Entrevista com a autora Karina Heid


Hello, people! 

Admito, não sou uma grande leitora de nacionais, o que é uma bela ironia, heim?

A grande maioria que leio me irrita bastante. Ou tem muitas cenas hot, ou é demasiadamente raso, ou de fato acho os enredos umas porcarias. 

Mas ano passado uma grande amiga me indicou os livros da Karina Heid. E ainda que tenha um pé atrás para autores da nossa terrinha, eu confiava demais nos gostos dessa amiga para ignorar uma indicação dela. Então acabei me jogando na leitura de A Garota da Música, Selvagens e Lady Audácia. E vou dizer, heim... ela de fato se sobressai entre os demais. 

E como coisa boa eu sempre indico por aqui, eis que trago uma entrevista que fiz com Karina. Inicialmente a ideia era postar no Instagram, mas optei por trazer para o blog na intenção de deixar acessível a todo mundo que busca por conteúdo de Karina na internet, e não apenas no Instagram. 

Segue entrevista abaixo: 


1.      Você um dia acordou e pensou “quero ser escritora”, ou isso surgiu meio que por acaso?  

    Não. Foi acontecendo. Quando, em 2014, eu me mudei para um país que não dominava a língua e não pude trabalhar, resolvi escrever e aconteceu.

2.       Qual o primeiro livro que você escreveu, e de onde surgiu a ideia dele?  

    Foi A Jornada das Bruxas. Eu sempre amei o meio ambiente, e na época estava rolando o problema com Belo Monte, e aquilo me angustiava. Então veio essa história de uma bruxinha que precisava entender a terra, e pra isso precisava viajar para a Romênia, e treinar com uma velha bruxa mal humorada. Assim nasceu o meu primeiro livro.

3.       Como você vê a importância do Wattpad para a sua escrita hoje em dia?  

    Hoje em dia, ele serve como um lugar para reunir os amigos, por assim dizer. Uma prévia da Amazon. Mas confesso que quanto mais me profissionalizo, menos gosto da plataforma. Ele dá muitos bugs, tem propagandas super chatinhas e poucas inovações para escritores e leitores.

4.       Como funciona seu tempo de escrever? Senta e escreve todos os dias? Quanto tempo dedica a isso, e como a família te ajuda? 

    Eu sou super organizada com a escrita. A família sabe, eu determino tempo para isso. Na pandemia as coisas mudaram, mas minha determinação permanece a mesma. Eu foco no que preciso fazer, estabeleço metas e mando brasa. Um livro não se escreve sozinho, ele precisa dos meus dedos no teclado. E assim saem livros: determinando regras que eu preciso cumprir.

5.       Você é uma autora que embora escreva romances, caminha por diferentes formas de escrever um romance. Pode sair de uma história sobre um Cowboy para um New Adult sobre um músico com um passado difícil e um romance de época. Isso é proposital? Como você trabalha esse pulo em diferentes assuntos? 

     Não sei bem porque me movo entre subgêneros diferentes. Se vem a história, eu vou atrás. Mas todas começam com uma angústia leve, um anseio de que algo “viva”, surja do nada. Na questão dos livros de época, encarei como desafio e deu super certo. Como Moreira Alemanha um bom tempo, a escolha foi automática. E estou adorando ver como os dramas humanos se repetem independentemente da época.

6.       Qual o livro seu que acha que teve mais sucesso até hoje?  

    O romance de época (Lady Malícia) em números; Sessenta Noites em Trindade em apaixonadas pelos personagens; A Última Peça entre leitores que se tornaram pessoas íntimas minhas (de alguma forma, esse último mexe com o psicológico das pessoas, e elas me procuram)

7.       Como você trabalha o marketing das suas histórias? Direciona para um público específico e abrange a divulgação, ou só usa as suas próprias redes sociais?  

    Estou mais sabida agora do que fui no passado. Faço divulgações de lançamento, aprendi a fazer banners esteticamente bonitos, lido melhor com as midias, posto diariamente, produzo conteúdos interessantes. Para o autor independente, aprender marketing é importante.

8.       Qual o livro que você mais amou escrever?  

       A última Peça

9.       Você tem aquele personagem que julga o seu predileto?

             DIETRICH, de Lady Audácia. Stella, de Sessenta Noites, Gabriel de A Garota da Música.

10.   E, por último, o que você diria a um autor que está no mercado há muitos anos, mas que não consegue ganhar terreno com suas histórias? 

     Não desista, e esqueça as fórmulas mágicas. A única chance de ver retorno no primeiro ano é se você estourar (mas isso acontece com uma pequena porcentagem de autores). Pense na escrita como um negócio a longo prazo. Se você insistir e fizer seu dever de casa, o resultado vem. Mas vem como vem o resultado de qualquer bom trabalho: devagar. 


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