Resenha de "Uma Vez na Vida" (Marianne Kavanagh)

 "Rápido e afetuoso"


Sinopse: Uma história de amor, encontros e.... desencontros! Conheça Tess. Obcecada por roupas vintage, ela está sempre enrolada no emprego que detesta e em dúvida sobre seu namorado bonitão Dominic, que conheceu na universidade. Morando em um adorável apartamento com sua melhor amiga, Kirsty, ela poderia se considerar uma pessoa de sorte. Mas se sua vida é tão perfeita, por que ela se desfaz em lágrimas toda vez que pensa no futuro? Conheça George. Um músico brilhante que divide seu tempo entre brigar com os companheiros de sua banda de jazz e se preocupar com o pai doente. Mas ele sabe que a vida não é só isso. Deve haver mais alguma coisa. Algo especial. Tess e George são duas partes de um todo, almas gêmeas. Para a sorte deles, seus amigos em comum sabem que eles são feitos um para o outro. O problema é que eles não se conhecem e, sempre que a oportunidade aparece, a vida chacoalha os dois para longe. E agora? Se todos têm uma alma gêmea, como o destino faz para uni-los? Acompanhe a história divertida e apaixonante de Tess e George durante uma década de encontros malsucedidos, frustrações românticas e uma dúzia de recomeços. Uma vez na vida é uma comédia romântica moderna e inteligente sobre amizade, destino e oportunidades perdidas e reconquistadas! (SKOOB)

Nunca acreditei nesse negócio de alma gêmea e tal. Na verdade, quando eu era adolescente eu acreditava em quase tudo o que me dissessem que tivesse o amor como principal motivador. E se as pessoas me falassem que eu tinha alguém que nasceu destinado para mim, mas que morava na China, eu tinha que acreditar. Ainda me apegava ao fato de que com amor, tudo é possível e provável. Essa é a premissa máxima desse livro, e até que, dentro das possibilidades de leveza dele, funcionou. 

Você começa a história conhecendo Tess, uma jovem mulher recém saída da faculdade que trabalha em um emprego que não ama e que tem um namoro que acha que é a coisa certa para ela, mesmo que as circunstâncias diga que é errado. Também conhecemos George, um pianista de Jazz que quer viver de música, mas que encontra várias dificuldades no meio do caminho.

A parte bacana - para mim - e talvez chata para a maioria, é que não vemos o relacionamentos deles surgir em um primeiro momento. Na verdade, vamos acompanhando a história do casal individualmente, e demora pra caramba até que eles se conheçam de verdade. Até aquele momento, só o que sabem um do outro é o que as pessoas dizem... Que eles deveriam se conhecer, já que são almas gêmeas um do outro. 

O legal é que a autora coloca situações onde eles "quase" se encontram durante o livro inteiro, e isso vai gerando uma ansiedade incrível no leitor. E quando eles se encontram de verdade, a gente torce pra caramba por ambos, já que passamos quase a metade do livro gritando de raiva dos desencontros. Eu pessoalmente amei isso na história!

Gente, é um livro leve e que me lembrou muito a linha de história de Um Dia, do David Nicholls; essa questão de passagem do tempo, e do afastamento e aproximação dos personagens. Eu adoro isso em um livro! Acho que essa coisa do temporal enriquece uma história quando é feito de uma forma bacana. No meu ponto de vista, a autora trabalhou direito essas passagens, sem deixar o leitor cansado pela espera do que iria acontecer. Existe o amadurecimento dos personagens aos poucos, e sem uma motivação maior do que a própria vida. Achei isso de uma sensibilidade incrível, mesmo que tenha tido vontade de quebrar a cara de Tess e George algumas vezes. E vamos combinar, o coitado do George é um daqueles personagens que falei a vocês... Muito ferrado! Valei-me senhor! Só tive vontade de espancar uma outra figura ali na história por deixar o lindo do George mais ferrado ainda. 

Li o livro em uma tarde. Apesar de parecer grande, as folhas são grossas e a fonte é bacana, portanto tem como ler numa velocidade legal. Sem contar que a gente fica preso na história por conta dessa coisa de "solta a linha e puxa de volta" que a autora usa. Não é uma história onde você vai encontrar momentos de tensão nos acontecimentos, mas tensão nos próprios personagens. Tess e George poderiam ser qualquer pessoa que vocês conheceram uma vez na vida em uma lanchonete qualquer. O que me faz lembrar naquela máxima que tenho de que cada pessoa possui uma história que merece ser contada. 

O que não gostei na história, foi a coisa da alma gêmea em si. Os personagens nunca se viram na vida, e quanto se veem, eles parecem achar que aquilo era amor para a vida inteira? Entende como isso é estranho em dois personagens tão centrados como esses? Não condiz com tudo o que a autora nos passou deles. Não digo que isso aconteça depois de um tempo e de muitos reencontros, mas acontecer por causa de uma ideia? Acho que não. Tudo bem que, no caso de Tess, passou a vida ouvindo que George era o cara certo para ela. Mas e no caso dele? Entendo tesão, paixão... mas amor? Ah, por favor! Gritem comigo, porque devo ser a criatura mais fria do mundo. Para parafrasear o lindinho do Christian em Moulin Rouge... Alguém me curou da minha ridícula obsessão por amor. rsrsrsrs

Romance rápido e que vai fazer você refletir sobre algumas coisas interessantes. Não mudou o meu mundo ter lido, mas com certeza melhorou minha tarde. Gostei! E para quem gosta de romances desse tipo, se jogue.