Resenha de "Azar o seu!" (Carol Sabar)

"Para dar boas risadas"

Sinopse: Bia está parada num engarrafamento no Rio de Janeiro, pensando em sua vida azarada. Sem emprego, atolada em dívidas, ela não imagina que está prestes a viver a grande coincidência da sua vida. O motorista do carro ao lado está buzinando, tentando se comunicar com ela, como se fosse um velho conhecido... E ele é! Mas Bia não o reconhece. E como poderia? Ele é um homem, não mais o garoto de dez anos atrás. Está mais encorpado, cortou o cabelo, livrou-se do aparelho nos dentes e das espinhas do rosto, está tão diferente, tão lindo... O motorista sai do carro, mas não tem tempo de se explicar, pois começa um violento tiroteio e eles têm que se jogar lado a lado no asfalto. Certa de que está prestes a morrer, Bia entra em desespero e se prepara para dizer suas últimas palavras, na esperança de que o suposto desconhecido deitado ao seu lado possa levar um recado a Guga, seu amor da adolescência, sem perceber que é ele próprio que está ali, ouvindo a inesperada declaração de amor! Os dois escapam juntos do tiroteio e, a partir daí, começam a se envolver, dia após dia... Guga, sem coragem de assumir sua verdadeira identidade. Bia, fascinada por ele e feliz consigo mesma por finalmente estar se apaixonando por alguém que não é Guga... Azar o seu! vai além de uma comédia romântica. É uma reflexão sobre a importância da amizade verdadeira, do perdão e do autoconhecimento, que nos resgata o poder de decidir sem medo e de reverter escolhas que nos impedem de ser feliz.  (SKOOB)



Esse é o segundo livro da Carol que pego para ler, só que diferente do primeiro, esse eu consegui ir até o fim e gostar imensamente! Desde o lançamento que espero para conseguir lê-lo, e então essa semana consegui emprestado e tratei de resolver minha pendência com ele em algumas horas. 

Bia é formada em administração, só que esta desempregada, sem dinheiro e morando de favor na casa de pai, que tem uma floricultura que não anda muito bem financeiramente. Durante um engarrafamento, um tiroteio acontece com ela no meio. Achando que esta morrendo, ela resolve contar seus segredos ao que acredita ser um "mentor espiritual". Inclusive acaba contando do seu amor eterno pelo amigo de infância. E não é que o amigo de infância esta exatamente ao lado dela servindo de guia espiritual?! Mas claro que nossa protagonista não o reconhece porque o cara estava fora há mais de dez anos. 
Guga fica com medo de revelar para Bia quem é, e então passa a sair com ela como se fosse um novo cara em sua vida. Mas nós todos sabemos que isso não dura muito tempo, não é? 

A premissa do livro é simples, mas devo dizer que a Carol soube levar com graça a simplicidade da sua trama. O livro é leve e de fácil leitura, dá para interagir com a protagonista num grau fantástico de proximidade, e isso foi uma das coisas que mais gostei e que menos gostei também. ´

Acontece o seguinte, Bia tem muitos devaneios, e isso irrita em muitos momentos. Ela é super resistente e focada em algumas coisas, e em tantas outras ela se esconde. Percebe como isso é um traço incomum da personalidade da personagem? Fiquei imensamente irritada com isso! 

Uma hora você esta lendo a personagem sendo focada e simplista, e em outros momentos ela volta a pensar em coisas do passado e acabo por perder a concentração durante essas voltas à adolescência. Sei que o passado dela era importante, visto que a história dela e de Guga se passam nesse período, mas tinham momentos que desfocava da cena que estava sendo narrada. 

Guga é o que há de melhor no mundo! 
Ele foge um bocado do tipo de mocinho que se encontram em chick-lit, e isso foi realmente uma sacada de mestre da autora! 
Ele não faz o tipo Bad Boy (misterioso e grosso) e nem faz o estilo certinho demais. Ele é engraçado, decidido, atrevido e preciso voltar a dizer que ele é simpático demais, uai!
O tipo de mocinho que não lembro de ter lido em nenhum outro livro do gênero, e o tipo que me apaixonei de primeira! Muito boa a construção de Guga! 

Os coadjuvantes são muito bacanas! 
Desde o primo de segundo grau louco de Bia, ao pai da mesma. 
Não existem personagens soltos e sem finalidade nessa história. E ai vem mais um ponto positivo para a autora!

A escrita de Carol é deliciosa! Quando a história tende a cair na mesmice, eis que ela entra com momentos e coisas inusitadas para me animar e me encher de orgulho de literatura nacional. Diga-se de passagem uma cena de um helicóptero em especial. #Morri

O livro não ganhou cinco estrelas na minha mão porque me irritei muito com algumas atitudes da protagonista. Era como se Bia fugisse de viver, e eu não via graça alguma nisso, e nem sentido. Os momentos mais bacanas dela era quando estava com Guga ou com o pai, e nem era por conta dela, e sim por conta dos dois que são adoráveis e perfeitos! 

Outra coisa legal eram os momentos nostálgicos. Muitas brincadeiras que eu fazia quando era criança estão presentes aqui. Muitas das canções, dos comportamentos infantis, dos testes ridículos das revistas para meninas ou da tensão do primeiro beijo. A adolescência de Bia pareceu demais com a minha e, poxa, como foi bom relembrar disso! 

Enfim, indico a leitura para as pessoas que como eu, adoram um chick-lit! Esse é um bom representante na categoria, além de que tem um dos finais mais fofos do mundo! Apesar de ainda achar que um epílogo não teria feito mal a ele. A profissão de Bia era um tabu na história, e apesar da resolução que a amiga dela deu para o casal em relação ao trabalho de Bia, eu achei que ficou faltando uma vista na vida dos dois depois de algum tempo. Mas vai ver foi porque eu já estava sentindo saudade dos dois! *-*