Resenha de "A Guerra" (Patrick Ness)

"Final perfeito"

Sinopse: Três exércitos marcham em Nova Prentisburgo, cada um tentando destruir os demais. Todd e Viola se vêem presos no meio do conflito, sem possibilidade de fuga. Depois que as batalhas começam, como eles poderiam interromper a luta? Como eles poderiam estabelecer a paz sendo eles a minoria? E, se a guerra transforma homens em monstros, que terríveis escolhas os esperam?De repente uma terceira voz surge na batalha, uma voz determinada a se vingar. O que você faria? Seguiria um tirano ou um terrorista? Salvaria a vida da pessoa que você mais ama, ou milhares de estranhos? Acreditaria na vitória, ou assumiria que está perdido?Se tornando adultos em meio ao tumulto, Todd e Viola questionam tudo o que sabem, correndo através do horror e indignação em direção a um final chocante."A Guerra" é a conclusão eletrizante da premiada trilogia "Mundo em Caos". Uma historia de sobrevivência e energia, que retrata a realidade devastadora da guerra.


Demorei para aparecer, mas enfim cheguei. Peguei uma moléstia de dengue que me deixou derrubada. Mas estou me recuperando e bem o suficiente para vir por aqui e deixar uma resenha para vocês. Dessa vez a finalização de uma série que eu amo e que vai deixar saudades mil no meu coração. 

Todo mundo que me acompanha sabe que não costumo falar do que acontece nas continuações das séries, então fiquem tranquilos que não vai rolar spoiler por aqui. Só vou falar um pouco do que achei do livro, e do que senti com ele. 
Olha, confesso que Mundo em caos não é uma série que vá agradar todos. Se você leu Jogos Vorazes e vem buscar nessa distopia o que achou naquela, vai cair do cavalo, amigo. Mundo em caos é cheio de ação, mas existe uma reflexão diferente e densa por trás de cada gesto, palavra e até pensamento dos personagens. Algo que vejo muito em livros sobre filosofia, só que transformado em uma narrativa pra lá de incomum na voz de Ness. 

Essa série também é sci-fi além de distópica, o que rendeu mais alguns pontos extras no meu ver. Adoro absurdamente ambas as coisas. E não sei se por conta da narrativa do autor, do cenário, dos personagens singulares, ou das situações reais e tão irreais,  mas você cria uma propriedade na leitura que a torna diferente da grande maioria a qual você está acostumado a ler. Não sei se funciona com vocês desse modo, mas comigo foi justamente isso. Carol lendo Mundo em caos gera um sentimento nela que é diferente do que Carol lendo qualquer outro livro. 

Não. Mundo em caos não é minha série predileta distópica. Ela briga em segundo lugar com Legend, mas afirmo sem culpa nenhuma que o sentimento é único ao lê-la. Esse pode ser o motivo de algumas pessoas não gostarem, e esse é possivelmente o motivo que tornará apaixonados os que gostaram. 

Ness é um puta de um escritor bom. Começou lento, construindo uma ideia, dois personagens isoladamente complicados e uma situação a qual eles não pediram, mas que foram inseridos mesmo assim. Depois ele pegou essas duas pessoas e criou um dos relacionamentos de amizade mais bonitos que já li na minha vida. É forte, leve, fácil...perfeito. E com essa bomba emocional em mãos, os colocou no meio de um guerra que parece ser composta puramente por traidores e onde lado nenhum parece ser o certo, e que são totalmente corretos ao mesmo tempo.

No caso desse terceiro livro temos um diferencial interessante que é um terceiro ponto de vista bem legal. De início eu fiquei meio perdida nele. Perdida na narrativa, nos nomes, e na forma de falar. Daí eu parei de ler um momento, lembrei que era Ness e que ele cria propriedades bem peculiares para cada personagem, e daí vim com vontade, e acabei me apaixonando por esse terceiro POV. Por tudo o que ele representa na história e nessa guerra, e por tudo o que aconteceu com ele nesse contexto. 

É uma série bem amarrada. Ela tem um desenho perfeito no enredo. Não tenho queixas de absolutamente nada. Começou cinco estrelas, terminou cinco estrelas. Sabe o quanto isso é raro? Muito. 

Como disse, é a minha segunda série distópica predileta, e vocês sabem bem o quanto isso é relevante em se tratando de mim, que sou loucamente compulsiva pelo gênero. Então eu recomendo de verdade. Quando digo que não é para todos, é porque ela pode ser um pouco parada as vezes, mas, sei lá, ela vale todos os segundos em que você perdeu tendo que analisar uma frase ou uma atitude de Todd e Viola. 

Eu sou gamada por tudo o que Ness fez nessa história. Ele entrou no meu ranking de autores fantásticos quando se propôs com coragem a colocar esse projeto para frente. Tenho orgulho de ter conhecido esse livro, e mais orgulho ainda de mim por ter gostado tanto dele. Guardei eternamente esses personagens na minha memória. Com certeza é daqueles livros que farei questão de guardar para meu filho ler quando crescer.