Resenha de "Filho Dourado" (Pierce Brown)

Título: Filho Dourado 
Autor: Pierce Brown
Editora: Globo Alt (Cedido em Parceria)
Skoob: Adicionar

Sinopse: A esperada sequência de Fúria Vermelha põe novos adversários e desafios terríveis no caminho de Darrow. Dois anos após a conclusão do Instituto, o jovem descobrirá que se infiltrar na elite da sociedade e destruí-la por dentro será mais difícil do que parece. Sua primeira vitória atraiu novos inimigos que usam a intriga e a política em vez das armas. E ele terá que aprender a combatê-los.Filho Dourado figurou na lista de mais vendidos do New York Times e colocou Pierce Brown entre os jovens autores promissores de ficção científica da atualidade. A mistura de crítica social, ação, distopia e cultura pop que conquistou os leitores em Fúria Vermelha vai além no segundo volume. Novos personagens entram em cena, as disputas chegam a novos pontos do sistema solar. O autor criou uma trama emocionante e cheia de reviravoltas que prendem o leitor até a última página.
Pierce Brown criou um universo fascinante que mistura viagens espaciais, colônias interplanetárias e alta tecnologia com a mitologia grega. O primeiro livro da trilogia, Fúria Vermelha, será adaptado para o cinema por Marc Forster, diretor de Guerra mundial Z.

A maioria dos leitores quando vai começar a ler o segundo livro de uma série espera que ele tenha uma certa queda na qualidade em relação ao primeiro. Estamos tão acostumados com autores forçando situações para ter mais páginas escritas, que se torna incomum quando achamos um livro do meio que vale a pena. Normalmente quando isso acontece ficamos extremamente felizes. Já no caso de livros tão absurdamente fantásticos como Filho Dourado, ficamos em completo extase. 

Vocês bem sabem que não sou de ficar falando sobre o enredo de livros do meio. Não tem muita lógica se vocês não leram o primeiro, não é? Então se não entendem bem do que se trata essa série, passem lá na resenha de FÚRIA VERMELHA e confiram o que achei do primeiro volume. 

Para quem leu o primeiro e ainda não teve como pegar o segundo, sugiro que faça isso nesse momento. Feche essa página, leia Filho Dourado e volte para ler a resenha e conversar comigo sobre o que acharam. Certamente que vão achar algo extremo, para o lado bom ou ruim. O fato é que não tem como se manter alheio lendo essa série. Ou você ama, ou odeia. Eu sou do primeiro time, com direito a carteirinha de fã. 

Esse segundo livro é muito mais político do que o primeiro. Se em Fúria Vermelha temos Darrow se descobrindo nesse novo mundo de Ouros, em Filho Dourado temos ele admitindo que é um Vermelho, mas que também tem muito de Ouro nele, por mais que deteste a ideia. Acredito que em Filho Dourado nosso protagonista entende que um Rosa pode ser um Ouro, ou um Vermelho, ou um azul. É nesse volume que Darrow percebe que a cor não determina atitudes de maneira geral, e a cena em que ele se indaga isso é sublime. Aliás, esse livro todo é sublime. 

Red Rising (Nome da série em inglês) é certamente uma das distopias modernas mais completas que já li, e de distopias eu entendo. Ela tem todo esse lado político que te deixa preso na leitura, mesmo que você não curta política, justamente porque até isso nesse livro é sarcástico e sangrento. Basta que os personagens aqui abram a boca para que o leitor sinta que está levando uma surra deles. E o sentimento é tão forte, ao meu ver, que ultrapassa qualquer cena sangranta que eu já tenha lido em outros livros do mesmo estilo. Ler essa série é sorrir para as ironias e extremos de Darrow ou de Sevro, que é DE LONGE, meu personagem predileto aqui. 

E as cenas de ação não ficam atrás, heim! Na verdade eu estou coçando para ver cada uma delas no cinema. Não há como morrer de tédio lendo ou vendo um filme no estilo de Fúria Vermelha e Filho Dourado. Quando uma cena absurdamente irreal de batalha acontece, logo em seguida vem outra e você pensa onde car** o autor esteve para tirar aquelas ideias. 

Eu li os dois livros batendo palmas para Pierce Brown. Pela ideia de modo geral, e pela construção de cada pedaço da trama. Os momentos lentos e os agitados. Sempre disse que sou uma leitora de distopia que gosto de ver o circo pegar fogo, e isso acontece cada vez menos nas distopias que ando lendo. O pessoal parece mais interessado nos romances fajutos dos personagens do que no acontece no mundo envolta. Fala sério, gente! O mundo envolta é tudo o que interessa, e dou graças a Deus que Pierce Brown trabalhou o sentimentalismo dos personagens inseridos em conceitos de guerra. Até onde uma guerra te permite sentir, e o que é o certo a fazer quando os seus sentimentos são colocados a prova numa balança com os sentimentos do resto do mundo. Até onde sua moralidade te permite ir. Isso é fantástico!

Se você passar muito tempo entre a leitura do primeiro e do segundo livro, como foi o meu caso, pode sentir certa dificuldade em lembrar os nomes dos personagens e quem eles são dentro da trama. Não são nomes comuns, e tem bastante gente para lembrar. Para nos salvar o livro traz um pequeno glossário de personagens logo no início. Garanto que ajuda pra caramba. Fica a dica,

Eu poderia passar o dia aqui escrevendo e elogiando Filho Dourado, mas daí iria tirar a incrível sensação de ler e descobrir o que acontece que você teriam se lessem. Nem preciso dizer que indico essa série de olhos fechados, não é? Se vocês, como eu, gostam de distopias espaciais e vorazes, tratem de correr para ler essa aqui. Simplesmente perfeita!

Já estou coçando pela lançamento de Morning Star, o último da série. E agradecendo de coração que a editora Globo está trazendo os livros sem demora. Morreria se tivesse que esperar muito para saber como será o desfecho. Quem mais vou perder (Espero que não o Sevro), o por que mais vou rir ou chorar. 

Enfim... Filho Dourado, mantendo a linha de livro favorito da vida que foi Fúria Vermelha.