Resenha de "Apenas um dia" (Gayle Forman)

Título: Apenas um dia
Autor: Gayle Forman
Editora: Novo Conceito (Cedido em parceria)
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Sinopse: Apenas Um Dia - A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.Apenas um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.


Sabe aquele tipo de livro que você pega despretensiosamente da estante porque precisa ler algo leve e descontraído e acha que com ele vai conseguir chegar lá? Foi o meu caso com Apenas um Dia. E mesmo que ele de fato tenha um enredo simples e uma leveza gostosa, o livro me pegou de jeito porque pareceu espremer com força uma das minhas muitas feridas da alma. 

Em Apenas um Dia conhecemos Allyson, uma estudante prestes a entrar na faculdade, que foi fazer um intercâmbio pela Europa com uma amiga, mas que está achando a viagem uma verdadeira tortura. Preferia mil vezes ficar em casa a conhecer as maravilhas do mundo antigo (louca). É uma garota passando por uma fase de transição tão certinha e planejada pela mãe, uma psicopata grudenta, que está sentindo falta da bagunça que deveria ser acabar o ensino médio e arriscar coisas diferentes. 

A bagunça que ela esperava vem na forma de Willem, um ator que vive viajando de um lugar para o outro, sem endereço certo, e que a convida para passar um dia com ele em Paris, a única cidade que ela não chegou a conhecer. Allyson resolve se jogar e vai passar o dia com ele na Cidade Luz. A garota só não esperava que aquele dia poderia influenciar para sempre o rumo de sua vida. 

O livro é dividido em duas partes. O momento em que Allyson conhece Will e passa o dia com ele, e o período posterior a isso: um ano depois. Eu achei que nada fosse ser melhor do que a primeira parte, com a Paris desconhecida que a autora retrata em poucas páginas nesse dia incrível deles. Mas eis que ela me dá a segunda parte e, sinceramente? Essa é a melhor do livro inteiro. 

Não me entendam mal, eu adoro o romance envolto na descoberta de uma cidade nova. Contudo eu sou dramática por vida e esse segundo trecho trata justamente de como Allyson mudou depois desse encontro com Will. De como aquele dia fez dela uma pessoa internamente diferente, e bem mais corajosa do que talvez ela pensasse que fosse. 

Anos vivendo à sombra das escolhas da mãe para sua vida, e de repente suas próprias escolhas se provam muito diferentes. Nada de curso de medicina ou trabalho de férias em consultório médico. Allyson só quer andar do seu jeito e encontra nas peças de Shakespeare - minhas cenas prediletas - o modo correto de fazer isso: se jogando. 

Eu torci de balançar bandeirinha por Allyson nessa segunda fase da história. Eu queria que ela parasse de ser burra e encarasse a verdade de sua vida. E quando a garota fez isso, eu praticamente montei torcida organizada do lado de cá. E mesmo com aquele final - quero matar Gayle Forman - ainda foi um livro cinco estrelas para mim. 

Um enredo bobo, de fato, mas apaixonante na medida certa. Não por causa do romance em si, mas por conta de quem Allyson descobre ser perto do fim. Identifiquei-me bastante com a história e adorei cada acontecimento, mesmo os mais caóticos e melosos, que a autora insere na trama. Para mim Apenas um Dia sai em disparada na frente de Se eu Ficar. Ok, são contextos diferentes, com profundidades diferentes; mas esse aqui conquistou meu coração pela simplicidade em me mostrar que a vida pode ser encarada mais facilmente quando estamos dispostos a usar o drama de viver ao nosso favor.