"Narrativa em envolvente"
Sinopse:
Eliza Stewart tem um dom incomum. Ela é vidente. Sempre fez parte de sua vida salvar as pessoas com quem se preocupa, prevenindo acidentes e inconveniências que pré-visualizou em sua mente. Mas nada nunca se comparou ao tipo de visões que começa a ter aos dezoito anos, numa noite em que “vê” um rapaz sendo sequestrado de um trem. Os dois passam a ter “encontros” em sonhos, totalmente reais, ocasiões em que ele diz que será assassinado e ela é a única que pode impedir essa tragédia. Agora Eliza precisa reunir coragem, fugir de casa e sair em uma viagem incerta para tentar salvar essa vida e, quem sabe, recuperar seu grande amor (SKOOB)
Eliza
é uma adolescente que está terminando o ensino médio. Seus pais
são divorciados e ela vive com a mãe e a irmã em Iowa. Só que ela
tem um diferencial das outras meninas... Ela tem visões.
Premonições.
Nada
do tipo “filme de terror”, mas ela sempre recebe avisos
importantes sobre coisas que podem acontecer com as pessoas ao redor
dela. É um dom bem problemático, visto que eu teria pavor de dizer
a alguém que ele iria morrer em alguns meses vítima de câncer. Mas
até que Eliza leva bem. Isso porque havia anos que ela não tinha
nenhuma premonição, até a noite que sonha com um garoto sendo
sequestrado, e daí tudo muda de figura e ela se vê obcecada por
tentar ajudar o menino. Um total desconhecido.
É
difícil escrever sobre esse livro sem soltar qualquer tipo de
Spoiler. Já que é um livro com uma pegada de mistério policial,
tudo o que eu disser pode levar ao leitor a descobrir metade da
trama. Tudo bem que certas coisas nem precisei ler para saber que
iriam acontecer, mas tantas outras eu fiquei louca de curiosidade
para saber como Eliza iria resolver.
Entenda
que a protagonista não é desses tipos de meninas que querem salvar
o mundo. O problema, é que o carinha, o qual ela viu sendo
sequestrado, fica passeando por seus sonhos e conversando com ela
enquanto dorme. Ela se pega gostando total do moço lindo e tristonho
que não a deixa dormir demais. Daí já viu, né? As pessoas fazem
de tudo por um grande amor.
O
enredo tem algumas coisas bem absurdas, mas que a autora conseguiu
manipular e transformar em crescentes maravilhosos. Também acho que
alguns personagens poderiam ter passado despercebidos. Só foi para
aumentar um pouco o enredo, e não tiveram serventia alguma no
significado dele. O que não foi o caso da família de Eliza, eles
funcionam bastante.
A
fazenda do avô dela me fez sentir muita saudade de campo. Se tem uma
coisa que eu super adoro, é fazenda e sítio e qualquer coisa com
muito verde.
Aliás,
os cenários, no geral, usados pela autora são pra lá de Bagdá de
bons. Eliza passeia por lugares que deixam a minha cabeça bem
afoita.
A
Autora também constrói bem o lance do mistério do livro. Tudo bem
que o vilão não me convenceu em nada. Ele parecia um mauricinho
rico que estava entediado e foi inventar alguma coisa para fazer. Mas
o estranho é que no início do livro eu sentia medo dele, depois
comecei a achar que até a irmanzinha de Eliza o teria pego. Os
motivos do vilão não me convenceram.
Em
compensação, o que falta em vilão, sobra em protagonista.
A
Eliza é uma graça, um pouco depressiva, mas uma graça. Já Joe e
Will são dois fofos. Claro que senti vontade de esganar ambos em
vários momentos da história, e acho que algumas coisas poderiam ter
demorado mais para ter resolvido, como outras eu teria pulado; mas de
um modo geral, o negócio é bem amarradinho.
Fiquei
encantada com o estilo de escrita de Paula Ottoni. Nunca tinha lido
nada da autora, e fico muito feliz quando leio algo de uma tão
novinha e tão talentosa. Acho que esse é o primeiro trabalho dela,
e ela veio botando quente. A narrativa dela não fica para trás de
nenhum best seller americano.
Sobre
essa coisa da “visão” de Eliza, não sei até que ponto eu
gostei. Na verdade achei que foi trabalhado de uma forma bem
superficial, e pouco explicativa. Não consegui me convencer do poder
dela, apesar de ter achado bem útil.
Eu
acredito que esse livro tenha um gancho para continuação. Achei que
algumas coisas faltaram ser explicadas, e acho que isso foi feito de
modo proposital pela autora. Tem personagens que preciso rever, e
coisas que preciso saber.
Acima
de tudo, A Destinada é um bom livro que mistura uma narrativa muito
bem conduzida e mistérios deliciosos de serem solucionado. Li o
livro rapidinho e cheguei a parabenizar a Ottoni pelo seu trabalho
divino. Gostei muito mesmo da história e recomendo muito essa
leitura para quem gosta desse tipo de narrativa.