Resenha de "Mentes Sombrias" (Alexandra Bracken)

"Maravilhoso!"

Sinopse: Quando completa 10 anos, a garota Ruby vê sua vida mudar completamente. Além do medo de ser vítima de um vírus fatal que ataca apenas as crianças, ela é rejeitada por seus pais, que a entregam para a polícia especial. Seu destino é Thurmond, um campo de reabilitação criado pelo governo norte-americano para cuidar dessa geração que possui algo diferente e ameaçador: são crianças com habilidades especiais. Elas podem controlar pessoas e objetos só com o poder da mente. Consideradas perigosas, vivem à margem da sociedade. Mas, aos 16 anos, Ruby consegue escapar de Thurmond e muda o seu destino, ao lado de novos amigos, fugitivos como ela: Liam, Zu e Bolota. Juntos, os quatro vivem as mesmas dúvidas, medos e inseguranças. Enquanto enfrentam uma realidade assustadora, fugindo de caçadores de recompensa, da polícia e da Liga das Crianças, uma organização que quer se aproveitar dessas habilidades infantis, eles tentam encontrar o Fugitivo, um líder misterioso que oferece abrigo e ajuda às crianças. E percebem que, apesar de tudo, ainda conseguem sonhar. (SKOOB)


Olha, fazia tempo que não lia um livro para me envolver tanto, e olhe que sou fanática por distópicos desde que comecei a ler. Dizer que esse livro é totalmente inovador, seria mentira da minha parte, mas também não posso afirmar que ele não vai ter coisas mescladas de tantas outras séries do gênero que vocês já viram, e que vão te fazer pirar. Achei ele uma mescla de Estilhaça-me com Eva. 

O livro conta a história de uma garota que foi uma das poucas sobreviventes de uma pandemia que matou quase que toda a população jovem existente, e que transformou o restante em uma espécie de adolescente super poderoso

Essas crianças foram internadas em "hospitais e escolas", como experimentos para remédios que combatessem esse mal. Pelo menos era o que o governo falava para os pais dos garotos. Só que na verdade eram prisões onde eles tinham que trabalhar, e toda a forma de poder era punida. Eles eram divididos pelo grau de força. Por exemplo, tinham os verdes e azuis que possuíam poderes que a polícia podia conter. Tinham os amarelos, laranjas e por fim, os vermelhos. As três categorias eram perigosas, e todas as crianças que pertenciam a essas três, simplesmente começaram a sumir do lugar onde Ruby, nossa menina, morava. 

Ela era uma das poderosas, mas como seu grande poder era manipular mentes, então se passou fácil por uma verde. Isso até o governo achar um modo de separar os mentirosos dos não mentirosos, e Ruby é salva nesse processo por um grupo esquerdista. 

É ai que ela encontra Liam, Bolata e Zu. Três jovens que estão fugindo de tudo isso, e procurando um tipo de terra prometida e alguém para seguir. 

Sabe que eu assistindo Walking Dead essa semana, tive uma espécie de epifania sobre essa coisa de mundo em caos e o que se fazer depois. Sabemos que após algo que nos desestruture dessa forma, não resta muita coisa da nossa vida atual. Nada de sonhos, planos e esperanças sequer de acordar no outro dia. Do mesmo jeito que os personagens de Walking Dead arranjam expectativas rápidas para o que quer que seja, acontece também em Mentes Sombrias. No caso do livro, a meta deles é essa terra prometida para adolescentes. E é nisso que os quatro meninos vão se agarrar no livro inteiro. Uma coisa pequena, mas que a autora transformou em uma meta até para quem está lendo. 

Acredito que o que mais chamou minha atenção no livro, foi a forma com a qual a autora conduziu a história. Ela tem uma facilidade de envolver o leitor com momentos até banais e que facilmente poderiam ter sido estragados nas mãos de outras pessoas. E tudo bem que o livro tenha momentos incríveis, mas a diferença da contextualização da obra, se deve por conta dela e da maravilhosa forma de nos puxar para a história. 

Quantas vezes já li livros onde adolescentes fogem para se salvar? Inúmeras! 
Em Mentes Sombrias a diferença está no grau de amizade entre esses quatro personagens. Nos outros livros vemos o relacionamento dos mocinhos bem conduzidos, e o resto fica como um personagem secundário na história. Nesse livro, apesar de acompanharmos Ruby o tempo inteiro, você sente que todos eles são protagonistas, de algum modo. 

Você ama Liam e sua força para salvar todo mundo e se comportar como uma espécie de líder. Ama Zu, a pequena com um poder incrível, mas que não fala absolutamente nada, e que ainda assim é encantadora com gestos e olhares. E com certeza você irá amar Bolota e a chatice extrema quando se tratava de novidades. Ele é aquele que a gente acha que vai odiar de cara, e daí é aquele que mais você vai querer ver no próximo livro da série. Completamente apaixonada pelo estilo de Bolota. 

Claro que a autora coloca os defeitos deles bem acentuados, mas isso você só vai descobrindo com o tempo, e de maneira nenhuma faz você perder o fascínio, muito pelo contrário. Gosto quando os autores colocam veracidade até na mentira, e isso Alexandra faz bem. Bem até demais! 

Quanto a nossa protagonista... Ela me convence. Não é nenhuma Katniss ou Tris -  em se tratando de distópicos - mas é perfeitamente capaz de chegar até ai. Aposto, até, que no próximo livro ela virá bem parecida com essas duas. 

O livro é grande, mas cheio de cenas de ação que vão tirar o fôlego. Como também cheio de momentos que vão te fazer flutuar, e querer bater nas paredes. Eu até joguei o livro contra a parede depois que o acabei, e então voltei e pedi desculpas. 

Eu estou tão impressionada com o que a autora fez com esse livro, que não me sinto capaz de dizer com força para vocês o que ele realmente foi para mim. Não tirei grandes aprendizados dele, mas tirei coisas um pouco mais práticas e que eu precisava no momento. Li o livro em algumas horas, e mal consegui desgrudar dele. Ainda estou sentindo falta dos personagens e do tanto de maldade que a autora impregnou nesse final. Sério, ele é sufocante! 

Estou me revirando de curiosidade pelo próximo volume, e esperando de coração que ela não estrague o livro do meio. Estou contando que essa será uma das séries distópicas mais amadas por mim. Na verdade, estou colocando minhas duas mãos no fogo por ela. 

Agora tratem logo de ler essa maravilha!