Resenha de "Sway" (Kat Spears)

Título: Sway
Autor: Kat Spears
Editora: GloboAlt (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Sway é o apelido de Jesse Alderman, por causa de seu talento para conseguir qualquer coisa para qualquer pessoa, como providenciar trabalhos escolares, fazer com que pessoas sejam expulsas da escola, arrumar cerveja para as festas, entre outras coisas, legais ou ilegais... É sabendo dessa fama que Ken Foster, o capitão do time de futebol da escola, pede a ele um trabalho controverso: Ken quer que Bridget Smalley saia com ele. Com seu humor ácido e seu jeito politicamente incorreto de ver a vida, Sway terá que encarar o trabalho mais difícil que já teve: sufocar todos os sentimentos que Bridget desperta nele, a única menina verdadeiramente boa que ele conheceu em toda a sua vida.


Ok, talvez eu esteja sendo extremamente chata com a nota que dei para esse livro. Mas se tem uma coisa que me irrita mais do que um conjunto de obra ruim, quando se trata de um livro, é um conjunto excelente e que não te diz nada, no final das contas. Que tinha tudo para ser excelente e que por algum motivo - sei lá qual diabos foi - pecou na resolução de tudo. 

Sway tem uma sinopse super babaca de tão simples. Jesse é um desses carinhas que não dá a mínima para o que os outros acham dele, e que vê a vida como um verdadeiro negócio. Ele negocia de tudo, sério, e aqui falo até de drogas. Segue a vida nas próprias regras que basicamente se resumem em "nada é bom ou mau, o pensamento é que torna as coisas assim". Então por ai já dá para perceber que ele na verdade não encara o que ele faz de maneira ruim. 

É o tipo de personagem que eu adoro. Atrevido, com as próprias ideias de vida e com um baita humor ácido. Como mãe acredito que um filho dessa forma seria um completo pesadelo, mas como leitora e escritora, ele é do tipo que gosto. O fato de ser uma espécie de "contrabandista de vontades", como costumo chamá-lo, é um charme nele. Entendo o pensamento do garoto... a escolha é de quem me pede. Eu só faço o que me pedem e que se ferre o resto! Penso parecido em metade do meu tempo, e já tenho provavelmente o dobro da idade que Jesse tem. 

Só que um simples cliente, com um simples pedido, faz com que o garoto comece a reavaliar seus pensamentos de vida. Quando Ken Foster o contrata para que consiga um encontro com Bridget Smalley, Jesse é obrigado a conhecer melhor a garota para obter um bom trabalho, e nessa de conhecer a resiliente Bridget, ele encontra o seu pesadelo - e sua salvação. 

O típico livro de romance adolescente, não é? E até que é, mas Sway tem algo de diferente em sua ideia, e isso me ganhou totalmente. Seja porque o mocinho é tremendamente aceitável para mim, ou por levantar questões interessantes para jovens, preconceito, deficiência e coisas do tipo. A autora conseguiu mostrar ideias bacanas em 250 páginas. Só que aí penso no problema que encontrei aqui... Sway pedia muito mais. 

Tá, agora que citei as coisas que amei nele - e foram muitas - vou citar as que não gostei. Primeiro que Bridget segue um estereotipo tão batido que me deu nos nervos. Esse negócio de ver a vida toda em rosa pink me dá agonia. Ela é toda sorrisos, ajuda e carinho. Ah, faz favor, ninguém é assim aqui do lado de fora! E tá que a autora precisava equilibrar a balança que era Jesse "malvado" com um bomba de bondade, mas ela não precisava forçar tanto a barra, né? A garota é tão de boa vida que parece falsidade ou insanidade. Não engulo gente assim. Nem na literatura. Revirei os olhos no mínimo umas cinco vezes para ela. Me sentia vendo unicórnios saltitantes em nuvens de algodão doce azuis.

Outra coisa que me irritou foi o final. Fui conquistada já na primeira página pelo tipo de pensamento do protagonista, e depois disso sempre esperei mais de tudo na história. Mas acaba que ela cai na mesmice e isso foi decepcionante para mim. Poxa, com tanta coisa bacana para trabalhar melhor, e voltamos para a merda de bater na mesma tecla irritante dos livros adolescentes mal desenvolvidos. 

Tenho que admitir que temos diálogos interessantes aqui, e personagens tão bons quanto. O fato de ter diversos fatores a favor da história me fez ficar mais irritada ainda com o final previsível e piegas que a autora criou. Caramba, mulher, você tinha um puta protagonista e ele pedia uma puta história além de um romance de colégio. Sério, isso me irritou profundamente. 

Mas eu indico Sway para um final de tarde. Um livro pequeno e tão simples de ler que a pessoa tira de letra em uma sentada. Só me irritou mesmo essa coisa da previsibilidade, mas foi passável para mim pela honra de conhecer Jesse. Por um mundo onde existam mais personagens como ele: adolescentes sendo adolescentes. Com seus próprios pensamentos deturpados e nada convencionais.