É assim que começa... Pandemônio


É assim que começa... é uma coluna onde apresento os primeiros parágrafos dos livros que leio. As vezes os livros nos ganham pelas capas, mas as vezes eles nos ganham pela primeira voz que ouvimos dele. As páginas falam... 
Abra os olhos e escute-as! 







Agora

Alex e eu estamos deitados em um cobertor no quintal do número 37 da rua
Brooks. As árvores parecem maiores e mais escuras que de costume. As folhas
estão quase pretas, tão entrelaçadas que encobrem o céu.
— Acho que não foi um bom dia para um piquenique — diz Alex, e só então
percebo que, é claro, não foi mesmo: não comemos nada da comida que trouxemos.
Aos nossos pés, no cobertor, tem uma cesta cheia de frutas quase estragadas,
cobertas por formiguinhas pretas.
— Por que não? — pergunto.
Estamos olhando para a teia de folhas lá em cima, compacta como uma parede.
— Porque está nevando.