Resenha de "Fênix: A Ilha" (John Dixon)

"Um espetáculo!"

Sinopse: Sem telefone. Sem sms. Sem e-mail. Sem TV. Sem internet. Sem saída. Bem-vindo a Fênix: A Ilha. Na teoria, ela é um campo de treinamento para adolescentes problemáticos. Porém, os segredos da ilha e sua floresta são tão vastos quanto mortais. Carl Freeman sempre defendeu os excluídos e sempre enfrentou, com boa vontade, os valentões. Mas o que acontece quando você é o excluído e o poder está com aqueles que são perversos ?





 Juro que peguei esse livro da estante da maneira mais despretensiosa possível. Tinha uma sinopse bacana, e possuía notas legais nas redes literárias americanas. Jesus, como agradeço aos céus por ter tirado Fênix: A Ilha da estante! Ela é muito f... !  Já entenderam, não é? 

O livro já começa com uma problemática: Carl é um adolescente que se mete em encrenca com frequência. Não é daqueles meninos briguentos, mas eventualmente as brigas o procuram, e ele não suporta injustiça, por isso acaba sujando as mãos em problemas que as vezes nem era dele. Então o negócio já começa com ele em um tribunal, junto com o casal - os últimos pais adotivos - e recebendo uma punição que, para ele, até que não é tão ruim quanto ir para cadeia: Um reformatório militar para adolescentes, a tal da Ilha. 

É lá que Carl é testado de todas as formas possíveis. Ele é durão, mas incrível como os colegas agressivos dele e os militares responsáveis pelo programa - que são tão malvados quanto - sabem que a única forma de atingir o garoto, é através de gente inocente. É um ex boxeador muito bom (Realmente MUITO bom!), só que ninguém ali sabe o poder que ele tem com o corpo. Até ele ser realmente testado até o limite da sua sanidade. (In Love)

Tudo nessa ilha é um mistério para ele e os outros garotos. Tudo é muito difícil - desde meninos chorando porque não conseguem completar uma corrida, ou de gente passando mal por que não pode comer. O negócio é bem pesado de verdade. E ainda tem a Oficina, que é comandada por um cientista com cara de maluco, e que eles não gostam nem de pensar na possibilidade de um dia precisarem ir para lá. Mas claro que Carl faz amigos legais e bacanas, e que estão dispostos a tudo pelo justo, exatamente como ele (Meninos e meninas, heim!). 

Posso bater no peito e dizer que o livro é simplesmente alucinante. Trás um dos personagens mais bem construidos e fortes que já conheci na literatura mais voltada para o público jovem, que é Carl. O garoto é pura adrenalina até quanto está só respirando. Ele é o típico herói de livro, mas sem perder a agressividade que está no sangue dele. Amava cada coisa que ele dizia, que ele fazia, ou até quando se prendia para não dizer nada. Ele parece bastante com o Minho, que foi meu personagem predileto de Maze Runner. Aliás, esse livro me lembrou bastante o Maze Runner. Acredito que tenha sido pela frenesi fantástico dele. 

A primeira parte é muito de ambientação. Então a gente conhece os personagens, a dinâmica da ilha e os possíveis vilões - o que nunca é demais nesse livro. Depois passamos a entender como as coisas funcionam entre Carl e o "algo a mais" que ele possui e que é diferente dos outros garotos, e ai o livro começa a ficar louco. Vamos combinar, não entendi porque algumas pessoas acharam a história tão parada. Eu simplesmente enlouqueci com ela do início ao fim. Fênix: A Ilha tem uma pegada forte de distopia, apesar de não ser uma. Mas como existe um governo totalitário governando essa ilha, e essa ilha é a unica casa deles, então eu enxerguei muito esse espaço ai dentro. É uma luta constante pela sobrevivência. E como não dá para sair do lugar de jeito nenhum - com direito a tubarões mutantes cobrindo toda a parte marítima do lugar, então é que o negócio tende a ficar sempre mais tenso. 

O autor não teve pena de matar, e isso acabou com a minha vida. E quando digo matar, não quero dizer no sentido propriamente físico da coisa - não se enganem, tem muito disso também. - mas tem a ver com o lado emocional e psicológico do personagem. Vi alguns deles pirando por não aguentar o tranco, ou por querer ser herói dentro de uma sociedade de pessoas cruéis. E quando ele resolvia matar de verdade, era tão fácil quanto respirar. Quando você pensa que alguém terá tempo de sofrer por uma morte, é ai que o personagem tem que correr, e o tempo vai embora. 

Características distópicas, um protagonista do caramba de perfeito, e velocidade cruel do início ao fim? Claro que gostei desse livro e com certeza que indicaria para vocês!
 
Se vocês gostam desse estilo de livro, pulem do precipício por Fênix: A Ilha, porque é simplesmente incrível! E mais, o John Dixon é um fofo completo que interage de verdade com os fãs do Brasil, e isso acaba criando um laço bacana com o leitor.

Estou ansiosa pela continuação. Lógico que é uma série!