Olá, gente!
Mais uma postagem da coluna Bibliotecando chegando por aqui, e dessa vez para falar de post-it, como uma leitora me pediu na última postagem em que falamos sobre livros em sacos plásticos.
Já vou dizendo que essa foi difícil de fazer porque tinha pouco material na internet falando sobre o assunto. E até as embalagens dos post-it não especificavam o material com o qual eles eram feitos. Então corri para ler mais sobre em sites internacionais e acabei achando umas duas bibliotecárias pedindo para os usuários de suas bibliotecas não usarem esses indicadores adesivos nos livros porque a longo prazo eles tendem a manchar as páginas.
Foi preocupada com isso que resolvi esmiuçar com carinho a situação, e depois de testes, idas e vindas de papelarias, emails com fabricantes e leituras afins na internet, cheguei a conclusão que quase sempre chego quando o assunto são livros: Poder sempre pode, mas existe a possibilidade de danificar.
O benefício maior em se usar post-it é facilitar nossas vidas enquanto leitores.
Gostamos de uma citação? Colocamos um adesivo azul.
Aquela palavra é nova e legal? Adesivo rosa.
A maioria dos meus livros são cheios de marcações, principalmente aqueles que me tocam de algum modo. Então pode apostar que D'Avenia, Green, Stiefvater, Tolkien e Zafón são figurinhas carimbadas quando o assunto é post-it.
Podemos encontrá-los nos mais variados estilos e formatos. Tenho alguns de papel que comprei em lojas de chineses e que vieram em cartelas fofas e femininas. Dava até para vomitar arco-íris de tão cute.
Também tem os plásticos de neon, que ultimamente são os mais usados por conservar o formato inicial, quando o de papel tende a dobrar nas pontas depois de um tempo, e amarelar junto com o papel das páginas.
E ai vem a notícia ruim: Todos eles podem manchar o papel do livro depois de um tempo.
Uma coisa é certa: a composição do papel em si já é cheio de ácido. Isso significa que com o tempo ele amarela sim e não há muito o que se possa mudar em relação a isso. Mas se há algo que podemos fazer para ajudar a prolongar a vida útil dele, é evitar colocar qualquer material dentro e deixar lá. Se em si o coitado já possui acidez em demasia, imagina só com objetos estranhos dentro! Entenderam o problema?
Curiosidades:
Desconheço se existem livros feitos com papel livre de ácido, até porque sairia bem caro, então temos que cuidar dos nossos livros com a acidez deles mesmo.
Encontrei em um dos modelos de post-it uma advertência por parte do fabricante. Na foto não dá para ver porque foi tirada com o celular e minha câmera é péssima, mas traduzi para vocês.
Diz:
"Pode deixar marcas em algumas superfícies, levantar tinta e estragar tipos específicos de papel. "
Observação: Esse post-it era de papel, e não plástico neon.
Vale sempre procurar nas indicações do produto se ele tem algo escrito sobre isso, e por via das dúvidas, nunca confiar que o material com o qual ele é feito vai durar todos os anos que você quer que seu livro dure, sem ao menos manchar de branco onde ele for colocado a medida em que o papel do livro for amarelando.
Foi pensando em toda essa coisa de acidez em papel, livros danificados depois de um tempo, e post-it que nem sempre vem a composição do produto no verso, que imaginei algo para se usar nos livros: O post-it livre de ácido.
E foi procurando material de marcação livre de ácido que acabei achando esse da Y.E.S.
É de neon e vem a indicação em amarelo lá em cima:
Acid Free.
Eis o post-it ideal para marcar os livros!!!!! #Felicidade
E ficaria mais feliz se esse abençoado não custasse quase vinte reais uma cartela. Pois é, o mundo é injusto, e meu bolso não cabe toda essa injustiça.
Fiquei pensando em alguma coisa que pudesse ser mais barata do que esse post-it, e logo me veio na cabeça o scrapbook, que é uma arte de se fazer álbuns fotográficos artesanais. Sabe-se que todo material de scrap, do papel à cola, é acid-free, ou livre de ácido. Eis que a luz do professor Pardal brilhou em cima da minha cabeça. E então eu tirei meu velho material que estava pegando poeira e resolvi fazer um post-it com TUDO livre de ácido.
No vídeo abaixo eu falo sobre essa problemática dos post-it e também tem um #FaçaVocêMesmo ensinando como fazer um desses post-it artesanais com material de scrapbook. Sai barato, eficiente e o resultado é diversificado e bonito. Claro que dá um trabalho legal, mas compensa o prolongamento da saúde do seu livro.
E aqui você encontra algumas lojas que vendem material livre de ácido pela internet, caso não tenha na sua cidade.
http://www.scrapwaybrasil.com.br/
http://www.anabananna.com.br/
http://www.scrapcenter.com.br/
Vou finalizar essa postagem textual dizendo que qualquer material se deixado dentro dos livros, um dia irá manchar. O papel tem uma acidez latente e por si só já se danifica com o tempo, então vale não abusar da sorte. Claro que um post-it livre de ácido vai prolongar o tempo do papel do seu livro, mas ele também pode ser prejudicial depois de, sei lá, uns vinte e cinco anos.
Mas, Carol, isso quer dizer que todos os meus livros marcados vão danificar?
Olha, nada é certo quando o assunto é esse. Eles podem danificar? Sim, claro! Ou não.
Isso vai de cada pessoa resolver arriscar, ou mudar os hábitos de marcações das citações.
Não se desespere achando que não tem mais jeito porque sempre tem. Todos os prejuízos que cito aqui é a longo prazo, não para amanhã ou mês que vem.
Falo um pouco sobre o que vai ser minha opção futura a partir dessa pesquisa para essa postagem no vídeo. Vou continuar marcando durante a leitura? Sim, mas agora não vou deixar que ele fique marcado por mais de um ano. A ideia é montar um arquivo de citações separado do livro.
Espero que essa postagem tenha respondido as dúvidas de vocês. E quem tiver mais outras tantas dentro da área e quiser que eu pesquise e monte uma postagem, pode deixar uma mensagem aqui que darei um jeito de responder.