Resenha de "Quando Saturno Voltar" (Laura Conrado)

Título: Quando Saturno Voltar
Autor: Laura Conrado
Editora: Globo Livros (Cedido para análise)
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Sinopse: Conta história envolvente e divertida sobre aceitar mudanças inesperadas e seguir em busca da felicidade. Em seu novo romance, Laura Conrado conta a história de Déborah Zolini, uma jornalista sonhadora e fã de Pablo Neruda que trabalha como assessora de imprensa de um clube de futebol da segunda divisão e namora o médico Sérgio há quatro anos. Ela faz planos de construir uma vida a dois, arrumar um emprego melhor e correr atrás de desejos que ainda não realizou. Só que a vida, ou as estrelas, guardam surpresas para Déborah. Em uma viagem ao Chile, ela encontra uma mulher misteriosa que lhe fala sobre o retorno de Saturno. O planeta, que leva, em média, 29 anos para dar uma volta no sistema solar, voltará à posição em que se encontrava quando a jornalista nasceu. Para quem acredita em astrologia, esse é momento em que as pessoas passam por várias mudanças, que vão prepará-las para encarar o resto de sua vida. Déborah não leva a moça muito a sério, mas pede às estrelas que a ajudem a realizar seus desejos. No entanto, no voo de volta ao Brasil, um encontro inesperado começa a abalar a vida aparentemente certinha da protagonista. Aos poucos, Déborah começa a notar que seu namoro anda meio morno, a falta de reconhecimento no trabalho a incomoda. Ela começa a admitir que não está gostando do rumo que as coisas estão tomando. Será a hora de partir para novos desafios? Trocar aquele relacionamento confortável pelo frio na barriga? Sair de vez da zona de conforto e ver o que acontece?

Como vocês estão cansados de ler por aqui, ando saturada de determinado tipo de livro, e acabo já abrindo-os com certo receio de que não vou gostar tanto assim. De certo modo isso se concretizou com esse livro aqui, mas também teve seus momentos de surpresa para mim. O que é bom. Definitivamente é bom!

Quando Saturno Voltar conta a história de uma jornalista que trabalha como assessora de imprensa de um time de futebol que ela detesta, e com chefes que ela odeia. Tem um namorado médico e uma vida que ela julga que está para melhorar a qualquer minuto. Isso até uma cigana lhe dizer que Saturno se aproxima no mapa astrológico dela, e que isso quer dizer grandes mudanças em sua vida. E não é que é verdade?!

Déborah começa a perder as rédeas das coisas com acontecimentos inesperados e uma consciência - meio tardia - de que tinha alguma coisa de errada na sua rotina e em seus planos, que pareciam não andar para lugar nenhum além de na cabeça dela. 

Sempre aprecio quando os autores são práticos em resolver situações, e de certo modo Conrado fez isso com esse livro, que é curto e vai direto ao ponto. Contudo achei que algumas passagens mereciam momentos mais profundos. Tudo me pareceu rápido demais, e mesmo que entenda o mercado editorial brasileiro e a tendência de lançar livros curtos por serem mais baratos, fico pensando em até que ponto isso faz com o que autor diminua uma coisa que poderia ser incrível. 

A proposta da autora, apesar de básica, é deliciosa, e meio que me senti estranha enquanto lia porque era só virar uma página e Déborah tinha tomado uma atitude meio boba, ou algo realmente improvável acontecia com sua vida, e infelizmente não consegui associar isso a Saturno em momento algum, ou ver lógica naquela situação, e isso foi me irritando gradativamente. 

Sou dessas que acreditam que tudo o que você colocar em um livro deve ser resolvido, se não por inteiro, em partes, ainda nele, a não ser em casos de séries. E teve situações que a autora inseriu e sumiu com as ideias, como se nunca tivessem existido. Não sei se o livro foi escrito em momentos diferentes da vida de Conrado, se foi falha de roteiro ou ideia dela mesmo, mas me incomodou. 

Ainda assim gostei de como finalizou a história. Na verdade preferia que o fim fosse um pouco menos do que foi - não precisava dos anos seguintes para entender que a protagonista tinha tomado as rédeas de sua vida. Sou dessas que acredita que uma mulher não precisa necessariamente de um homem para ser feliz, e fiquei contente quando Déborah percebeu isso também. Até esse momento senti vontade de dar umas boas surras na menina! Não é um personagem chata, e tem momentos muito interessantes e divertidos, mas era cega e omissa demais. 

Enfim, um livro gostosinho para passar uma tarde divertida. Provavelmente as apaixonadas vão amar, mas como vocês bem sabem, sou dura na queda demais para isso. rsrs