"Uma palavra: Incrível!"
Sinopse: Alyssa Gardner ouve os pensamentos das plantas e animais. Por enquanto ela consegue esconder as alucinações, mas já conhece o seu destino: terminará num sanatório como sua mãe. A insanidade faz parte da família desde que a sua tataravó, Alice Liddell, falava a Lewis Carroll sobre os seus estranhos sonhos, inspirando-o a escrever o clássico Alice no País das Maravilhas. Mas talvez ela não seja louca. E talvez as histórias de Carroll não sejam tão fantasiosas quanto possam parecer. Para quebrar a maldição da loucura na família, Alyssa precisa entrar na toca do coelho e consertar alguns erros cometidos no País das Maravilhas, um lugar repleto de seres estranhos com intenções não reveladas. Alyssa leva consigo o seu amigo da vida real – o superprotetor Jeb –, mas, assim que a jornada começa, ela se vê dividida entre a sensatez deste e a magia perigosa e encantadora de Morfeu, o seu guia no País das Maravilhas. Ninguém é o que parece no País das Maravilhas. Nem mesmo Alyssa...
Vi tanta gente falando o quanto esse livro era lento e chatinho, que por um momento acabei não me empolgando na leitura dele. Acontece que essa capa é incrível, e eu sou simplesmente aficionada na história de Wonderland, e por isso resolvi dar uma chance para o livro. Graças a Deus que eu dei, porque o livro é muito bom!
Aqui acompanhamos a história de Alyssa, que é tipo uma neta em vários graus da Alice que inspirou Lewis Carrol a escrever sobre Wonderland. A garota tem problemas sérios com insetos, já que escuta os pensamentos deles; e com plantas, pelo mesmo motivo. Tem uma mãe que está doente da cabeça, e por ouvir esses seres que não deveriam falar, Alyssa acha que ela está indo para o mesmo caminho. Ela odeia quando as pessoas tiram piada sobre ela ser parante de Alice, porque a adolescente só quer ser normal,e ninguém deixa.
Acontece uma situação, e Alyssa acha que pode salvar a mãe se for um pouco mais crente nas coisas que ela diz sobre quem é Alyssa e sobre a família dela. E quando surge uma oportunidade que deveria ser irreal, a garota se joga no lado mais sombrio.
Olha, o que posso dizer?
A autora pegou o nosso mundo moderno, cheia de parafernálias e tecnologia, e começou o livro com isso. Então a gente sabe os problemas de Alyssa, já que a autora foi bem feliz em explicar todos eles em poucas páginas, e entende a contextualização da história no mundo em que vivemos. A parte da realidade criada por ela foi muito incrível! Tipo, faz a gente pensar no que aconteceria com os personagens dos livros se eles vivessem no mundo real. Nada como Once upon a time. Aqui o negócio é dark mesmo!
E como se não bastasse a excelência da protagonista e o mundo que a cerca, a autora a coloca em Wonderland. Mas acreditem, essa Wonderland nunca será igual ao que imaginamos ser uma. A começar pelos personagens que tem ligações incríveis com os da história original quando se trata de detalhes, mas histórias pessoais muito distintas. Achei isso genial!
Eu me apaixonei pela ambientação visual que a autora criou. Não, não é um livro com figuras, mas é um livro com excelência de detalhes de cenário e vestimentas. Aliás, as vestimentas são dignas dos seus sonhos mais psicodélicos. Acho que Tim Burton adoraria dirigir um filme baseado nesse livro porque, vamos combinar, isso tudo é a cara dele! E vocês por aqui sabem que amo o visual dos filmes do Burton, portanto, amei isso aqui!
O livro tem ação do início ao fim, e todas elas são baseadas no que a Alice de verdade viveu na história. E esse é outro ponto maravilhoso... a inclusão da Alice e o motivo dela ter ido embora de Wonderland e outros motivos intricados. É como se fosse uma teoria da conspiração no País das Maravilhas. Sério, muito bom!
E será que temos romance aqui? Putz, em dose dupla!
Alyssa vai para a sua aventura acompanhada do amigo/amor de infância: Jeb. O cara é puro amor, e realmente acho que é um personagem que cresce na trama tão quanto a protagonista. Começa incrédulo sobre Wonderland, e depois de um tempo está fazendo os mais loucos planos para ajudar a garota a cumprir sua jornada e ir embora o mais rápido possível. É o típico personagem que se comporta como um cavalheiro o tempo inteiro, e dado a sacrifícios extremos por Alyssa.
Em contrapartida, temos um outro personagem que não posso dizer quem é, mas a gente consegue odiar e amar tudo junto. Ele é aquele que seria um perfeito anti-herói. O cara que arranca suspiros por agir de forma calculada com maldade, para justificar alguma bondade futura. É controlado, controlador, detalhista, prático e extremamente sensual. Tudo nele parece ser do mal, contudo é aquele que mantem seu altruísmo em ações estranhas. Eu ADOREI o cara!!!
O único defeito é que é uma série - acho que de três. E até me pegou de surpresa visto que o livro não terminou em nenhum momento de clímax. Ele começa aqui e termina aqui. Achei isso muito legal! E gente, se vocês gostam de fantasia, tenho certeza de que não vão se incomodar mesmo que seja de dez.
Eu não sei se é porque adoro a história de Alice, mas tive uma ligação muito forte com esse livro. A autora não fez um mais do mesmo, muito pelo contrário. Ela criou uma boa desculpa para o mundo maluco do Carrol. Eu não poderia ficar mais feliz com o resultado do livro. Realmente me encantei com a história e recomendo para todo mundo que gosta do gênero. é o tipo de livro que você grita para as pessoas lerem.