Resenha de "Inferno" (Dan Brown)

Título: Inferno
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônios" e "O Símbolo Perdido" e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento.No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado numa das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri.
Numa corrida contra o tempo, ele luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo poema de Dante, e mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.

Eu sou dessas que nutro uma relação de amor e ódio por Dan Brown. Na verdade não com o autor, mas com as obras dele. Consigo passar do amor descarado para o ódio eterno em questão de páginas, e não sei se isso é algo muito bom ou realmente muito ruim.  

Voltamos com o professor (tão amado por mim) Robert Langdon, que acorda em um hospital em Florença com pequenos machucados no corpo. O problema é que ele não sabe como se feriu, e pior ainda, não tem noção de como foi parar em Florença. 

Através da doutora Sienna, Robert fica sabendo que sofreu um atentado a sua vida. E já nas páginas seguintes ele sofre outro, dentro do próprio hospital, o que deixa a cabeça do nosso professor predileto bem confusa. 

Junto com a médica ele entra numa fuga desesperada pela cidade para tentar descobrir o motivo das pessoas estarem querendo matá-lo, e como diabos ele foi parar do outro lado do oceano e não ter uma única lembrança disso. Claro que isso é só a ponta do iceberg em se tratando de um livro do Dan Brown. 

Sempre digo que ele segue receita de bolo para escrever.  É tanto que não me impressiono com a estrutura da narrativa desde o primeiro livro que li dele, que foi Anjos e Demônios (Ainda hoje meu predileto do autor). Desde então foi a mesma coisa em todos: Capítulos do mocinho com uma mocinha, e capítulos dos vilões. Intercalando entre si, e deixando sempre aquele clima de suspense no estilo "E Não Restou Nenhum" da Agatha Christie, no final de cada capítulo. 

Falando sério? Me abusa muita essa estrutura que nunca muda. Sei que em time que se esta ganhando não se mexe, mas acredito muito no trabalho de Brown como escritor para ter certeza que uma inovação na estrutura iria deixar os fãs felizes. Pelo menos eu ficaria. 

Apesar de me irritar com essa mesmice da estrutura, não há como negar a maestria na evolução histórica e artística de cada um dos livros do autor, e não foi diferente com Inferno. Na verdade eu super me apaixonei pela ideia central do livro. Tanto a parte baseada na arte, que aqui temos a Divina Comédia como pano de fundo e o incrível quadro Inferno, do Botticelli para aguçar a imaginação; como a teoria conspiratoria sempre presente em seus livros. 


Inferno realmente me colocou para pensar em questoes que ja me inquietavam. Por exemplo... já pararam para pensar que a propria natureza se encarrega de resolver o problema do super povoamento mundial? Eu sempre paro, e isso sempre me assusta. Dan Brown usa muito bem esse conceito por aqui, o colocando inserido num contexto histórico interessantíssimo que, como sempre, pisa em certas feridas católicas e de grandes organizações mundiais. 

Gosto bastante do professor Langdon, mas senti falta de uma certa euforia inerente dele nos momentos das descobertas desse livro. Eu li Anjos e Demônios altamente envolvida pela energia do simbologista, e não vi isso em Inferno. Até entendo um pouco, pela confusão do personagem com a perda da memória. Ainda assim senti falta. 

Já Sienna, ao meu ver, funciona como aquele catalisador feminino presente nas histórias de Langdon, como se ele precisasse disso para funcionar como um grande personagem. Estou meio saturada de ler livros com ele que precisem ter uma mulher para rolar um certo flerte e tal. Acho que o professor funcionaria muito bem com um protagonista também masculino ao seu lado. 

As cenas de ação, como sempre, foram ótimas. Não tenho do que me queixar no quesito perseguição, nem no quesito mistério. Essa questão do mistério me levou até ao fim com uma certa compulsão. Queria entender o que diabos estava acontecendo e como o autor resolveria a problemática sem causar um cataclisma mundial. 

Eu sempre vou indicar os livros do Brown porque, para mim, são uma puta aula de história da arte, e sou apaixonada pela matéria. Mas alerto os futuros leitores que ele SEMPRE segue a mesma linha narrativa, o que pode irritar um pouco. E para não perder o costume, indico que comece por onde comecei. Foi fascinante conhecer Dan Brown por Anjos e Demônios.