O que achei de "Fell the beat"


Hello, people! 

Tem tempo que não venho aqui indicar um filme, não é? Isso porque quase não tenho assistido coisas novas. Fico naquele marasmo de filmes antigos por falta de tempo de parar e me concentrar em algo que nunca vi. Mas esses dias vi a chamada de Feel the beat e achei que poderia ser algo divertido para passar o tempo. E foi. Bom, poderia ter sido mais, porém não fica no limbo dos filmes realmente ruins. 

Fell the beat é um dos mais novos filmes do Netflix e vai contar a história dessa bailarina determinada e meio arrogante que esta tentando um espaço na Broadway, mas que acaba fazendo uma merda e sendo prejudicada de maneira geral no meio. A única maneira dela voltar a cena é convencendo um diretor grandão de que ela é incrível, mas o cara não dá qualquer bola para ela. 

Despejada e falida, April acaba voltando para perto do pai, em Wisconsin. Um interior fofinho daqueles comuns de filme americano, mas que ela pessoalmente não gosta. É uma garota de cidade grande, de chutou a bunda do lugar onde nasceu quando foi embora dali. 

Quando chega ao lugar, onde todo mundo conhece todo mundo, ela é reconhecida pela ex professora de dança, que implora para April ajudá-la a colocar sua pequena turma de meninas em uma competição de dança famosa, o que April aceita não pela bondade de seu coração, mas porque só assim ela será vista por um dos jurados que é ninguém menos do que o grandão da Broadway a quem ela precisa se provar. 



Basicamente é disso que o filme fala. De uma garota que queria fugir da cidade pequena e acaba voltando para ela por falta de opção e vira professora de dança das crianças do lugar. 

Sabe aquele filme de Sessão da Tarde? Que a gente assiste de fato só para passar o tempo e que tem furos de roteiro que qualquer pessoa que entenda um pouco deles poderia ajeitar? Esse é Fell the Beat. Com potencial de ter sido algo incrível, lapidando algumas problemáticas desnecessárias, como a da menina que queria dançar e o faz escondido da mãe por ela não concordar com aquilo, ou da irmã do crush da protagonista que tem problemas do passado com ela, e um paquerinha a quem não consegue se chegar. 

Acredito que se esse filme tivesse sido uma série, essas problemáticas caberiam e seriam perfeitas com um desenvolvimento adequado. Mas quando o tempo de construção é pouco, sempre opte por tirar problemas e desenvolver bem as coisas que já tem. Sem a irmã do crush paquerando ou a outra guria preocupada com a mãe, sobraria espaço no roteiro para desenvolver melhor relacionamentos de April com as próprias garotas. 

Em Fell the Beat a gente tem essa garota arrogante que não quer depender emocionalmente de ninguém e que acaba mudando por essas crianças, mas a gente não vê onde essas meninas de fato começam a mudá-la. Não vê isso acontecer, entende? A gente percebe só depois que aconteceu, e isso é um baita furo que cenas pequenas poderiam ter resolvido. De interações entre essas pessoas fora do contexto da dança.

E como falar de dança em um filme de dança e não se empolgar? Caramba, tem episódios de "So you think you can dance" que são mais emocionantes do que as cenas de dança desse filme. Não digo a primeira, que é realmente para mostrar que as meninas não sabem dançar, mas as outras deveriam ter sido espetáculos, e sendo bem sincera nenhuma das apresentações me emocionou. Nem mesmo a que deveria ter emocionado por obrigação. 


E nem vou começar a falar do relacionamento mal explicado do retorno de April com o crush. Ele é lindo de morrer! Sério, o ator é um deleite aos olhos, mas fica meio que sambando no meio de tudo o que acontece ou que tenta acontecer. E quando eles se resolvem é um negócio tão rápido e sem graça que me fez revirar os olhos pelo menos cinco vezes. 

Talvez eu esteja sendo exigente demais com um filme despretensioso? Talvez, mas ainda assim acho que ele poderia ter entregue mais. Se metade das problemáticas tivessem sido retiradas, e melhorassem o desenvolvimento das que restaram, ainda seria um filme simples de Sessão da Tarde, mas teria sido um dos bons. A gente pode ser fenomenal na simplicidade, ok? 

Se tivesse que dar um motivo para ver esse filme, diria que são as garotas. Ou melhor, garotos, porque o pivetinho que entra em cena é uma lindeza! Dançando, então, é de fazer babar! 

Acho que a equipe escolheu uma garotada bem diversificada (talvez até forçado demais) e que segura as pontas dos papeis que tem. Poderiam ter um aproveitamento maior, porque realmente tem potencial, mas a gente entende que não dá para fazer tudo em um filme de menos de duas horas. Por isso digo que esse filme daria uma série maravilhosa. 

Enfim, isso foi o que achei de Feel the beat. Agora deixo para vocês decidirem se vale a pena assistir ou não. Confesso que não me arrependi do tempo que passei assistindo, e talvez tenha gostado tanto da ideia que acreditei mesmo que ela merecia algo mais. Bem mais.