Resenha de "Prodigy" (Marie Lu)

 "Impossível ser melhor"

Sinopse: Os opostos perto do caos. Depois que um cataclismo atingiu o planeta Terra, extinguindo continentes inteiros, os Estados Unidos se dividiram em duas nações em guerra: a República da América, a oeste, e as Colônias, formadas pelo que restou da costa leste da América do Norte. June e Day, a menina prodígio e o criminoso mais procurado da República, já estiveram em lados opostos uma vez.Agora eles têm a oportunidade de lutar lado a lado contra o controle e a tirania da República e, assim, alterar para sempre o rumo da guerra entre as duas nações. Resta saber se estão preparados para pagar o preço que as transformações exigirão deles.



Provavelmente as resenhas dos livros que mais gostamos, são aquelas mais complicadas de serem feitas. Estou aqui sentada na frente do computador há bastante tempo e sinceramente não sei se vou conseguir dizer o quanto gostei desse livro no grau que sei que gostei.

Prodigy foi uma surpresa deliciosa para mim. Li Legend, mas nem morri de amores por ele. Achei um livro de começo distópico legal, mas sem grandes explosões de sentimentos em mim. Já Prodigy foi tão bom, mas tão bom que me peguei xingando a autora o livro inteiro. 

Como pode um livro do meio ser tão bom assim? O único que vi que conseguiu me deixar mais gamada do que o primeiro foi Em Chamas, o segundo da trilogia de Jogos Vorazes, e ainda assim, não foi a explosão de sentimentos que tive com Prodigy. 

Já sabem, não é? Livro que é continuação de série eu só falo sobre o que pensei, nada de enredo. Mas como diz a sinopse assim em cima, continuamos a acompanhar a vida de Day e June. Para quem leu o primeiro, sabe que a garota é um prodígio amado pelo país; e que o carinha é procurado por ser um bandidão - na visão deles. 

Pensei que fosse morrer de tédio com esse livro e, caramba, eu comi as páginas dele de tão rápido que foi a leitura. O livro é simplesmente frenético, e exatamente como um livro distópico para mim tem que ser: Louco. 

Aqui não há tempo para muito sentimentalismo, gente. Realmente tem-se as brigas reais e palpáveis. As vezes é tanto, que eu me desligava da minha própria realidade para gritar com um ou com o outro. Quando você pensa em confiar em alguém, daí a autora lhe dá uma rasteira e você fica tempo demais aturdido. Fantástico!

E sabe que só peguei para ler esse livro depois que vi uma entrevista da autora falando que ela se baseou em Os Miseráveis para escrevê-lo? Pois é. E como Os Miseráveis é uma das minhas obras prediletas do planeta, eu fiquei muito neurótica para encontrar a familiaridade da coisa. E realmente ela está lá, latente, mas discreta. Ficou sutil em todo o livro, mas tem uma cena que Day está dando um super discurso, e eu quase pude ouvir One Day More, que para mim é a melhor música em musicais de todos os tempos. 

Eu fiquei tão surpresa com esse livro, que precisei de semanas inteiras para conseguir sintetizar o que senti ao lê-lo. Terminei querendo socar a autora por incluir um fato que eu não contava com ele, e por saber que ela é corajosa o suficiente para dar um tipo de fim que vai me arrepiar e vai acabar comigo ao mesmo tempo. 

Eu estou tão apaixonada por essa série e pela singularidade desses personagens, que sonho com eles as vezes. Tipo, sonho mesmo!! A narrativa da Marie é uma delícia e ela te leva ao extremo do que você supõe ser um terreno seguro. Em muitos momentos até lhe joga no meio de um redemoinho de loucura e nem espera que você tome fôlego antes de te soltar nas ondas de um mar revolto, sabe? Não senti isso com Legend, já que é um livro para você conhecer a estrutura de tudo. Mas Prodigy veio pocando e minhas expectativas estão absurdas pelo próximo - e último - volume da série. 

Os personagens tem uma simetria absurda de maravilhosa. Day é perfeito até quando ele faz merda, e June é única, e não existe outras palavras para ela. Não é o tipo de personagem que vá ficar de mimimi num romance, até porque ela nem sabe fazer isso. Mas June vai te surpreender de modo positivo, e pode ser até que venha acompanhado de frieza, mas real, sabe? Ela é perfeita na imperfeição dela! E ambos juntos são incríveis! Não aquele tipo de incrível que protege demais um ao outro, bem pelo contrário. O tipo de incrível que manda você pro meio das balas e te dá uma munição extra se for isso o que você quer. 

Realmente não sei mais o que dizer para fazer com que vocês leiam esse livro. Ele é fantástico e ponto. Legend é lento? Sim. Mas Prodigy é um trem desgovernado. 

Agora tira a bunda dessa cadeira vai logo começar essa série! Quero outras pessoas tão neuróticas por Champion como eu.