Resenha de "Travessia" (Ally Condie)

 "Me convenceu a ler o terceiro"

Sinopse: Em busca de um futuro que pode não existir e tendo que decidir com quem compartilhá-lo, a jornada de Cassia às Províncias Exteriores em busca de Ky – levado pela Sociedade para uma morte certa –, mas descobre que ele escapou, deixando uma série de pistas pelo caminho. A busca de Cassia a leva a questionar o que é mais importante para ela, mesmo quando vislumbra um diferente tipo de vida além das fronteiras. Mas, à medida que Cassia tem certeza sobre o seu futuro com Ky, um convite para uma rebelião, uma inesperada traição e uma visita surpresa de Xander – que pode ter a chave para revolta e, ainda, para o coração de Cassia – mudam o jogo mais uma vez. Nada é como o esperado em relação à Sociedade, onde ilusão e traição fazem um caminho ainda mais confuso. (SKOOB)



Não. Não é um livro absurdamente bom ao ponto de conquistar meu coração para sempre. Mas sim, ele tem algo a mais do que o primeiro volume. 
Esse livro me convenceu a ler o terceiro simplesmente pela desventura da vida de Cássia. Sério, galera, chega deu dó da menina no final desse livro. Pessoalmente fiquei com vontade de espancar a autora. hehehehe

Não tem como falar do enredo do livro sem eventualmente lançar um spoiler, então vou me atentar a contar o que senti e o que achei dos protagonista por aqui. 

Cassia está mais madura. Fato! 
Tudo bem que a menina faz umas coisas que até Deus duvida, mas pelo menos vi personalidade nela por aqui, coisa que em Destino era quase inexistente. Provavelmente porque Cássia era um produto de um sistema muito bem bolado da Sociedade que não permitia nenhum cidadão questionar as medidas do governo. Isso é super distópico, e não existe maiores explicações quanto a isso. Todo governo distópico molda uma sociedade da forma que quer. E eventualmente alguém vai dizer chega. No caso de Cássia, o grito de liberdade dela veio por conta de Ky. Não me importa nem um pouco o motivo, romântico ou não, o fato é que ela cresce na série. Cresce ao ponto de não me deixar esquece-la. 

Ky é aquele personagem que se mostra no livro. Ele sempre foi um personagem querido, mas ele era querido pela forma doce e poética que encarava as coisas, boas ou ruins. Aqui ele se mostra um pouco pela idiotice de alguns pensamentos e ações, e um pouco porque vejo um guerreiro surgindo de Ky. 

Xander some. Mas acredito que no próximo volume ele irá dançar lambada durante todo o livro. hehehe
Apesar do personagem estar sumido, ele aparece em um momento bem importante sobre a descoberta de algumas coisas legais. Não em pessoa, mas em presença de pensamento. E isso nos fala sobre a importância futura desse personagem para a autora.

Os personagens secundários são legais, contudo, tirando o menino que acompanha Ky, os outros me soaram bastante superficiais. Mas nada que incomode o roteiro no geral. 

O livro é narrado por dois pontos de vista, e devo dizer, a autora sabe passar de um para outro sem incomodar o leitor. Ky e Cássia narram suas histórias de formas diferentes e tão iguais, que me questiono sobre  a verdade que eles dizem e a verdade que eles não conhecem. 

É um livro que seria um bom filme justamente pela velocidade de acontecimentos, e pela fotografia que qualquer leitor visualizaria em algumas cenas asquerosas. Novamente palmas para a forma poética que a autora conduz as cenas de ação e tensão. Poucas, mas existentes e fortes. 

O motivo desse livro ter me agradado mais do que o primeiro? Velocidade. 
O primeiro livro eu levei mais de mês para acabar, de tão lento que era. Esse eu levei três dias e fiquei comendo as unhas por mais. Acredito que os livros do meio de séries distópicas sempre são decisivos sobre abandonar ou não uma série. Eu mesma já tinha colocado essa para troca, as daí eu dei uma chance para o segundo volume, e não me arrependi. 

Ele não é fantástico, gente! E ainda estou para ver um livro distópico que me agrade tanto na questão veracidade do que Jogos Vorazes. E ainda continuo dizendo que essa série é a mais fraquinha das distopias que li, mas pelo menos ela melhorou nesse segundo volume. 

Uma coisa que me incomodou bastante na série, é o fato de não se conhecer a Sociedade como se faz necessário em um livro dessa categoria. É interessante conhecer sempre o outro lado da história. E nada me tira da cabeça que a descoberta da verdade por trás dessa Sociedade vai me deixar de queixo caído. Pelo menos é o que espero.

Claro que toda sociedade distópica entra em conflito com algum grupo rebelde. E ai esta mais um dos meus incômodos. Queria entender e conhecer mais deles, mas acredito que isso irá acontecer no próximo volume da série. Até lá, eu fico aqui curiosa pra caramba. Porque vou dizer, o final do livro é de dar raiva e de rir ao mesmo tempo. 

PQP... Depois de um livro inteiro de vai pra lá e vem pra cá, Cássia volta ao ponto de partida? X@#%X (sim, isso foi um xingamento)
Mas uma coisa é certa... Ela volta ao ponto de partida milhões de vezes mais certa de quem é, e mais forte do que começou. 

Então se você é daqueles que leu Destino e achou um saco como eu, tenta dar uma chance a Travessia. Eu achei bem melhor, quem sabe você também achara?!