Já vou dizendo que não sou uma manteiga derretida...
A quem eu quero enganar? Eu choro com aquelas entregas de casa que o Luciano Hulk faz no programa dele. Eu choro se meu filho alisar meu rosto - ele é bem brutinho - ou se minha mãe briga comigo, mesmo ela errada na história. Eu choro com as porcarias dos filmes de comédia se tiver uma declaração ou um gesto um pouco mais emotivo. Ok, ok, apesar de ser uma das pessoas mais fortes que conheço, reconheço que sou forte justamente por essa minha capacidade desidratante de chorar tanto vendo filmes.
Essa postagem de hoje é em homenagem a cinco filmes que me fizeram chorar. E não estou falando de filmes que fazem você chorar uma lágrima no meio dele, estou falando em me debulhar de desespero e ficar um dia todo sem querer comer de depressão ou nostalgia. Alguns deles eu choro ainda hoje, mesmo que esteja vendo pela décima vez. TÁ BEM, mentindo de novo! Choro todas as vezes que vejo e ponto.
Vamos lá logo conhecer eles antes que comece a chorar de novo.
August Rush
Eu sou louca varrida por música! E isso nem é um exagero, já que sou louca de modo geral. Meu primeiro livro é sobre música, então vocês podem entender o quanto essa coisa de mesclar música com qualquer outra arte me deixa feliz, e super acho que música combina com cinema. Aliás, acho que música é toda a emoção do cinema.
Foi movida pela música que acabei encontrando August Rush, que foi traduzido para o português como "O Som do Coração". (WTF?)
Conta a história de um casal de músicos que se envolvem quando jovens, e são separados por alguns acasos do destino. Acontece que ela some grávida, e o cara não tem noção disso. Mas outro acaso acontece - sim, porque isso é um drama - e o bebê também é separado dela. O garoto cresce num orfanato e quando já está na pré-adolescência, resolve começar sua própria busca em direção aos pais, e descobre que a forma de fazer isso é através da música. O garoto é tipo um gênio da música!
O filme é lindo, tem cenas belíssimas, canções pra lá de emocionantes e um elenco afiadíssimo junto.
O Segredo de Brokeback Mountain
Já me cansei da quantidade de vezes que ouvi piadinhas ridículas acerca desse filme. A grande maioria delas vindo de homens que possivelmente não tem certeza de sua masculinidade e vão encher o saco dos outros. Pessoalmente? Acho esse filme um verdadeiro primor!
Conta a história de dois vaqueiros que foram fazer um trabalho de semanas numa montanha chamada Brokeback. Ambos brutos demais, e ambos fantasticamente bem construídos como personagens. E daí eles começam a sentir uma atração enorme um pelo outro. E esses dias na montanha marcarão eternamente a vida dos dois.
É uma das história de amor mais lindas que já vi. Esses dois juntos são maravilhosos, e algumas cenas são de uma delicadeza impar. A última cena é uma das melhores do cinema no meu ver. Um filme lindo sobre esses caras perfeitos - e talvez não tão corajosos - e que se amaram acima de tudo, ainda que descobrir isso tenha sido pior que domar cavalos.
Titanic
Sim, porque eu fui adolescente apaixonada por Leonardo DiCaprio desde que vi Jack pela primeira vez na tela grande. Se eu chorei com esse filme? Nossa senhora, eu fiquei em prantos! Ainda hoje penso que eles poderiam ter revezado na porra da porta no mar!
Hoje eu já consigo ver sem me debulhar em lágrimas - nem tanto. Tenho um olho mais clínico e saiu catando a parte técnica dele, e me apaixono mais um pouco cada dia que passa.
Acho que tinha doze anos quando o filme foi lançado. Meu irmão tinha nascido, era ano de copa de mundo - que por acaso o Brasil perdeu - e eu estava completamente apaixonada pelo Jack e procurando na minha escola um desenhista pobre que tivesse os olhos do Leonardo DiCaprio e que me colocasse nua num divã. Ok, era nova demais para pensar em ficar nua num divã, mas queria um Jack para chamar de meu.
