de... “Agora ela vai de vez”, mas daí Asha voltava para aquele mesmo núcleo e eu achei isso meio tedioso. Mas nada que tivesse tirado minha vontade de ler feito uma louca.

Outra coisa para me queixar? Talvez seja o fato de que o segundo livro dessa série vai acompanhar outra personagem, a Roa, que ainda que seja bem legal, não é Asha e não é a personagem que quero ver mais. Não entendi essa escolha da autora por mostrar um passado de Roa e a mesma história de Asha pelos olhos dela. Deve fazer sentido, mas realmente não quero ler o livro de Roa. Espero que tenha um terceiro e que seja uma continuação da história de Asha. Tem muita coisa ainda em aberto para se resolver.

Enfim, é um livro maravilhoso! Uma fantasia que li em questão de horas e que de fato torci pelos personagens com fervor. Já preciso da continuação para ontem!