"Uma continuação melhor, impossível!"
Sinopse:
Dividida entre o passado — Alex, a luta pela sobrevivência na Selva — e o presente, no qual crescem as sementes de uma violenta revolução, Lena Haloway terá que lutar contra um sistema cada vez mais repressor sem, porém, se transformar em um zumbi: modo como os Inválidos se referem aos curados. Não importa o quanto o governo tema as emoções, as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a sociedade, vindas de todos os lugares… inclusive de dentro.
Nesse instante acabei
de ler Pandemônio com uma puta dor no estômago de ansiedade e
raiva. Por que? Bem, por que terei que esperar mais algum tempo para
conhecer a continuação. Esses autores deveriam publicar as
continuações dos livros seguidamente, esse negócio de esperar um
ano para acompanhar a história deixa a gente perder todo o gás do
momento.
Bom, em Pandemônio
temos Lena em um outro estágio da vida dela. Uma Lena tentando
sobreviver em um mundo que ela não conhece e que inicialmente
abominava, e pior que isso, sozinha.
Depois da explosão e
da fuga alucinada a qual vemos no final de Delírio, nossas cabeças
se voltam única e exclusivamente para Lena, deixando Alex apenas
como uma lembrança de alguém que viveu e amou a garota um dia.
É meio angustiante
começar a ler esse livro. Tem algo de vontade de rasgar meu peito de
pena dela em muitos momentos. A garota está na selva, machucada, com
fome e sem esperanças nenhuma de continuar viva. Eis que alguns
inválidos aparecem e a salvam. A partir disso, quando você acha que
o negócio não pode ficar mais angustiante, ele fica.
O grupo que vive com
Lena é todo formado por refugiados. São pessoas que perderam muito
delas mesmas e se transformaram no que a necessidade pedia. Eles são
frios, e também são quentes. Acaba que nossa protagonista é
lapidada até se tornar uma menina da selva, e pode acreditar, ela
sofre pra caramba com isso.
O livro tem momentos de
mostrar a época em que Lena está refugiada, e a época em que ela
começa a trabalhar na causa da rebelião. Então são dois momentos
bem diferentes temporalmente e de um crescimento significativo pra
garota. As ordens que ela recebe são claras: Ficar de olho em
Julian. Ele é tipo um herói para os não infectados e os já
curados que moram dentro das cidades, as quais os revolucionários
chamam de Zumbilândia.
Só que, logicamente, a
autora tinha que complicar a história.
Enquanto vemos Lena se
acostumando a ter frio no inverno na época que foge, também vemos
ela se afeiçoando ao garoto que deveria ser seu maior rival. E ai a
história vira um emaranhado de situações que as vezes me fazia
ficar perdida na época que estava lendo, e ansiosa pelas partes de
Lena e Julian juntos.
Assim... Não acho os
personagens masculinos da Lauren Oliver legais. Eles tem todo um
romance, toda uma magia etérea, mas não tem o que é necessário
para um mundo distópico: Atitude de homem!
Sério, não sei se é
só eu, mas personagem masculino pra mim tem que ter atitude
masculina, ser firme, forte.
Não posso jogar isso
nas costas de Julian, já que ele cresceu em berço de ouro e de nada
sabia sobre revoluções e inválidos. Mas até Alex, mesmo
pertencendo a toda essa bagunça, tinha uma certa lentidão que me
deixava nervosa. Isso pode ser acertado no próximo volume da série,
e espero de coração que seja. Em compensação, os femininos,
arrasam qualquer pessoa.
Lena vai construindo
uma personalidade muito marcante ao decorrer desse livro. Forte,
resistente, atrevida, impulsiva, corajosa, e ainda assim, uma eterna
amante. Os personagens secundários da história (femininos) são
muito legais também. Graúna é uma das melhores personagens que li
em um livro.
Um traço marcante da
escrita dessa autora, é o lirismo com o qual ela trata uma nação
distópica. Chego a ver o mel saindo da minha leitura. Ela tem uma
forma doce e cruel de descrever cenários, sentimentos e ações. Ela
é a maior portadora da doença Deliria. Amo a escrita dela!!!
Se em Delírio você
via um mundo perfeito demais, em Pandemônio é justamente o
contrário. Você vê as pessoas que fugiram porque contraíram a
Deliria. Pessoas que foram enxotadas das cidades porque tinham defeitos
físicos, e pessoas que sentiam que só assim estavam fazendo a coisa
certa, mesmo que fosse pra viver à margem de uma sociedade
miserável. É uma narrativa forte e muito dura quando a autora trata
sobre essas pessoas marginalizadas.
Ler distópicos me faz
associar à climas de guerras. Imagine-se um pouco antes da segunda
guerra mundial, ou da revolução francesa. Imagine as ideias
diversas que povoavam as cabeças dos mais diversos tipos sociais de
um lugar. Pessoas concordando com uma causa, outras não concordando
mas ficando quietas, outras sendo revolucionárias e arriscando suas
vidas, e tantas outras que pensavam no fato de que enquanto a guerra
não as atingir, não está fazendo mal.
Somos um amontoado de
personalidades diversas em um mundo tão diverso quanto a nossa
cabeça.
E liberdade é mais do
que uma palavra, é um ideal.
Mesmo que nossas
escolhas sejam erradas, mesmo que elas venham a nos prejudicar e
prejudicar mais alguém que conhecemos, foram nossas escolhas, e não
podemos culpar ninguém por elas. É uma questão de ser responsável
pelo o que fazemos.
Delírio é bom,
Pandemônio é ótimo!
O segundo livro da
série tem a cara da distopia que conhecemos, é cruel e mágico!
Você acaba de comer as unhas dos
dedos e fica tenso com a espera pelos resultados.
Confesso que achei
aquele final previsível. Convenhamos, se você leu e não pensou que
aquilo ocorreria, então leia de novo, pois quando li o primeiro
capítulo do livro, já sabia como ele acabaria.
Não conseguiu superar
Jogos Vorazes, mas a autora chegou a me fazer tremer em vários
momentos. Então ela conseguiu uma meta importante, que as pessoas se
coloquem no lugar dos personagens e imaginem “e se”...
Recomendadíssima essa
leitura para quem gosta de distópicos líricos (oi?)