[Semana do Terror] Resenha de "Formaturas Infernais" (Vários autores)

"Mas o que foi isso?"

Sinopse: Nessa emocionante coleção de contos de terror, as autoras bestseller Meg Cabot (O Diário da Princesa), Stephenie Meyer (Twilight), Kim Harrison, Michele Faffe e Lauren Myracle se reuniram para mostrar que a formatura pode ser um evento muito mais aterrorizante do que se pensa. Problemas no guarda-roupa e um par que dança mal não são nada comparados a descobrir que vocês está dançando com a Morte – e que ela não está aqui para elogiar seu vestido. De problemas com vampiros até uma batalha entre anjos e demônios, estas cinco histórias vão divertir mais do que qualquer DJ em um terno brega. Nada de limusine ou vestido de gala: só uma grande dose de assustadora diversão.

Daí a pessoa compra um livro de contos empolgada porque ele tem histórias de várias autoras que todo mundo diz que são perfeitas no que fazem. Mas nem foi só por isso. Tem o fato de a temática dele ser de horror, e a pessoa que vos fala simplesmente adora essa pegada obscura nos livros. E então quando ela finalmente acaba a leitura - o que foi um suplício - percebe que foi enganada e que quer o dinheiro de volta. WTF, que merda foi essa?

Formaturas infernais é composto por cinco contos, cada um de uma autora diferente. A proposta era vir com esse tema "infernal" para compor uma série de livros. Tivemos os Amores Infernais, Beijos Infernais... e mais um monte de inferno que de inferno só tem o nome mesmo. Falei um pouco do que achei de cada um deles ai embaixo. 

A FILHA DA EXTERMINADORA. (Meg Cabot)

Esse é o conto de que menos lembro porque tem muito tempo que li. Tipo, muito MESMO! 
Sei que não gostei dele como um todo. Os personagens são do estilo que Meg costuma criar, e todo o resto também. Não me tirem por mal, gente, mas Meg Cabot não é para mim. A única coisa dela que gosto é A Mediadora, e ainda assim não acho que vale os 200 reais que vejo os sites cobrando por ai. 
O conto é fraco, com personagens clichês e pra lá de entediantes, ainda que a história tenha uma pegada bem "caçador de monstros". 

O BUQUÊ (Lauren Myracle)

Talvez o conto que mais tenha se aproximado do "terror", e quando falo aproximar quero dizer que passou a uns 400 KM dele. 
A autora se baseou no que considero um dos melhores contos de terror de todos os tempos: A Pata do Macaco. Só que diferente do fantástico conto de Jacobs, o de Myracle chega a ser engraçado. Então não, não é um conto que vá te assustar, e ainda assim ele é o único que realmente considero terror. 

MADISON AVERY E A MORTE (Kim Harrison)

Terminei esse conto pensando... Preciso ler mais alguma coisa dessa autora. 
Apesar dos pesares, essa foi a história de que mais gostei, e não porque ela se assemelha ao tema requerido para o livro, mas porque a premissa do conto é realmente muito boa. O problema dele é que não parece um conto. Tem a estrutura de um romance e você termina se comendo de raiva porque não é um livro inteiro. Gostei dos personagens e do pano de fundo que a autora colocou. De longe, esse é o melhorzinho. 

SALADA MISTA (Michelle Jaffe)

Exatamente o que o conto é: Uma salada mista. 
Uma confusão tão grande que até agora estou tentando entender o que a autora queria com essa história. De terror ela não tem nada, mas curto o "poder" que ela criou para a personagem principal. E tudo bem que vi muito de Suzannah, da Cabot, nessa menina, mas tem algo de pessoal e bacana nela. O problema é que a história é um emaranhado doido sem pé nem cabeça. Não entendi nada e sinceramente não liguei muito. 

INFERNO NA TERRA (Stephenie Meyer)

Quando fui ler esse conto já estava com a ideia na cabeça de que talvez Meyer viesse para salvar tudo. Para me mostrar que existia, de fato, algo terrível nessa história. E quando acabei o conto logo pensei: "Que porra foi essa?". 
Pois é, gente, para mim esse conseguiu ser o pior deles, e isso é um feito e tanto. 
Ela até começou bem. Colocou um menino como protagonista e tem aquela escrita mágica que sempre prende o leitor, então fui embora no conto. Chegou um momento dele em que me perguntei se era uma história para jovens ou um tratado de psicologia religiosa em A Divina Comédia. Começou a ficar entediante, mas tinha potencial. O que ela fez com o potencial? Pois é, eu não tenho nem ideia. Jogou no ralo em uma história "mais do mesmo" e com um final péssimo e previsível. ARGH!


Fechando esse levantamento dos contos, digo que acho que houve uma pressão na publicação de Formaturas Infernais. Que as autoras não tiveram tempo de escrever o que queriam, ou que realmente a ideia era criar um livro de pseudo-terror para adolescentes apaixonadas e bobas. A escolha de autores também diz muito de como pensaram em meninas de doze anos ao criar essa história, e nem posso reclamar disso. Provavelmente atingiu o público em questão, mas para mim foi bem mais ou menos. 

Em todos eles tem algo que se salva, seja a ideia, um personagem, ou um cenário. Mas o conjunto é todo de histórias sobrenaturais leves com classificação 10 anos. Vão com a cabeça aberta para não cobrar tanto dele, ok?