Resenha de "O lado bom da vida" (Matthew Quick)




"Só uma coisa a dizer: PQP"

Sinopse: Pat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, sua esposa negando-se a aceitar revê-lo e seus amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora um viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. À medida que seu passado aos poucos ressurge em sua memória, Pat começa a entender que "é melhor ser gentil que ter razão" e faz dessa convicção sua meta. Tendo a seu lado o excêntrico (mas competente) psiquiatra Dr. Patel e Tiffany, a irmã viúva de seu melhor amigo, Pat descobrirá que nem todos os finais são felizes, mas que sempre vale a pena tentar mais uma vez. Um livro comovente sobre um homem que acredita na felicidade, no amor e na esperança. (SKOOB).
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Eu fiquei eufórica por esse livro desde que vi a capa dele pela primeira vez. Lembro que foi em uma matéria para um jornal online em que o jornalista dizia que esse livro era como "As Vantagens de ser Invisível" em uma versão adulta. Ok, fui levada a comprar ele justamente por conta desse comentário. Como todo mundo sabe, "As vantagens..." foi o melhor livro que li em 2012; então não podia deixar de arriscar em algo que dizem se assemelhar a ele. 

Mas parece mesmo? 
Absolutamente, não!

O lado bom da vida conta a história de um ex professor que se encontra em um hospício e não lembra como foi parar lá. Ele tem uma obsessão incrível pela ex esposa a qual ele não vê desde que foi internado. Ele só sabe que precisa ficar afastado dela. Então sua mãe resolve o tirar de lá depois de alguns meses e se responsabilizar por ele. 

Pat vai para casa dos pais, já que não tem mais a sua própria, e tenta recomeçar a sua vida do lado de fora. Faz exercícios físicos quase que o dia inteiro e quando não esta fazendo flexões nem correndo, ele está lendo livros. O problema em Pat lendo é que ele tende a ler os livros que sua ex esposa passava para os alunos, e quase todos são romances com finais tristes. Mas Pat tenta ser uma pessoa otimista. Ele acha que se for agradável com o mundo, sua ex esposa vai voltar a procura-lo. 

Algo acontece e sua vida vira de pernas pro ar. Tiffany aparece! 
Com um jeito louco e idéias brilhantes, a personagem que passou por uma tragédia recente, é a única que parece estar no mesmo nível de pensamento de Pat. Eles se tornam amigos, e a sanidade mental um do outro.

O que dizer desse livro? 
Sinceramente? Não sei ao certo. Só que ele é genial!
Comecei bem o ano de 2013, porque tenho certeza absoluta que esse livro estará na minha lista de melhores do ano. 

O enredo é carregado de simplicidade. O autor teve uma sacada de mestre para desenvolver esses personagens. Acredito que ele tenha feito uma pesquisa estúpida para escrevê-los, porque Pat e Tiffany são incríveis e altamente verdadeiros! 

Os personagens secundários não ficam de fora. Na verdade eles compõe muito esse livro. 
Os pais e amigos de Pat, e até seus psicólogo, tem suas peculiaridades que me fazem pensar o quão normal uma pessoa é considerada. Quem diz que ela é normal? Qual o motivo de alguém se denominar normal? 

Tem aquele ditado que diz que "De médico e louco, todo mundo tem um pouco"; esse livro mostra muito isso. 
A desenvoltura com a qual as cenas ocorrem, vindo de uma calmaria e se transformando em uma tempestade de sentimentos, é fabulosa! 

Acho que o motivo das pessoas falarem da semelhança desse livro com "As Vantagens...", seja o fato da doença mental de Pat ser tão afetada e tão poética quanto a doença de Charlie (protagonista de "A vantagem de ser invisível" ). Você sente exatamente o que ele descreve. 
Se em uma cena Pat esta correndo na praia para fugir de uma briga, você acompanha o crescimento de sua confusão até o momento em que ela se torna horizontal e silenciosa. 

A forma como o autor descreve os momentos de loucura de Pat e Tiffany são extremamente bem trabalhados e cuidadosos. 
O desenvolver simples da trama é delicado e me encheu de pensamentos filosóficos. Foi preciso que eu desligasse o cérebro desse livro em alguns momentos, de tão forte que ele chegou pra mim. 

Não é um livro de choro e lágrimas. Também não é um livro que você espera um acontecimento enorme e grandioso que modificará a vida de Pat. São sempre momentos simples e personagens carregados de emoção. Esse livro trará reflexão a sua leitura. Ele te desafiará a pensar sobre toda a loucura que as pessoas passam diariamente em suas vidas. 

O que nos deixa intrigados durante toda a leitura, é o motivo que fez Pat ir parar em um hospício. O autor mostra momentos dele com a família, com Tiffany, com os amigos. Mas a tal da Nikki, sua ex esposa que o segue em pensamentos e sonhos, essa é só uma sombra que transforma o personagem de Pat tão genial. 

Queria poder descrever melhor o que foi esse livro para mim. O que foi toda essa insanidade de ver Pat e Tiff juntos em momentos de loucura de ambos. Queria descrever melhor porque ele é tão comum e tão singelo e conseguiu me tocar tanto. Talvez eu mesma nunca conseguirei entender o motivo. 

Ele não se assemelha "As Vantagens de ser invisível", mas se você leu "As vantagens..." e não gostou, certamente não gostará desse. 
Você pode achar esse livro chato e não tão grande como as pessoas relatam que ele é. E pode ser que você tenha razão. Mas a sensibilidade com a qual o autor trata a doença mental de Patt juntamente com a vida dele, é digna de premiações. Acho que por isso o livro se tornou filme, e o filme concorre a maioria dos prêmios humanos do Oscar. 

Esse livro é para todos nós, e cada um em específico. 
Para quem levanta as três da manhã e pega trens e ônibus até chegar no trabalho e só pisa em casa novamente perto de meia noite. 
Para quem sustenta uma família de quatro filhos com um salário mínimo. 
Para quem não sabe o que é poder comprar um livro porque não cabe em seu orçamento mensal. 
Para quem foi traído e se separou. 
Para quem perdeu quem amou. 
Para quem é viciado em qualquer coisa. 
Para quem tem que ser mediador em uma família onde ninguém se entende. 
E para você, que não se encaixou em nenhum desses quesitos acima, e mesmo assim acha uma loucura a forma que vive. 

Somos todos loucos. 
Todos temos direito a um momento de loucura. 
Se isso não for normal, então não sei mais o que é. 

Ainda não se convenceu que DEVE ler esse livro? 
Então você é tão louco quanto Pat, e quanto eu. 

O lado bom da vida é justamente entender que até a loucura, é normal. 
E você, qual o lado bom da sua vida?






P.S. Todas as fotos desse post são de coisas que compõe o lado bom da minha vida. O que acha de fotografar algo que seja o lado bom da sua vida e me mandar por email? 
Farei um post especial com todas as fotos que eu receber colocando o link do blog de vocês, ou página de facebook; ou qualquer meio de mídia social que vocês preferirem. 
Me mandem a foto junto com o nome e o link que vocês querem que apareçam. 
Não me deixem na mão, heim! Ficarei esperando!
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