Star Wars, o Despertar da Força - E o porquê vilões tem que ser originais


Data de lançamento 17 de dezembro de 2015
Direção: J.J. Abrams
Elenco: Daisy Ridley, John Boyega, Adam Driver
Gêneros Aventura, Ação, Ficção científica
Nacionalidade Eua


Sinopse: Décadas após a queda de Darth Vader e do Império, surge uma nova ameaça: a Primeira Ordem, uma organização sombria que busca minar o poder da República e que tem Kylo Ren (Adam Driver), o General Hux (Domhnall Gleeson) e o Líder Supremo Snoke (Andy Serkis) como principais expoentes. Eles conseguem capturar Poe Dameron (Oscar Isaac), um dos principais pilotos da Resistência, que antes de ser preso envia através do pequeno robô BB-8 o mapa de onde vive o mitológico Luke Skywalker (Mark Hamill). Ao fugir pelo deserto, BB-8 encontra a jovem Rey (Daisy Ridley), que vive sozinha catando destroços de naves antigas. Paralelamente, Poe recebe a ajuda de Finn (John Boyega), um stormtrooper que decide abandonar o posto repentinamente. Juntos, eles escapam do domínio da Primeira Ordem.


Eu já devo ter comentado por aqui milhares de vezes sobre minha paixão eterna por Star Wars, né? Que eu cresci vendo os filmes antigos na TV, que quando lançaram os três novos eu fiquei radiante, e que quando soube que iriam sair mais, eu dancei Kuduro em casa. Pois é, vocês talvez não entendam o tamanho da emoção que é para os fãs mais antigos - e olhe que não sou da época da primeira trilogia - ver que aqueles lugares, personagens e ideias que encheram os olhos quando mais novos, voltaram, e agora com um arsenal tecnológico que chega a doer de tão maravilhoso. 

Contudo, apesar de eu rasgar seda para a ideia de Guerra nas Estrelas como um todo, eu também sei criticar quando sinto que produtores estão tentando ganhar dinheiro as custas do amor dos outros. Sim, porque ainda que tenha gostado da experiência de assistir O Despertar da Força, no fundo senti que faltou algo. Uma essência que existiu nos seis filmes anteriores, e que procurei por muitas vezes nesse filme e não achei. Talvez na última cena, com a aparição de um personagem específico, mas não com os outros dois que eram da mesma época. Engraçado, não? R2D2 me deixou mais emocionada do que Han Solo, e olhe que eu adoro o Solo!

Ainda que eu saiba que Star Wars tem infinitas possibilidades de continuação, vê-se nos tantos livros que já saíram e em arcos diversos da trama central, para o amante dos filmes é importante enxergar as ligações que nos fazem gostar tanto da história. E elas existem! No caso de O Despertar da Força, está nos personagens já conhecidos, e na ideia de que tudo isso é uma visão de como o universo ficou após Vader e a queda do Império. 

E ao mesmo tempo em que existem essas ligações, também existem as novidades, porque o mundo gira, e as coisas tem que andar para frente. 

Temos esse vilão, que tecnicamente é um parente de Vader, que em absoluto funcionou para mim. Não gosto da ideia dessa adoração que ele tem pelo parente, até porque se alguém vive no lado escuro da força, não é para ter adoração por absolutamente nada além dele mesmo. E não é o caso desse cara. Existe muito de emocional nele, e isso foge completamente dos vilões obscuros de Star Wars. E ainda que ele tenha feito uma puta fuleragem lá pro fim do filme, eu ainda não o senti como vilão. Para mim soou mais como um garoto mimado e que precisa de uma surra. 

Cópia de Vader em imagem e uma tentativa frustrada - do personagem ou dos roteiristas - em criar alguém ambíguo quanto ao lado bom e mal da força, que faz as coisas sem pensar direito e que pareceu mais um moleque. Não combinou com o lado escuro da força. Não mesmo. 

Em compensação os protagonistas são ótimos e funcionam juntos de um jeito que duvidei que funcionaria. Rey e Finn são engraçados, coisa que era inexistente nos seis filmes anteriores, com exceção de C3PO e Jar Jar Binks. E também tem uma amizade que, embora ligeira demais, me pareceu boa pela solidão em que ambos viviam antes de se encontrarem. 

Eu poderia passar o dia aqui divagando sobre os pontos positivos e negativos desse filme, mas penso ser desnecessário. 

Como uma introdução de uma nova leva de filmes, O Despertar funcionou para mim. Talvez não do jeito que gostaria, mas funcionou. Ainda senti o arrepio com as músicas, e  com as máquinas que cresci vendo de forma tão artesanal. Elementos simbólicos que criam espécies de easter eggs na mente dos eternos fãs e fazem com que o desagrado de modo geral, suma pelas delícias e nostalgias de se assistir novamente um Star Wars. 

Vamos esperar para ver o que vai ser feito da continuação. E que Deus ajude que seja melhor do que o primeiro, ou cabeças vão rolar!