Umbrella Academy e uma série despretensiosa e fantástica!


Heelloo, people!
Vamos conversar hoje sobre essa série que estou extremamente feliz de ter dado uma chance para ela, porque se tornou um dos meus mais novos xodozinhos da Netflix. Tanto que corri atrás da HQ e li em uma tarde. E ainda que a HQ seja uma delicinha, não se compara a sublime arte que fizeram com a série. 

Sinopse: Baseada na premiada série de quadrinhos com roteiro de Gerard Way e arte do brasileiro Gabriel Bá. A série acompanha um grupo superpoderoso de integrantes criados quando crianças para se tornarem heróis, pelo enigmático Sir Reginald Hargreeves. Nos dias de hoje, adultos, eles se encontram divididos e têm que se reunir para enfrentar um dos seus.



Acho que esse tem que ser um post que relate as diferenças entre a HQ e a série, que são inúmeras, e importantes de serem ditas para quem, como eu, se interessou em ler uma HQ pelo tamanho da bizarrice da série. Na boa? Eu queria ver se ela era tão louca no papel quanto era na tela, mas não era. Como vou fazer um post exclusivo sobre a HQ, vou falar poucas coisas sobre ela lá no final do texto, mas no geral vamos conversar sobre a série aqui, ok? 

Entenda o seguinte... Quarenta mulheres tiveram filhos em um único dia, espalhados em vários lugares do mundo. O único problema é que nenhuma delas estava grávida antes daquele dia. O tamanho da bizarrice do fato era tão grande, que um rico excêntrico chamado Sir Reginald Hargreeves, interessado no fato, consegue adotar sete deles. E a medida em que vão crescendo, ele vai ensinando os garotos como lidar com os poderes que aparentemente todos tem. Quer dizer, todos menos a número sete, Vanya. 

Os números são a forma que Sir. Reginald chama os novos filhos, a quem ele não trata exatamente como filhos. São mais como cobaias de laboratório a quem ele treina até a exaustão e desgaste emocional. 

Luther, o número 1, tem uma força descomunal. Diego, o número 2, consegue encurvar facas com precisão. Alison, a número 3, tem a capacidade de persuadir pessoas a fazer o que ela pede. Klaus, o número 4, conversa com os mortos. O número 5 não tem nome, mas ele é capaz de fazer viagens no tempo/espaço. O número 6, Ben, tem um tipo de polvo com muitos tentáculos que sai da sua barriga. E por último a número 7, Vanya, que não tem poderes nenhum, e por causa disso é tratada como uma excluída no grupo. 


As desavenças da vida acabam separando esses meninos a medida que eles vão crescendo, principalmente depois da adolescência, e só Luther fica por mais tempo com o pai, e por último acaba sendo enviado para a lua, sendo chamado pelos irmãos de Space Man (ou é Rocket Man, não consigo lembrar exatamente). 

Quando o pai, Sr. Reginald, morre, os meninos voltam adultos para o seu enterro e para descobrir que há algo de muito suspeito na morte do velho, o que faz cada um, em separado, começar a investigar o ocorrido. 

Ah, também importante dizer que o número cinco some na adolescência, depois de uma birra com o pai. E que Ben morre.  Então o que de início eram sete, começam a desintegrar e ficar apenas cinco, e espalhados pelo mundo - ou fora dele, no caso de Luther. 



Se tivesse uma única coisa ruim sobre essa série, é que as vezes os ritmos dos personagens não batiam. Diego estava em uma cena super corrida, e Luther introspectivo, por exemplo. Isso por si não seria um problema numa narrativa cinematográfica, mas em Umbrella Academy ficou meio estranho essa falta de um fio forte que ligue os acontecimentos. Entendo que pode ser uma escolha da direção, para mostrar como eles estão diferentes e distantes ao ponto de não contarem com ninguém para fazer nada, mas ainda assim acho que faltou um pouco mais dessa linha. Contudo, tirando isso, toda a série é um banho de perfeição.




Para começar, os personagens são simplesmente incríveis e caricatos. É fácil identificar cada um deles e decorar seus nomes com rapidez, de tão forte que eles grudam na gente. Os poderes não são importantes ou realmente incríveis em relação a trama, tirando o do Número Cinco, a quem o filme tem grandes linhas que convergem para (e dos) poderes dele. A grande maioria você fica o filme inteiro e nem vê que foi usado. 

Mas o comportamento, a personalidade de todos é bem delineada. E devo dizer que Klaus e o Número Cinco são simplesmente os meus prediletos. Sempre gostei de personagens malucos, e Klaus se encaixa nessa categoria, como amo os badass, e por incrível que pareça e mesmo que Diego force, Cinco é o badass da série. 

A trilha sonora é simplesmente um espetáculo - já adicionei a playlist ao meu Spotify, e ela tem uma entrada incrível em cenas de ação primorosas, e as vezes nem são em cenas de ação. As calmas também pedem músicas, e a equipe soube trabalhar muito bem a mixagem de som em cada uma delas. 

O visual da série é de babar. Ainda que não se diga em que época estamos especificamente, sabe-se que é um passado - pela falta de tecnologia, pelos carros e roupas retrôs, ao mesmo tempo que também pode ser um futuro, justamente pelos mesmos motivos. Engraçado, né? Mas só assistindo vocês vão entender o que quero dizer com isso. 


A diferença entre a HQ e a série são enormes, e não conseguiria enumerar tudo aqui. Choquei com o visual de Alison, por exemplo, que é totalmente diferente, e com a personalidade de Klaus, que é silencioso na HQ e mega espalhafatoso na série. Ou que o número Cinco tenha dez anos na HQ e na série seja um adolescente beirando os quinze, talvez. Mas isso é só um detalhe. 

Na HQ tudo é muito corrido e a gente não sente exatamente a história como deveria. É boa, mas não chega aos pés do que fizeram com a série. De desenvolvimento de personagem, de perspectiva da narrativa em relação aos arcos criados com os principais e coadjuvantes. Aqui temos tempos de conhecer e nos entrosar com as pessoas e suas problemáticas, na HQ não sobra espaço para isso. Vi uma história de crianças no papel, e vi uma série de adulto no Netflix que por vezes me lembrou bastante os filmes do Tarantino. Nada sombria, e por vezes dei boas risadas, mas ainda assim, uma série de adultos e com peso. Com muito peso. 

Se vocês gostam de ficção especulativa, se joguem com vontade em Umbrella Academy. É simplesmente um espetáculo!