Sou amante de Titanic independente de em qual perspectiva eu veja.
Sociedade dos Poetas Mortos
Eis que teve uma fase em que comecei a escutar conselhos audiovisuais da minha mãe, e graça a Deus a coroa tem um super bom gosto para filmes antigos. Não entende nada das novidades, mas saca de filme velho. Não sabe o que é um Transformers e nunca teve paciência para a troca de balas "irada" em Matrix, mas quando o trem é coisa antiga, eu amo as indicações dela. Foi assim que cheguei em Amadeus e Sociedade dos Poetas Mortos, e foi assim que comecei meu amor por esse filme e que se iniciou meu gosto pela escrita.
O filme vai contar a história de uma escola de garotos - acho que inglesa ou escocesa, onde as regras é a máxima do lugar. Onde ouvir os pais e os professores é mais do que uma opção, é uma obrigação a ser seguida a risca.
É nesse lugar, durante um novo ano letivo, que o chega o professor John Keating. Ele é daqueles onde a mão boêmia de um anjo tocou na hora em que ele estava nascendo. O cara expira literatura em todos os poros, e chega na escola com uma proposta educacional muito ousada. Então cenas como " joguem seus livros no lixo" é bem comum por aqui. Com seu jeito carismático e apaixonado, ele leva esses meninos para um mundo diferente onde as escolhas que fazem é o diferencial de suas vidas. Onde "Carpe Diem" é a nova regra a ser seguida.
Uma palavra para esse filme: PERFEITO!
Ele até reprisou por esses dias na Globo depois da morte de Robin Williams, que faz o magnânimo professor Keating. É um filme de uma leveza e ao mesmo tempo de uma densidade maravilhosas. Eu adoro o clima dele, as atores, e o escandaloso contexto onde tudo se desenrola.
Chorei feito menina quando acabei de ver, e depois agradeci a minha mãe pelo o que talvez seja o melhor conselho que ela me deu na vida. Por causa desse filme me tornei escritora. Me arrepio só de pensar nele.
O Retorno do Rei
Quem me acompanha no blog sabe que minha paixão pela saga desse anel é antiga e surreal. Talvez seja uma das coisas que mais sou apaixonada na vida, acima de outras tantas que eu posso até tocar. É como se Tolkien tivesse encostado na minha alma quando escreveu sobre a Terra Média e Frodo Bolseiro. Como se essa saga do anel tivesse sido um marco da minha vida. Sou dividida em " antes e depois do anel".
Imagina minha surpresa quando soube que iriam fazer um filme?!
Vocês não tem noção do tanto de revistas que comprei, posteres que ganhei e entrevistas que gravei em VHS quando soube desse lançamento. Eu babava nos trailers e fiquei na porta do cinema por horas para conseguir um ingresso antecipado. E fiquei horas na fila para pegar um bom lugar para assistir.
Eu chorei no primeiro e chorei no segundo, mas o final do terceiro foi patético. Eu solucei na sala de cinema, gente. Vocês não tem noção do quanto foi ridículo. hehe
Para mim era como realizar um sonho perfeito ver meu livro predileto no cinema numa qualidade escandalosa daquelas. Fiquei com tanto medo do filme ficar ruim e não fazer jus ao livro, e tomei um susto maravilhoso quando fizeram essa obra prima.
Choro todas as vezes que assisto, porque Sam, Frodo, Merry, Pippin, Aragorn, Gandalf, Legolas Gimli e Boromir entraram na minha pele e grudaram em todos os meus órgãos. Não vivo sem essa sociedade do anel.
Eu amo essa história, e acho que choro porque ela passou a ser da vida de muitos além dos leitores fanáticos e corajosos- porque ler Tolkien não é fácil- depois que saiu do papel e foi para a tela. Acho que o mestre ficaria feliz de ter visto essa adaptação. Acho até que ele sorriria entre baforadas do cachimbo e diria "em um buraco no chão havia um Hobbit"
Agora quero saber de vocês... Quais filmes te fazem chorar mesmo depois de ter assistido pela décima vez?