A Garota do Penhasco e porque não se deve ficar perto de um precipício

 

Título: A Garota do Penhasco
Autor: Lucinda Riley
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Tentando superar um coração partido, Grania Ryan deixa Nova York e volta para a casa dos pais, na costa da Irlanda. Lá, na beira de um penhasco, em meio a uma tempestade, ela conhece Aurora Lisle, uma garotinha de 8 anos que mudará sua vida para sempre.
Apesar dos avisos da mãe para ter cuidado com os Lisles, Grania e Aurora ficam cada vez mais próximas, e ela passa a cuidar da menina sempre que Alexander, o belo e misterioso pai, precisa viajar a trabalho. O que Grania ainda não sabe é que há mais de cem anos o destino das famílias Ryan e Lisle se entrelaçam inexoravelmente, nunca com um final feliz.
Através de cartas antigas, Grania descobre a história de Mary, sua bisavó, e começa a perceber quão profundamente conectadas as duas famílias estão. Os horrores da guerra, o destino de uma criança, a atração irresistível pelo balé e amores trágicos vão deixando sua marca através das gerações. E agora Grania precisa escolher entre seguir em frente ou repetir o passado.
Alternando entre romance histórico e contemporâneo, A garota do penhasco é um livro sobre mulheres fortes, grandes sacrifícios e a capacidade do amor de triunfar sobre tudo.

                                 

Vamos de Lucinda Riley mais uma vez, porque não me canso dessa criatura. Nesse livro iremos para a belíssima Irlanda. Cenário de tantos filmes lindos e de histórias sangrenta e tristes. Essa não é lá muito sangrenta, mas certamente é triste como só um livro da Lucinda é capaz de ser. 

Começamos a história conhecendo a protagonista do tempo presente, Grania, e a ligação que ela tem com uma menininha chamada Aurora, que mora em uma grande mansão no topo de um penhasco na Irlanda, onde Grania está passando umas temporadas com os pais para se curar de uma grande perda que passou. 

A princípio Grania entende que a família dela não quer que tenha uma ligação muito forte com a família do penhasco, porque todos ali são amaldiçoados. Só que enfeitiçada pela menina, Grania acaba ficando mais tempo do que deveria na mansão, ajudando a cuidar da garota e do pai dela, um empresário debilitado e importante que é um tanto nostálgico. 

Para explicar essa rinha da mãe de Grania com a família Lisles, a matriarca mostra para a filha algumas cartas de uma ancestral delas, que diz o motivo pelo qual Grania deve manter distância da menina, e de tudo o que saia daquela casa. 

A partir daí a história viaja em tempos históricos diferentes, mostrando a ancestral que começa a contar a história assumindo um cargo de empregada na mansão dos Lisles enquanto o noivo vai para a guerra, e tudo o que se desenvolve a partir dai. 

Algumas gerações da família, tanto da de Grania, como a de Aurora, são mostradas, e entendemos como elas se conectam com o tempo. 

Sempre com aquele brilhantismo de brincar com presente e passado, a autora entrega mais um livro emocionalmente pesado com personagens muito próximos da gente. 

Confesso que me irritava um pouco com as passagens dos Estados Unidos, estava pouco me lixando para a criatura que ficou por lá, mas era necessário para a trama, então seguimos. Como quase sempre acontece com os livros de Lucinda, eu acabo gostando mais do personagens no passado do que os do presente, mas isso não é exatamente um problema. 

O único problema que tive com esse livro foi em relação ao tema. Não foi uma falha de enredo, ou da autora, mas uma negação de minha parte em querer livros com a pegada que ela coloca aqui. Não gosto de ler histórias sobre maternidade perdida e pessoas doentes, e aqui temos em doses cavalares as duas coisas. 

Contudo, de modo geral, é mais um belo livro de uma autora que vem se mostrando mais e mais como uma exímia contadora de histórias. E eu sigo fã, ainda que não ame loucamente todos os livros dela, sei admitir quando um bom autor é um bom autor, e Lucinda é maravilhosa.