Resenha de "Veneno" (Sarah Pinborough)

"... Como assim?"

Sinopse: Sexy, sarcástico e de prender a respiração! Para os fãs de Once Upon a Time e Grimm, Veneno é a prova de que contos de fadas são para adultos! Não existe “Felizes para sempre”! Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? E que princesas podem ser extremamente mimadas? E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria “um final feliz” pode se tornar o pior dos pesadelos! Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia!  (SKOOB))




Estamos vivenciando uma onda de escritores e cineastas que usufruem dos clássicos dos contos de fadas como inspiração para novas obras de arte. Acho isso válido tanto quando a proposta é a mesma do livro com um visual que a atualidade nos permite, como quando eles fazem adaptações de contos de formas diferenciadas. Não tenho problemas com mudanças, tenho problemas com mudanças quando elas não fazem sentido, e foi o que aconteceu em muitos momentos desse livro. 

Temos aquele mesmo blá blá blá: Princesa linda e com um espírito livre que é filha de um rei amoroso e criada por uma madrasta pra lá de revoltada da vida. Isso é clássico nos contos da Branca de Neve. Esse livro tem um diferencial pois ele começa a ser narrado pela madrasta, que nada mais é do que uma feiticeira nova, revoltada com seu passado que foi obrigada a casar com um rei contra a sua vontade. Compreensível isso, e por um momento achei que a autora fosse caminhar sempre por ai, explicar o motivo da madrasta ser tão má com Branca de Neve. Mas daí digo qual o principal problema dessa escritora nesse livro: Ela começa com uma ideia altamente fantástica, mas dai ela esquece de como começou e muda totalmente o rumo do que estava escrevendo. 


Depois vemos um caçador, bonito, sexy e altamente misterioso. Sim, ele foi um personagem que também começou fantástico! Contratado pela rainha para arrancar o coração da pequena jovem e não antes de se aproveitar do caçador e ele se aproveitar dela, mas eis que Branca de Neve me surpreende e invés de dar o coração ao cara, ela... Bom, se eu disser vira spoiler, mas fiquei com muita raiva dela, e não foi pelo o que ela fez, mas o motivo de ter feito.

E então temos os anões, que não são sete, mas três e com nenhuma das características que eu poderia esperar de um anão. Mas bem, estou acostumada com anões no estilo Gimli do Senhor dos Anéis, e não essas criaturas dóceis que vemos aqui. 

E tem-se todo aquela coisa de bruxa velha (o que foi uma misturada até que funcional), maça envenenada e Branca de Neve em estado de coma numa caixão com passarinhos e bichinhos da floresta ao redor. Mas daí aparece um príncipe, e já vou dizendo que nunca me afeiçoei a ele, e fica encantado pela princesa adormecida. Quanto a esse príncipe só posso dizer o seguinte: Ele me surpreendeu ao ponto de me fazer gargalhar e xingar a autora de tudo quanto era nome feio no final. E Branca de Neve em relação a ele? Uma tapada! E mais uma vez a autora mudou a personalidade da personagem e a proposta inicial dela. 

E tem mais... 
Nesse livro aparecem várias outras ligações com outros contos de fada: Aladim, Cinderela, João e Maria... E até que essa parte não achei ruim. Sério! Contudo como já falei a vocês, ela começa com uma proposta inusitada e boa, e se perde inteira no meio do caminho. 

Há cenas de sexo, gente, e pesadinhos! Então nada de dar o livro para os pequenos conferirem, heim!

Se a autora tivesse mantido a linha dos personagens do início ao fim, eu teria dado cinco estrelas para o livro porque o final é tão patético que se torna extremamente bom! E tenho que admitir que ela é ousada! Mas ela mudou, e não me afeiçoei a nenhum personagem em especial tirando o caçador, então por isso o livro perdeu duas estrelas. 

Já vou avisando que não é um livro com final. Na verdade ele deixa MUITAS pontas soltas. Mais pontas soltas do que jamais me recordo ter visto em um livro, e isso também me chateou. E daí eu super curiosa pela continuação, e eis que a continuação é da Cinderela, e me pergunto... CADÊ A PORCARIA DO FINAL DA BRANCA DE NEVE? Porque por mais que a autora queira diversificar o babado e ter escrito uma coisa que tivesse mais haver com a nossa realidade, aquilo ainda é um livro e exige um final. O leitor sabe quando um livro acaba, mesmo que a proposta dele seja não ter um fim definido, como os livros do Green, mas esse simplesmente não existe nesse aqui. E pelo o que li da continuação, ela não explica muita coisa não. 

Então o negócio é o seguinte... Se a autora contar a história da Cinderela e lembrar de colocar a continuação da Branca de Neve, ela terá o meu respeito e lerei até o último livro da série. Se ela fizer merda nesse próximo, farei a próxima resenha só em forma de caracteres de xingamento. kkkkk
Enfim, minha opinião por essa série e essa escritora virá de fato quando eu conseguir ler Feitiço, até lá, morrendo aos poucos de frustração. 

Fica a dica. Ou não.